NATAL E AS NOVAS FORMAS DE ESTARMOS JUNTOS

24.12.20

Distanciamento, confinamento, isolamento, evitar aglomerações. Expressões que entraram no nosso quotidiano em 2020. E como isso pode ajustar-se a reunião, família, abraços e encontros, que são as palavras que combinam com Natal? Quase impossível casar distanciamento com abraços e isolamento com reunião, a não ser que usemos toda a nossa criatividade e a tecnologia ao nosso alcance. Que não desanimemos por não podermos estar fisicamente com todos aqueles que gostaríamos e inventemos novas formas de estarmos juntos. Que matemos as saudades com telefonemas, face times, whasapps, lives, o que for. Melhor ou pior haverá sempre maneira de falarmos com quem está longe, de partilharmos a ceia e abrirmos os presentes em simultâneo. Neste Natal tão atípico e quase surreal o que vos desejo acima de tudo é muita saúde e que o Novo Ano nos compense largamente com todos os encontros, abraços e beijos que não aconteceram em 2020.

TAGS DE NATAL

14.12.20

Nunca planeio nada. Sou daquelas pessoas que se deixam levar e quando o prazo aperta, age ou trabalha sob pressão. É assim na minha vida tanto pessoal quanto profissional. Se funciona? claro que nem sempre, mas não adianta querer me emendar, navegação à vista é uma característica que nasceu comigo. Portanto, definitivamente não começo a pensar no Natal em Setembro. Muito pelo contrário, como tenho com a quadra uma espécie de amor-ódio, é em cima da hora que me decido pelos presentes, embrulhos e decoração. E então faço maratonas aos fins de semanas e feriados para escolher a melhor prenda, a embalagem ideal, a mesa para a ceia. E a 24 aparece tudo feito, a contra relógio, mas aparece, e geralmente sem recorrer a shoppings, a filas intermináveis nos caixas e a irritantes  bancas do lado de fora das lojas onde moçoilas inexperientes enfiam as compras em saquetas pré fabricadas e despersonalizadas. Este ano, surpreendentemente até estou bastante adiantada, e a dez dias do Natal consegui fabricar tags divertidas usando madeira de balsa, retalhos de tecidos de Natal e guardanapos. Deixo abaixo um pequeno passo a passo, para aqueles que gostam de colocar a mão na massa e garanto que além da execução ser fácil e rápida, um embrulho bonito com uma etiqueta diferenciada é um carinho extra que se oferece!

RESULTADO DO SORTEIO

8.12.20

Antes de revelar o resultado quero agradecer muito a quem tirou algum do seu tempo para participar nesta brincadeira. Foram 26 candidatos às botinhas de Natal, 26 comentários que me deixaram com um sorriso de orelha a orelha. Mensagens carinhosas de parabéns, estímulo e apoio e isto dá-me muita vontade de continuar a escrever aqui e a mostrar minhas artes e minhas ideias. Também tenho notado nestes 8 anos que os sorteios são uma boa ocasião para leitores mais tímidos mostrarem que existem!

Dado o número de participantes decidi fazer dois sets de botas e sortear duas pessoas.Vamos então aos números gerados pelo programa do Random Number Generator, e que foram os seguintes por ordem de saída:



Os números 18 e 4 correspondem respetivamente ao Emerson, pessoa que comanda o blog Jovem Jornalista, blog que conheci recentemente e vale a pena seguir pela quantidade e pertinência de temas que aborda, e à leitora Laura.

Parabéns a ambos e não se esqueçam de mandar um email indicando-me a vossa morada para lavionrosedeco@gmail.com



Foi óptimo ter contado convosco neste já tradicional sorteio de aniversário do blog L´avion Rose. Cuidem-se!

