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VIDA NOVA PARA UM APARTAMENTO SEM GRAÇA

1.7.24

Na minha vida de arquiteta acontece bastante o seguinte: entro num apartamento nem tão apertado assim, mas entupido de móveis, com os estores a deixar passar apenas uma nesga de luz e um quase nada de ventilação, e imediatamente ponho-me a imaginar como o mesmo se transformaria se o mobiliário obsoleto saísse, uma ou outra parede fosse abaixo e as persianas subissem completamente deixando a claridade entrar a rodo. Se por vezes saio desses mesmos apartamentos para nunca mais lá voltar, de outras é-me dada a oportunidade de operar essas mudanças! E quando chego ao fim de meses de trabalhos, pontuados por alguns revezes, mas também por gratas surpresas, concluo inevitavelmente que o mérito nunca é meu e sim do próprio imóvel, que ali jazia, cheio de potencial, apenas à espera de alguém que suba os estores, derrube uma parede e ouse com alguma cor. Nas próximas imagens vão ver como um andar de três divisões tornou-se num 2 quartos com sala e cozinha integrada e para aqueles que, como eu, gostam MESMO deste tipo de assunto, deixo, no final do post, plantas muito simples do antes e depois das obras para uma melhor orientação. Como extra, sugiro que espreitem aqui e aqui duas peças transformadas de propósito para esta casa. Enjoy!



ANTES E DEPOIS DE UM ANDAR CENTENÁRIO

15.10.22

Passei semanas a pensar como proceder com esta publicação. Remodelar andares antigos, mantendo tudo aquilo que faz parte do seu caracter e da sua personalidade é das coisas que mais me dão prazer de fazer na vida. Vivo tão intensamente todo o processo que quando este chega ao fim tenho uma dificuldade imensa em me separar das casas. Desta vez, quando a obra ficou concluída, dei por mim com centenas de fotografias e dezenas de vídeos no telemóvel, um acervo importante e interessante que relata bem todo o trabalho que foi realizado neste andar centenário. Intervenções cirúrgicas que trouxeram esta casa para o século XXI sem no entanto despojá-la da sua essência e originalidade. Fiquei sem saber como partilhar tanto que tinha na manga, de uma forma que não se tornasse enfadonha. Como os meus conhecimentos tecnológicos não são muitos, recorri ao sobrinho, que conseguiu que eu fizesse upload para esta página de dois vídeos perdidos no telefone: um filmado durante as obras e o outro feito no dia em que entrei na casa pela última vez. São um pouco longos, reconheço, e quando os fiz foi sem intenção de os partilhar daí não terem um cunho profissional. Mas quando me vi com tantas imagens em mãos e comecei a organiza-las para esta postagem, acabei por achar que para os amantes do "antes e depois", os filmes fariam bem mais sentido. Para aqueles que não têm tempo, deixo algumas fotos, sendo certo que os vídeos falam por si e demonstram bem melhor aquilo que aconteceu nos meses que os trabalhos duraram. Conheci o último casal, já muito velhinho, que aqui habitou por longos anos, muitos mesmos. E conheci também a família que mudou-se para este andar há escassos 2 meses, e cada vez me convenço mais de que as casas têm fases e acolhem. Um ciclo terminou para uns mas uma página em branco se abriu para outros que ali criarão novos afetos e novas memórias.





TOTAL MAKEOVER DA CASA DE BANHO DO CASAL

11.7.21
Depois do quarto das filhas, do banheiro delas e do filho e da sala, a última grande remodelação que faltava fazer cá em casa era a casa de banho minha e do marido, que passou de completamente insípida para um espaço com mais leveza e personalidade. O banheiro vinha já há tempos com problema de cheiros que não conseguíamos resolver e a descarga da sanita havia sido arranjada 2 ou 3 vezes sem sucesso, fatores estes que nos incomodavam bastante na utilização do espaço no dia a dia. Houve dois grandes objetivos na concretização das obras: o primeiríssimo era tirar a sanita da frente da porta. A segunda intenção era ter uma casa de banho com pouco ar disso. A mudança da sanita para um novo local foi uma incógnita até partirmos o piso e verificarmos que felizmente tínhamos pendente para o esgoto no sítio que queríamos colocar o vaso. Já a ambientação estava mais ou menos toda na minha cabeça menos o painel mural que acabou por ser o protagonista do espaço. Este foi-me sugerido (e fornecido) em boa hora por uma amiga designer de interiores e apesar da melhor parte dele ter ficado escondida pela bancada, a verdade é que surpreende quem entra no espaço. O resto foi aproveitado de outros lados ou garimpado por aí: a bancada é um side board dos anos cinquenta sobre a qual coloquei uma pedra, a luminária de teto foi adquirida numa loja vintage. O espelho com luz atrás, encontrei-o on-line após dias de navegação, o banco de cerâmica e o bacio antigo já passaram por outros ambientes onde tiveram outras funções, o cabide de parede veio da casa da filha, o copo das escovas de dentes faz parte de um set de copos em cerâmica para tomar café com leite e a saboneteira (que não é conjunto com o copo mas combina) é um porta trecos a.k.a esvazia bolsos. Tudo junto e misturado alegra-me os olhos e a alma quando pela manhã os primeiros raios de sol refletem nas paredes. Não há mesmo como não começar bem o dia!

