DE MÓVEL DE CASA DE BANHO A MÓVEL GUARDA COMIDA

31.7.21
Não é a primeira vez que me cruzo com este tipo de móvel. Eram tão corriqueiros há 60, 70 anos, surgiam nas mais variadas formas e tamanhos, ficavam por cima dos lavatórios nas casas de banho, e geralmente chegam aos nossos dias bastante danificados por anos a fio de humidades em instalações sanitárias com pouca ventilação, e também pelo uso ao qual estavam destinados: acondicionar escovas de dentes e demais itens de higiene, como tónicos, loções, líquidos para gargarejar, enfim frascos de toda a sorte que acabavam guardados molhados provocando manchas e algum bolor. Este estava exatamente nesse estado, numa casa de banho de um velho andar em obras e só não foi parar ao vazadouro porque o empreiteiro, contrariado diga-se, fez o esforço de ir ao entulho "ver se ainda lá está" só para não me ouvir mais a perguntar pelo dito cujo. Seja como for, o fato é que saí de lá feliz da vida, com a pequena peça imunda em baixo do braço. Adoro pequenas peças; são fáceis de manejar, dão pouco trabalho e permitem-me fazer experiências. Eu tenho fazes, e atualmente ando apaixonada pelas chalk paints da Annie Sloan. As cores são lindas, dispensam o primário, a cobertura é ótima e conferem uma certa textura. Parece propaganda, e é, só que grátis. Também ainda não me cansei dos decor transfers, antes pelo contrário, portanto sinto que nos próximos tempos a combinação Annie Sloan Chalk paints / decor transfers serão uma constante por aqui....
Mas voltando ao pequeno armário, quando o coloquei sobre a bancada de trabalho, só tinha em mente que queria me ver livre das divisórias interiores, que de tão estreitas tinham pouca utilidade. Arrancá-las, estragou o fundo e facilitou-me a vida. Fiquei com uma tela em branco para pintar e transferir decalques. Gosto quando os móveis não revelam por fora aquilo que têm lá dentro: Beauty comes from the inside, dizem, e eu concordo plenamente. Confesso que primeiro acabei a parte de dentro pois estava numa relação de amor-ódio com a porta: não gostei da madeira que apareceu quando lixei a tinta velha, o espelho não me dizia nada e o vidro pintado menos ainda. Considerei mesmo descartá-la mas lá pelas tantas pensei que se tinha desmontado o móvel, também poderia desmantelar a porta e quando o fiz, achei que com um puxador novo e uma tela, a coisa poderia se compor. Foi assim que de móvel de casa de banho passou a guarda comida. Por força das circunstâncias. E da minha implicância.


TOTAL MAKEOVER DA CASA DE BANHO DO CASAL

11.7.21
Depois do quarto das filhas, do banheiro delas e do filho e da sala, a última grande remodelação que faltava fazer cá em casa era a casa de banho minha e do marido, que passou de completamente insípida para um espaço com mais leveza e personalidade. O banheiro vinha já há tempos com problema de cheiros que não conseguíamos resolver e a descarga da sanita havia sido arranjada 2 ou 3 vezes sem sucesso, fatores estes que nos incomodavam bastante na utilização do espaço no dia a dia. Houve dois grandes objetivos na concretização das obras: o primeiríssimo era tirar a sanita da frente da porta. A segunda intenção era ter uma casa de banho com pouco ar disso. A mudança da sanita para um novo local foi uma incógnita até partirmos o piso e verificarmos que felizmente tínhamos pendente para o esgoto no sítio que queríamos colocar o vaso. Já a ambientação estava mais ou menos toda na minha cabeça menos o painel mural que acabou por ser o protagonista do espaço. Este foi-me sugerido (e fornecido) em boa hora por uma amiga designer de interiores e apesar da melhor parte dele ter ficado escondida pela bancada, a verdade é que surpreende quem entra no espaço. O resto foi aproveitado de outros lados ou garimpado por aí: a bancada é um side board dos anos cinquenta sobre a qual coloquei uma pedra, a luminária de teto foi adquirida numa loja vintage. O espelho com luz atrás, encontrei-o on-line após dias de navegação, o banco de cerâmica e o bacio antigo já passaram por outros ambientes onde tiveram outras funções, o cabide de parede veio da casa da filha, o copo das escovas de dentes faz parte de um set de copos em cerâmica para tomar café com leite e a saboneteira (que não é conjunto com o copo mas combina) é um porta trecos a.k.a esvazia bolsos. Tudo junto e misturado alegra-me os olhos e a alma quando pela manhã os primeiros raios de sol refletem nas paredes. Não há mesmo como não começar bem o dia!

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