8 ANOS

1.12.20

Passou mais um ano. E a minha vontade seria que os blogs continuassem com a mesma popularidade de há uns tempos atrás, em que havia muita interactividade e troca de ideias. Nos dias que correm, diversas plataformas, mais rápidas e instantâneas, vêm ganhando espaço, mas para mim, o blog é uma experiência que outras redes sociais não substituem, uma espécie de slow life da internet e no meu íntimo ainda guardo a esperança de que as coisas voltem um dia a ser como foram. Oito anos a escrever aqui, a programar com calma e muito entusiasmo o que vou partilhar, proporcionaram-me conhecimentos que nunca esperei ter e amizades que passaram de virtuais a reais. Portanto, para comemorar este número que me agrada particularmente pois representa o infinito, e também para não quebrar a tradição, vou sortear entre os leitores um conjunto de 6 botinhas de Natal que não são mais do que porta talheres/guardanapos, para dar um ar lúdico a todas as mesas que façam nesta quadra. E não precisa ser a mesa sofisticada do dia 24, pode ser a de qualquer dia a qualquer hora. Uma mesa simples que integre um elemento divertido, tira do lugar comum qualquer rotina. Para se habilitarem ao sorteio, as regras também são as de sempre: ser seguidor do blog e arriscar um comentário aí em baixo até dia 07/12. Dia 8 de Dezembro publicarei o resultado.
Então, do que estão à espera? let´s get the party started!! 

SUPORTE PARA PLANTAS E A IMPORTÂNCIA (OU NÃO) DO DEDO VERDE

22.11.20

Tenho um desgosto enorme por não ter sido contemplada com o chamado "dedo verde", apesar de que, quando calha mencionar essa minha lacuna, as pessoas asseguram-me que não importa ter dedo de cor alguma e sim pesquisar sobre os diversos tipos de plantas, suas características e necessidades e daí para a frente seguir no processo tentativa e erro até encontrar as espécies que se adaptam a nós e nós a elas. Eu, no entanto, continuo a achar que esta parte prática pode até ser importante mas que amor e atenção são fundamentais. Tenho um amigo que sempre me disse que falava com as suas "plantinhas" todas as manhãs e de facto, eu ficava impressionada, pois ele morava num apartamento muito pequeno mas repleto de verdes. Foi lá que pela primeira vez vi uma horta na varanda. Não era só conhecimento, com certeza havia paciência, carinho e dedicação envolvidos.

Com as obras na sala, decidi que iria fazer um canto das plantas, um spot que apanhasse bastante sol pela manhã e deixasse a casa com mais vida. O empurrão que precisei, foi a peça que o marido encontrou na rua: um suporte antigo para plantas. Entendi aquilo como um sinal! quase divino! Mandei a peça para o expurgo e lixei-a pacientemente até obter a tonalidade que queria, comprei um feto que coloquei num urinol antigo e arranjei um vaso divertido para servir de morada a uma planta que não sei o nome, mas miraculosamente tem sobrevivido há cerca de um ano em vários cantos da casa. Dei também um up numa planta "jibóia" que também já morava connosco, estava supostamente a cargo do marido, mas desconfio que andava meia descurada ultimamente: comprar-lhe um cache pot novo e ajeita-la no vaso foi o que bastou para vê-la "aparecer". Completei o green spot com um quadro que sempre me fez companhia no meu gabinete, no escritório. Achei que vários tons de verde seria o ideal para o local.

E agora que o cenário está formado falta eu prometer que vou me dedicar: colocar no telemóvel um reminder para não falhar nas regas e hablar con ellas regularmente. Quem sabe um dia eu ainda consigo livrar-me do meu complexo de dedo podre (detesto a expressão) e ter uma urban jungle dentro de casa.

