CASA 2420

27.4.16
É uma casa geminada e igual a todas as outras que estão à volta. As janelas são pequenas, a orientação solar não é das melhores e por conta disso a luz não entra como se desejaria. Apenas uns tímidos raios de sol pela manhã no quarto, e mais uns quantos da parte da tarde, na cozinha. Mas fica numa rua tranquila e é simpática. Ou melhor, talvez as três pessoas que lá moram tenham conseguido lhe dar alguma graça, mais, muito mais, pela jovialidade e alegria de viver que têm do que propriamente com o sentido estético que possuem. 
A Kelli trouxe o que estava esquecido no sótão dos pais. A Lauren completou a sala com usados encontrados online. A Bea contribui com móveis baratos do Walmart, e alguns itens desviados da casa da mãe. Pelo meio, herdaram a mesa de jantar com cadeiras de uma colega que regressava ao país de origem. Peças que não combinam nem conversam, muito menos se harmonizam, mas formam um todo que, de alguma forma, acolhe-nos e abraça-nos.
Aqui fiquei duas semanas e durante esse tempo houve casa arrumada, flores frescas e mesa cuidada. Mudei alguns móveis de lugar, pendurei os quadros jazidos no chão. Com uma fita métrica de costura a fazer de régua, uma tesoura de cozinha, e sem tirar as gavetas do sítio, dei um up na cómoda enfadonha. A Bea já está habituada a esta mãe que gosta de inventar, mas como a cada dia havia uma novidade, justificava-se perante a surpresa das housemates com um "well, you know, that´s what she does for living". Elas, divertidas, respondiam que estava tudo "so cool", o que para os meus ouvidos, não só soava a elogio como era sinónimo de "go ahead"!

COLUMBIA (MO)

20.4.16
Columbia, no estado do Missouri, onde me encontro, é uma cidade que gira em torno da University of Missouri, sendo o mesmo que dizer que estou num local em que os estudantes são a grande maioria. Minha filha faz parte desse grupo, e o real propósito da minha viagem foi vir matar saudades e mimá-la no que pudesse. Portanto minha rotina nestas duas semanas de estadia foi de mãe, doméstica, motorista, psicóloga, "supporter" nos 4 torneios de ténis que assisti, já que ela joga pela universidade. E, finalmente, turista nas horas vagas. Columbia é relativamente pequena e basicamente divide-se entre o campus universitário, a downtown e como a maioria das cidades Americanas, alguns malls espalhados. Os atletas da universidade são chamados de Missouri Tigers, e por este motivo, vão ver que o tigre é tema recorrente em várias vertentes.

CHICAGO

12.4.16
A 2ª vez que ouvi falar sobre Chicago, terá sido no cinema, nos filmes de gansters. A 3ª, já na faculdade, quando se estudou a obra do arquiteto Frank Lloyd Wright. Mas a 1ª foi pela boca da minha avó, que contava aos netos uma piada considerada imprópria para crianças educadas. Era a seguinte:
Um japonês encontrava-se num avião a atravessar a América, dirige-se à assistente de bordo e pede: "senhola, pol favol, avise-me quando estivelmos soblevoando Nova Iolque!".
A assistente assim faz e ao passar sobre Nova Iorque, procura o Japonês, que no momento se encontrava na casa de banho. Bate na porta e avisa: "Senhor, estamos sobre Nova Iorque". Ao que o asiático responde: "Obligado, mas agola, estou vendo chi cago!". Era a risota geral, minha avó espantada com sua própria ousadia e minha mãe furiosa por as filhas estarem a aprender "nomes feios".
Pois bem, foi com a minha avó no pensamento e muita expetativa na bagagem que desembarquei numa Chicago supostamente na primavera, mas com 1 grau e a nevar! Adormeci num shuttle sacolejante, mas aquecido, que me levou ao hotel e cheguei ao The Loop, bairro central, onde ficam o comércio e as principais atrações turísticas. Minha primeira saída foi em direção ao Millennium Park, para ver o Cloud Gate, escultura em aço mais conhecida por The Bean, devido à sua forma óbvia. É o atual cartão postal da cidade, e pessoalmente encantei-me e diverti-me com as mil possibilidades de ver os arranha céus de Chicago deformados na sua superfície.

DE MALAS FEITAS

3.4.16
Estou de malas feitas, a poucas horas de partir para visitar a filha que mora nos EUA. Isto de ter filhos no estrangeiro, se por um lado é penoso, por outro tem as suas vantagens, sendo a melhor delas o facto de acabarmos por ir a locais que, de outra forma, ficariam de fora do nosso roteiro. Como a viagem é bastante longa, 3 aviões e quase 24 horas de caminho, opto por desembarcar na 2ª paragem: Chicago. Já que é uma das escalas para chegar ao meu destino final, e não sei se alguma vez passarei por lá novamente, não quero perder a oportunidade de conhecer esta cidade. Vou sozinha, algo inédito, pois quem pertence a uma família de 5, sabe como é difícil estarmos entregues a nós próprios e por mais que todos tenham suas ocupações, há sempre pelo menos um membro disponível para acompanhar. Mas desta vez, não, e até chegar a Columbia, no estado do Missouri, onde mora a filha, eu serei minha própria companheira de viagem.
Como sou uma pessoa prática e que detesta andar carregada, a mala vai quase vazia. Quaaaase, pois levo presentes para Sasha, Mary, Melissa, Cassidy, Turner, Kelly, Clare. Nomes que me habituei a ouvir e que finalmente vou conhecer. São treinadoras, colegas de equipa, e uma mãe de quatro que tantas vezes coloca mais um prato à mesa e convida a minha filha. Foi tudo feito em casa: almofadas, runner de mesa e, a pedidos, os sacos para guardar lingerie que tantas vezes já mostrei no blog. Nunca pensei que esses organizadores fossem fazer tanto sucesso entre as amigas das filhas!
E sendo estas as novidades, é muito provável que nas próximas 2, 3 semanas, os posts sejam publicados diretamente dos Estados Unidos, assim enxerguem os meus olhos, coisas interessantes para vos mostrar!


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