MOSCOVO

21.11.19
Chegar a Moscovo no início da noite, com muito frio, chuva fina e sem GPS para encontrar o hotel, não foi tarefa fácil. Mas de vez em quando em viagem, lançamo-nos esse repto: o de alcançar o destino à moda antiga, com mapa na mão e a pedir informações. É uma forma de fazer trabalhar o cérebro e também de nos orientarmos melhor numa cidade onde acabámos de chegar. A primeira vez nas ruas de uma cidade nova pode ser excitante e assustador ao mesmo tempo. Mas eu considero um desafio e explorar faz parte integrante de qualquer viagem. Seria mais fácil chamar um táxi ou Uber e indicar-lhes a morada, mas com certeza não teria o mesmo sabor.

Mas depois da chuva veio a bonança e o dia seguinte acordou com temperaturas baixas mas bonito e nossa primeira caminhada foi até à Praça Vermelha. Na Praça, além da exuberante Catedral de São Basílio, que emociona qualquer turista, ficam ainda o Kremlin, o Jardim de Alexandre, o Túmulo de Lenine e do Soldado Desconhecido, o Museu do Estado e outras construções menos conhecidas mas tão belas quanto.

SÃO PETERSBURGO

11.11.19
A viagem à Rússia surgiu inesperadamente, um presente dos filhos pelos 60 anos do pai. Além dos bilhetes de avião já comprados com datas inadiáveis, não fossemos nós atrasar indefinidamente o passeio, também vinha um guia super completo para nós lermos e nos convencermos que nada poderia ser mais fantástico e cultural do que 10 dias em terras dos Czares. Até hoje pergunto-me como a filha mais velha, a única que trabalha e se sustenta, convenceu os irmãos a esvaziarem os seus porquinhos e entrarem nesta empreitada, mas o fato é que em meados de Setembro, lá embarcámos, marido e eu, pela segunda vez, para a Rússia.
Sim, segunda vez. Havíamos lá estado há exatos 25 anos atrás, muito pouco tempo depois da queda da cortina de ferro e da transformação da URSS em Rússia, uma época em que nada havia no país, em que não podíamos sair do hotel desacompanhados, em que comida era coisa rara e a miséria era latente. Foi portanto com grande surpresa e admiração que, após tratarmos de alguns trâmites como vistos, convite e seguro de viagem obrigatórios, desembarcámos numa São Petersburgo já gelada, mas linda, resplandecente e cheia de coisas para ver. Uma terra segura, onde andámos sozinhos por todo o lado sem nunca sermos incomodados, com uma vida social e noturna incrível e um artesanato riquíssimo. Na véspera de sairmos de Lisboa num voo matinal para Moscovo e logo em seguida, outro para São Petersburgo, lembrámos-nos do álbum de fotos de um quarto de século atrás e tirámos fotos das fotos para tentarmos identificar os locais onde tínhamos estado e compararmos as épocas.

O hotel onde ficámos era super central, perto do Museu Hermitage  e a uma curta distância da Nevsky Prospect, a principal avenida da cidade.
Foi pelo museu que iniciámos as nossas visitas. Se há um quarto de século, o antigo Palácio de Inverno dos Czares era já muito conhecido, a verdade é que me lembro de por lá deambular quase sozinha, sob os olhares atentos de umas velhas senhoras sentadas nuns banquinhos em cada sala, a guardar o acervo.

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