O BAÚ DO ENXOVAL

28.10.20

Em Abril último a minha sogra deixou-nos. Teve uma vida longa, um casamento pautado por muito amor, construiu uma família com valores sólidos e não fosse o desgosto de ter perdido um filho há uns anos, teria, penso eu, vivido no melhor dos mundos. Como sempre nestes casos, depois que a pessoa parte, sobra uma casa cheia de moveis e de recordações de uma vida inteira, difícil emocionalmente de desmanchar. Felizmente, não calhou a mim essa tarefa e sim à filha e esta, sabendo do meu gosto por moveis e objetos do passado, deixou que eu ficasse com aquilo que quisesse. Não trouxe tudo que gostaria e sei que talvez um dia ainda venha a lamentar, mas apesar de não me faltar criatividade, a verdade é que não tenho espaço físico para tanto nem tempo ilimitado para resignificar peças. Guardei numa arrecadação algumas coisas que, penso, ainda poderei vir a usar e quando já tinha encerrado o lote, a cunhada pediu que eu ficasse também com o baú do enxoval. Não pude recusar uma peça que conviveu cerca de 70 anos com a minha sogra e foi tão significativa em sua vida, e imaginei-a, jovem, determinada e confiante como sempre foi, a vir da aldeia para a capital, para casar com o seu mais que tudo e iniciar sua carreira de professora primária, acompanhada de uma arca pesada em sonhos e peças bordadas por ela. O baú, apesar dos anos, estava bem conservado portanto o que fiz foi apenas dar-lhe um ar mais rústico pois a arca, ultimamente guardadora de cobertores e mantas, iria ser reconvertida em móvel de TV na casa de praia, substituindo um de gosto e qualidade muito duvidosos, que um dia foi lá para casa com estatuto de temporário mas ameaçava tornar-se definitivo. A tarefa foi relativamente rápida e a transformação, tudo menos radical: livrei a peça de um verniz luzidio e alaranjado, limpei com palha de aço finíssima as ferragens e coloquei-lhe umas rodas. Sim, móvel de televisão que se preze tem que ter rodinhas, ainda mais que no verão, os sobrinhos gostam de virar a TV para o exterior e assistir futebol sentados lá fora, a curtir as noites Algarvias.

AS PORTAS CENTENÁRIAS

12.10.20

Sangue e suor. Só não cheguei às lágrimas, mas confesso que a certa altura, vontade não me faltou. Trabalhei 3 meses (fins de semana e finais de tarde após o escritório) para deixar à vista a madeira destas portas centenárias que há 25 anos enfeitam a minha casa. Junho, Julho, folguei Agosto e acabei em final de Setembro. Comecei a mexer nelas na sala de casa, enquanto esta ainda estava de pantanas com as obras; continuei no terraço, aproveitando a luz natural até 9 da noite no verão; e terminei na Oficina Monstros, quando esgotei a minha sabedoria em termos de restauro e precisei dar acabamento e igualar os diversos tons das madeiras que compõem as portas. Mas já lá iremos pois antes disso tenho que vos explicar que estas portas vieram do átrio de entrada de um prédio antigo de Lisboa que estava a ser remodelado em 1995. Na época eu colaborava na dita remodelação como arquiteta e ao mesmo tempo seguia as obras no apartamento para onde iríamos nos mudar e habitamos até hoje. No projeto de alterações do prédio, as portas não faziam mais sentido e iriam ser descartadas. Estavam em péssimo estado, com todos os vidros partidos, exceto um que apresentava um desenho de inspiração art nouveau. Nem sei bem porquê, acabei por trazê-las para o apartamento: existia um vão de passagem ainda indefinido entre a sala e o corredor mas as portas nem cabiam ali, eram muito altas e estreitas. Mesmo assim vieram, um carpinteiro cortou-as em baixo e acrescentou-as dos lados para que encaixassem na perfeição na tal abertura, vidros novos foram providenciados e branco foi a cor escolhida para tapar as demais mazelas. E assim ficou, até Junho deste ano, quando iniciei as obras na sala e num impulso decidi que iria lixar toda a tinta das portas, deixando-as na madeira original. Está claro que, apesar da minha já alguma experiência em restauro, nunca pensei que fosse passar tantas horas e dias agarrada a elas, que iria mais que uma vez ter que parar para me recuperar do dedo indicador direito que feria e sangrava e que pingos de suor manchariam a madeira no calor de Julho. Algumas vezes me perguntei porque me tinha metido nessa empreitada, mas desistir não era opção...Hoje juro a pés juntos que doravante avaliarei melhor as minhas decisões tomadas de arroubo, mas o que é fato é que estou orgulhosíssima do meu trabalho e do meu empenho e até mudei de lugar à noite no sofá só para poder olhar para elas. Acho que sim, elas estiveram ali 25 anos pintadinhas de branco mas eram...só mais um par de portas, e agora ganharam um carisma e personalidade incríveis, que talvez só tenham tido lá pelos anos 20 do século passado, quando completavam um conjunto de arco/portas em madeiras no hall de um prédio. Só que nesse tempo eu não estava lá para aprecia-las.


AZULEJOS TRANSFORMADOS EM DESCANSO PARA PRATOS

27.9.20

Este é seguramente o DIY mais simples e rápido que já apresentei no blog. Um processo tão básico que ainda hesitei em publicar, mas como dar novos usos a objetos enjeitados é assunto que sempre agrada, e quem me conhece sabe que itens para a mesa estão no meu top de preferências, optei pela publicação. Ao arrumar, ou melhor, desarrumar a sala para fazer as obras, encontrei alguns azulejos antigos e lembrei-me de transformá-los em descanso para pratos. No meu caso, mais descanso para a cafeteira e chaleira, já que não poucas vezes bebo o café ou o chá by myself e gosto de me cercar de objetos que me tragam conforto visual. Portanto providenciei cola de contato, arranjei umas sobras de cortiça, colei a cortiça no verso dos azulejos e...TCHARAN, azulejos vintage migraram do esquecimento para a mesa acrescentando a esta um toque de originalidade.

Nota importante: a luva e a pega (aqui usada como sous plat) em retalhos, foram gentis ofertas da Lete do blog Bordalinhas. Dois comjuntos chegaram de surpresa pelo correio, adoro-os e uso-os sempre!

PEQUENO ALMOÇO DE FÉRIAS

19.8.20
Não sou muito boa a caracterizar-me a mim própria mas uma das verdades insofismáveis sobre a minha pessoa é que adoro acordar muito cedo, fazer exercício e a seguir sentar-me para tomar o pequeno almoço. Exatamente por essa ordem e de preferência numa mesa onde pratos e demais adereços sejam um regalo para os olhos. Claro que se durante o ano a rotina de cedo erguer e sair para correr ou ir ao ginásio é muito natural para mim, a parte do tomar o café da manhã numa mesa bonita fica mais difícil de cumprir. Difícil mas não impossível, devo dizer, e quando sobra-me tempo faço-o. No entanto durante as férias não perdoo. Adoro o dia, o nascer do sol, a claridade, a cidade que começa lentamente a acordar, e antes de sair para fazer desporto deixo a mesa já posta, sempre várias, diferentes de dia para dia, e a família já sabe que só tem que completar: comprar o pão, fazer as panquecas, espremer as laranjas, cortar as frutas, colocar o café no fogo. É para mim, a melhor e mais prazerosa refeição do dia.  É quando se conversa e com entusiasmo se tece planos para as horas de ócio que nos esperam, é quando estamos com os sentidos mais alertas e abertos às sugestões uns dos outros. Todos os anos trago na bagagem, juntamente com os biquinis e as toalhas de praia, loiças, guardanapos, talheres e outros itens que se coordenem e me permitam diversificar as tablescapes. Nestas férias fui até um pouco mais além e providenciei uns individuais de execução bastante simples mas que me permitiram unir o útil ao agradável: quase esvaziei o saco dos retalhos (quase) e todas as manhãs começámos o dia com mais cor e energia. Exatamente como é suposto se viver o verão.

CANDEEIRO DE PÉ REPAGINADO

3.8.20
Com as obras na sala, alguns móveis mostraram os seus defeitos, ou seja, enquanto estava tudo a precisar de uma manutenção, não se notava, mas com paredes recém pintadas e elementos novos introduzidos, as falhas e deficiências das peças mais antigas e usadas, tornaram-se evidentes. Foi o caso do candeeiro de pé em talha que herdei de uma cunhada há uns bons anos. Um pouco clássico demais para o meu gosto, possivelmente jamais olharia para ele se o visse à venda numa loja, mas o fato é que depois de uma década de convívio estreito, é ele que nos dá uma luz agradável e proporciona um ambiente tranquilo à noite na sala. Além de ser flexível o suficiente para andar mais ou menos pela casa toda quando é preciso. Portanto minha relação com a peça era excelente e só me incomodava o verniz escuro, que não realçava o trabalho da madeira e tornava o todo bastante carregado. Armada de etanol e uma pequena escova de aço, limpei todo o pé do candeeiro. É um trabalho enfadonho: molhar com o liquido, esfregar com a escovinha, enxugar. Molhar, esfregar novamente, passar o pano seco. Repetir. Repetir. E repetir, até ficarmos satisfeitos, só que nunca ficamos. No caso, a madeira era nogueira e não clareou como eu esperava ou então foi o acabamento que dei (goma laca) que não cooperou. Mas melhorou bastante o ar sisudo do candeeiro, e a substituição do abajur por um mais alegre também ajudou. Vai continuar no mesmo canto de sempre, só que agora, gosto do que vejo.

MÓVEL COM DISTRESSING LOOK

20.7.20
Não é com certeza a transformação mais maravilinda que já viram por aqui. Mas eu tenho uma explicação para isso. E pode até ser que o móvel esteja acabado mas, pensando melhor, talvez não. E tenho uma explicação para isso também. Vamos então aos esclarecimentos: na sequência das obras da sala, estou igualmente a dar um up na varanda e a estante florida que brilhou ainda uns aninhos depois do último makeover que fiz, desfaleceu de vez. No entretanto encontrei um móvel pequeno de cozinha tão pegajoso de gordura que para o tirar do sítio onde se encontrava tive que usar luvas. Comecei a tirar-lhe a tinta sem saber bem que acabamento iria lhe dar nem onde o iria colocar, e veio-me a ideia de o levar para o lugar da estante mas achei-o pequeno. Foi quando lembrei-me que há tempos tinha guardado um móvel superior, também de cozinha, a que chamei "alçado", e que este, pendurado na parede acima do mais pequeno talvez fizesse um combo engraçado. Como não sei com que visual ficará o alçado (que tem uma lateral em falta e foi fazer uma visita à oficina do carpinteiro) e preciso que o conjunto tenha alguma coerência, resolvi apenas limpar o móvel de baixo e dar-lhe um acabamento em cera. Por isso digo que esta transformação não vos arrancará um UAU e que também pode não estar acabada, vai depender do caminho que o superior levar. Mas se olharem bem para as fotos do antes, vão notar a tinta velha, espessa e já sem cor, que agora desapareceu, dando lugar a um distressing (ou distressed) look, que é quando propositadamente se dá uma aparência usada a um móvel novo ou se assume a passagem do tempo numa peça já gasta. E agora vamos ver para quando o alçado já que em fila tenho outros "artigos"!

CENAS DE UMA SALA NOVA #2

5.7.20
E cinco semanas depois, a saga das obras na sala finalmente começa a acalmar. Primeiro foi o barulho e o pó que comemos com a demolição da lareira e a abertura do vão para o terraço (se não chegou a ver, pode recapitular aqui ). A seguir entrou em cena o estucador para rebocar a parede de onde saiu a lareira e completar a sanca do teto, mas antes dele o eletricista já tinha ido para adicionar algumas tomadas e mudar a localização da TV. Houve também necessidade de chamar o carpinteiro para completar as tábuas de piso no "buraco" que ficou sob a extinta lareira. O último a aparecer seria o afagador, mas resolvemos testar a cor das paredes e dar pelo menos uma demão de tinta antes de lixar e envernizar o chão. Portanto, neste momento, o grosso da obra está feito (thanks God) e já vou poder colocar os móveis nos seus respetivos locais e começar a arrumar tudo o que foi tirado de dentro deles ao mesmo tempo que faço uma triagem nas milhentas coisas que tenho e não uso. Ainda se adivinha muito trabalho pela frente, mas vem a parte boa e limpa: o sofá novo, as cortinas imaculadas, cadeiras a estrear para a mesa de jantar, o papel de parede colorido. Mas esperem lá, vai ser tudo novo???? Nãããooo, os móveis basicamente serão os mesmos mas em novas posições e os quadros e demais decorações serão reorganizados. Com tempo virá a estrutura de madeira para impedir a vista franca da sala a partir da porta de entrada da casa, tenho em mente pesquisar e comprar dois tapetes grandes para delimitar zona de jantar e área de estar e arranjar também um móvel para a TV. Enfim, são estas as notícias do front de obra, penámos bastante mas já se vê a luz no fundo do túnel...

Nas imagens abaixo, o estucador "remenda" a parede onde foi retirada a lareira e faz o troço da sanca do teto em falta:

CENAS DE UMA SALA NOVA #1

9.6.20
A demolição da lareira e da bancada anexa à mesma foi, durante anos, um assunto tabu lá em casa: mal eu o mencionava, o marido hiperventilava. O meu argumento era simples: livrando-me da lareira não ia ganhar muitos metros quadrados na sala, mas também não iria mais ficar condicionada por ela. Teria a possibilidade de mudar o sofá de posição, de abrir uma porta grande para o terraço e usufruir mais da vista do verde lá  fora. Enfim, seria uma lufada de ar fresco numa sala com 25 anos, que viu 3 crianças crescerem e precisava de um upgrade urgente. Os argumentos dele nunca me convenceram: era uma obra chata, havia a dificuldade acrescida de "segurar" a chaminé que vai até ao telhado do prédio, em suma, um capricho meu que em nada iria contribuir para a modernização do espaço. Foram de tal modo as discussões entre nós, que resolvi chamar uma amiga designer de interiores para mediar o casal. E deu certo! com uma voz externa a opinar, uns desenhos bonitos e acredito eu que também com uma grande dose de cansaço de me ouvir, a lareira e respetiva bancada finalmente vieram abaixo! A casa está uma confusão, o pó reina no ar, o fresco da noite entra pela janela inexistente, mas enquanto mais de 70 sacas de entulho saíam lá de casa, um peso se aligeirava nos meus ombros...
Não sei bem nem quando nem como vai acabar a obra, mas já tenho algumas certezas: o sofá (novo) vai mudar de posição, uma estrutura, provavelmente de madeira, impedirá a vista franca da porta de entrada para a sala (não tenho hall de entrada no apartamento) e cortinas fluídas irão esvoaçar quando uma brisa suave soprar.
Abaixo, fotos da sala como estava e imagens da situação caótica atual. Capítulos novos se seguirão consoante o andamento dos trabalhos.

POUR DAHLIA

20.5.20
Uma mantinha em patchwork cai sempre bem para uma criança. Quando são pequeninos, serve para cobrir, envolver, aconchegar. Quando crescem mais um pouco, é bom para colocar no chão na hora de brincar. Se lá fora o sol brilha, levamo-la para o jardim. E mesmo que com o passar do tempo, a coberta se torne pequena e a criança não pare quieta, ela continuará a ser um agasalho confortável e cheio de estilo para se aninhar no sofá. Descobri que azul turquesa é a cor que predomina nos tecidos que tenho guardados e que esse tom liga bem com pink, vermelho, amarelo, verde, que aliás, são outras tonalidades que também abundam no meu stock. Todas juntas formaram uma manta altamente alegre que irá viajar até França e abraçar a petite Dahlia. 

A MANTA DO GABRIEL

27.4.20
Esta manta já era para estar acabada antes do lockdown, mas aconteceram alguns percalços que me fizeram colocá-la de lado durante uns bons tempos: blocos que depois de unidos não acertavam bem (apesar de eu ter a certeza de os ter cortado com perícia) e pespontos mal feitos que me levaram a desfazer duas e três vezes o mesmo trabalho. Enfim, por vezes é assim, a coisa não corre tão bem e a minha solução pessoal quando isso acontece é colocar o trabalho de lado até a implicância passar e a inspiração voltar. Mas este fim de semana achei que já era hora de meter mãos à obra, afinal, o Gabriel já nasceu em Janeiro e da maneira que o tempo voa, qualquer dia a prenda deixaria de fazer sentido. Confesso que, quando arrematei o último ponto da manta e afastei-me alguns metros para observá-la, esqueci imediatamente as contrariedades iniciais e gostei do que vi : achei que resultou ter usado uma cor "mais séria" como o mostarda e tê-lo mesclado com verde água e rosa, e que a introdução de um tecido às flores numa manta destinada a um rapaz, tornou-se no elemento surpresa que diferencia a peça. 
E agora que tudo acabou em bem, estou super entusiasmada com o próximo trabalho: outra manta, do género desta, mas para uma menina! Não vou querer demorar 3 meses a fazê-la e não vou precisar me conter nem nas cores nem nos padrões. E quando não há condicionantes é tudo mais fácil...ou talvez não!

APESAR DE TUDO, É PÁSCOA...

10.4.20
Apesar dos pesares, da confusão que corre fora de portas, do tempo que não passa cá dentro, dos projetos adiados, das incertezas para o futuro, é Páscoa. É certo que as circunstâncias nos impedem de nos juntarmos com todos os que gostaríamos, mas também é verdade que podemos festejar com os que estão em recolhimento connosco e utilizando aquilo que temos em casa. Se procurarmos bem nos armários e gavetas, há enfeites temáticos que já serviram em anos anteriores, há aquele faqueiro especial, os copos que não usamos para não se partirem e os pratos reservados para os dias de festa. Há também flores falsas que alegram tanto quanto as verdadeiras. Numa das idas ao supermercado, basta adicionar ao carinho ovos grandes e não tão grandes, amêndoas e chocolates. O resto é vontade e imaginação, não fosse esta a época da celebração da alegria e da esperança!
O que fiz questão de usar nesta quadra, foi a toalha oferecida pela mãe de uma colega minha de escritório, feita a partir de um lençol de linho rústico do enxoval da avó. Pequeno para as camas atuais, ela cortou o tecido aos quadrados e uniu-os com crochet, até completar as dimensões da minha mesa. Sinceramente, dos presentes que mais me tocaram nos últimos tempos.
Também o bolo tem seu significado: foi feito, sob encomenda, pelo marido, e olha que eu sou exigente, até lhe apresentei foto inspiração!
Domingo, quando sentarmos à mesa, só deixarei 3 pratos, mas garanto que no nosso coração e em pensamento, seremos muitos, muitos mais.
Feliz Páscoa!
Quer ver outra mesa de Páscoa feita com carinho e com o que havia em casa? siga por aqui até ao lar da Lulu...

TREAT BAGS DE PÁSCOA NA PORTA DOS VIZINHOS

2.4.20
Enquanto as dificuldades continuam lá fora, dentro de portas a regra é aproveitar o tempo, que antes nos faltava mas agora, parece que não passa. Por essa razão, e também pela Páscoa que se aproxima, achei que seria simpático distribuir pelos meus vizinhos no prédio uma lembrança que remetesse à quadra e os fizesse sentir mais acarinhados, já que reunir as famílias, como é a tradição, será missão impossível este ano. Para isso, contei com a prata da casa, entre retalhos, fitas e outros enfeites, procurei moldes no pinterest e dei asas à imaginação, realizando uns sacos simples que pudessem comportar uns chocolates e alguns brindes alusivos à época. Por vezes pensamos que este tipo de lembrança é voltado para os mais jovens, mas posso dizer-vos que não. Os graúdos também acham graça e por isso mesmo, ninguém foi esquecido, e se alguns sacos são mais infantis e destinaram-se às famílias com crianças, outros saíram mais "sérios" a pensar nos mais velhos. Em tempo de distanciamento social, tive o cuidado de avisar os vizinhos por whatsapp que iria colocar os mimos à porta de cada um, e que tudo estava devidamente limpo e desinfetado. As reações não se fizeram esperar e é impressionante como gestos despretensiosos podem desencadear tão boas emoções! 

VEM AÍ A PRIMAVERA!

17.3.20
Sei bem que estamos a viver tempos muito complicados e que vir aqui falar sobre a primavera pode parecer fútil e até despropositado mas também acredito que mesmo forçados a limitações e novos hábitos, podemos, entre paredes, aproveitar para descobrir coisas simples que nos façam sentir menos ansiosos. Por essa razão, vou continuar a postar o quanto puder, inspirações e pequenos projetos que nos entretenham e nos permitam levar de forma mais leve estes tempos tão conturbados.

E como no hemisfério norte, a tão desejada primavera está ao virar da esquina, nada melhor do que olhar à sua volta e ir procurar na arrecadação ou no desvão do telhado, aqueles objetos velhos e enferrujados, que há anos estão sem uso, aproveitar a personalidade que esses itens já possuem e leva-los mais além, conferindo-lhes charme extra, beleza extra e utilidade nova. Afinal, ideias não convencionais são sempre uma inspiração...

As fotos foram feitas em Bath, em Julho de 2019, cidade situada no sudoeste de Inglaterra, conhecida pela sua universidade e banhos termais naturais.

Em inglês, canteiro de flores diz-se flower bed e parece que levaram o termo ao pé da letra quando transformaram esta cama de criança num pequeno jardim:

BRANCO SOBRE BRANCO

28.2.20
Branco não é a minha praia. Nunca foi. Aprecio, mas, ao contrário da maioria das pessoas, pintar alguma coisa de cor neutra, equivale a sair da minha zona de conforto. Dá-me a sensação de que fiquei aquém, de que a peça merecia mais da minha imaginação e do meu empenho. No entanto, na minha profissão, não posso olhar só para o meu gosto pessoal, preciso compreender o contexto, entender o todo e aqui não cabia cor nem madeira à vista. O conceito era branco sobre branco, e assim ficou! A simplicidade é por vezes mais difícil de atingir que o complicado. Sei disso. E no fim do trabalho, gostei do realce que o branco deu aos torneados e às ferragens e que o despretensioso toucador, esse eterno feminino, tivesse conseguido ganhar relevância e assumido o seu papel num espaço de alguma pompa e circunstância.


CASA DE BANHO RENOVADA

8.2.20
Há muito que queria renovar a casa de banho dos meus filhos. O espaço atendeu as necessidades deles durante quase 24 anos, mas estava infantil, descaracterizado e até ultrapassado, com uma banheira que serviu quando eles eram crianças e brincavam no banho mas já não fazia qualquer sentido e uma sanita que dava de frente para a porta, o que me incomodava bastante. Quando comecei a obra, não imaginava bem o resultado final, apenas sabia que iria substituir a banheira por uma base de duche, abrindo assim espaço para a sanita mudar radicalmente de lugar e também queria tornar tudo mais fluído. Uma casa de banho com pouca cara de casa de banho e sem muitos elementos pesados agarrados às paredes, de modo a que, em caso de enjoo, não fosse preciso "partir" tudo novamente. Claro que também não esqueci que tenho duas filhas e um rapaz e que este não estava muito a fim de circular num ambiente feminino.
Quando tudo ficou pronto, a minha sobrinha, talvez influenciada pelo tom terra que escolhi para o micro cimento aplicado nas paredes e no piso, achou que a casa de banho adquiriu um earthy look.  A verdade é que tentei misturar elementos cromados e acessórios de linhas contemporâneas com outros mais naturais e que a última coisa que eu pensava era colocar um móvel de apoio alto e escuro. No entanto, sem ter achado nada que me satisfizesse (apesar de ter sido persistente na procura) era este que estava disponível na arrecadação e, meia contrariada, acabei por lhe dar uma chance. Calhou até bem porque sobre ele arrumei umas plantinhas e conto com a janela no teto para que a luz natural e o sol que incide nesse preciso local nos meses de primavera e verão assegurem a subsistência da mini micro urban jungle.
Qualquer projeto, por mais pequeno e simples que seja, tem sempre um elemento que se torna o preferido, e neste caso, para mim, foi o conjunto de cabides de parede, que atendem pelo nome de Dots, que coloquei junto ao espelho. São tão pouco óbvios que, quem entra, fica na dúvida para o que servem...


TRANSFORMAR SEM ADULTERAR #2

14.1.20
Há praticamente 1 ano, mostrei-vos imagens de alguns "depois e antes" (sim, nessa ordem) de um projeto que estava a finalizar. Na altura a minha ideia era, passado algum tempo, exibir mais fotos que julgava eu, poderiam ser interessantes. Mas os meses voaram, a unidade em questão entrou em funcionamento, minha cabeça voltou-se para outras paragens e a intenção ficou por concretizar. Mas como nunca é tarde, penso que as adaptações da entrada do edifício, o destino da antiga cabine de elevador, a revitalização da escadaria central, as soluções encontradas para os corredores assim como a manutenção de móveis existentes nos pisos, originando quartos únicos, podem ser aspetos que vos inspirem de alguma forma. Preparem-se então para uma longa visita virtual...

No pórtico da entrada houve a preocupação de se anular os degraus existentes:

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