CASA DE BANHO RENOVADA

8.2.20
Há muito que queria renovar a casa de banho dos meus filhos. O espaço atendeu as necessidades deles durante quase 24 anos, mas estava infantil, descaracterizado e até ultrapassado, com uma banheira que serviu quando eles eram crianças e brincavam no banho mas já não fazia qualquer sentido e uma sanita que dava de frente para a porta, o que me incomodava bastante. Quando comecei a obra, não imaginava bem o resultado final, apenas sabia que iria substituir a banheira por uma base de duche, abrindo assim espaço para a sanita mudar radicalmente de lugar e também queria tornar tudo mais fluído. Uma casa de banho com pouca cara de casa de banho e sem muitos elementos pesados agarrados às paredes, de modo a que, em caso de enjoo, não fosse preciso "partir" tudo novamente. Claro que também não esqueci que tenho duas filhas e um rapaz e que este não estava muito a fim de circular num ambiente feminino.
Quando tudo ficou pronto, a minha sobrinha, talvez influenciada pelo tom terra que escolhi para o micro cimento aplicado nas paredes e no piso, achou que a casa de banho adquiriu um earthy look.  A verdade é que tentei misturar elementos cromados e acessórios de linhas contemporâneas com outros mais naturais e que a última coisa que eu pensava era colocar um móvel de apoio alto e escuro. No entanto, sem ter achado nada que me satisfizesse (apesar de ter sido persistente na procura) era este que estava disponível na arrecadação e, meia contrariada, acabei por lhe dar uma chance. Calhou até bem porque sobre ele arrumei umas plantinhas e conto com a janela no teto para que a luz natural e o sol que incide nesse preciso local nos meses de primavera e verão assegurem a subsistência da mini micro urban jungle.
Qualquer projeto, por mais pequeno e simples que seja, tem sempre um elemento que se torna o preferido, e neste caso, para mim, foi o conjunto de cabides de parede, que atendem pelo nome de Dots, que coloquei junto ao espelho. São tão pouco óbvios que, quem entra, fica na dúvida para o que servem...


CASA DE BANHO COM BANCADA EM STENCIL

20.8.18
Um erro do empreiteiro da obra (leia-se, marido) que trocou as cores dos azulejos que eu tinha definido para cada casa de banho, e consequentemente, a cor da massa de microcimento aplicada no piso e paredes, fez com que pela primeira vez na vida eu tenha acabado com um ambiente totalmente tom sobre tom! Na altura fiquei bem chateada, não tanto pela troca das cores (nisso, eu daria um jeito) mas mais pela incapacidade dos homens de reterem na cabeça mais do que uma tarefa. No entanto, no decorrer da obra, fui-me apercebendo que as paredes casavam com o móvel, que este ornava com a janela, que esta última combinava com a porta, e que tudo junto, somado à luz natural de fim de tarde que entra abundantemente, tinha lá o seu encanto, apesar de eu, pessoalmente, precisar de um pouco mais de contraste para me sentir estimulada. Agradou-me de tal forma o conforto de jogar com o similar que quando, em viagem a Bruxelas, avistei pelo vidro da montra, dois cabides de parede com acabamento ferrugem, fiquei com a certeza que o local ideal para a dupla seria naquela casa de banho, cor de areia da cabeça aos pés. A bancada, que eu mostrei aqui, depois de passar largos meses em espera na sala lá de casa, foi com saudades que lhe disse adeus!

CASA DE BANHO COM BANCADA DE PÉ DE MÁQUINA

11.8.18
Finalmente o pé da máquina de costura que mostrei aqui assumiu com louvor as suas novas funções, numa despensa transformada em casa de banho.  Ele agora serve de base a um lavatório de pousar num espaço feito como gosto: com elementos que não combinam necessariamente, mas se coordenam; com materiais que tiveram outras vivências e com as características de época da casa, mantidas. Nos pormenores, outros dois itens que não dispenso: luminárias pendentes e cabides de parede. As imagens não são as melhores porque o espaço é estreito e a luz, artificial, mas cumpre o objetivo: levar-vos a não terem medo da mistura pois é quando elementos diversos se encontram e se destacam que a originalidade surge!

CASAS DE BANHO E COZINHAS DO SÉCULO PASSADO

2.10.17
Quem me conhece sabe que eu adoro ver as casas dos outros, não por bisbilhotice mas sim por um genuíno prazer de descobrir como as pessoas ocupam e vivem os espaços. E se as casas dos outros são, ou foram, mansões e cottages do séc 20, essa minha indiscrição natural ainda se agudiza mais. Mas não se alastra a todo e qualquer ambiente. O que gosto mesmo de apreciar, são as casas de banho e as cozinhas de antigamente. Do tempo em que, quem tinha desafogo financeiro, não se confinava em espaços pequenos, o banhar-se e vestir-se era todo um ritual, e as refeições exigiam protocolo e etiqueta. As imagens a seguir foram tiradas nas famosas mansões de Newport. Newport fica no estado de Rhode Island, nos EUA, e era, nos finais do séc. 18, inícios de 19, uma cidade da elite, onde famílias influentes de Nova Iorque construíam suas casas de veraneio. Quando veio a grande depressão dos anos 20, e à medida que as famílias foram desmoronando, para evitar que as casas fossem vendidas pelos descendentes, demolidas ou transformadas em modernos condomínios, surgiu uma entidade, a The preservation Society of Newport County, que as adquiriu e mantém-nas abertas ao público. Sorte a nossa, que hoje em dia podemos comprar um passe que dá acesso a todas as casas, e com a ajuda de um guia áudio, passearmo-nos pelas histórias de vida dos Vanderbilt ou dos Astor. Banheiros e cozinhas antigas, são a minha perdição. Os primeiros porque encontramos neles peças que chamo de "intrusos" e as segundas, porque me fascinam aquelas mesas enormes centrais. Intrusos, para mim, são tapetes, cortinados, sofás, cadeiras, cómodas, quadros e todos aqueles elementos que deveriam esta na sala ou no quarto, mas estão nas casas de banho. Objetos que parecem estar fora do seu habitat natural, mas a meu ver, dão um charme imenso a um ambiente tão prático e ascético como uma casa de banho. Quanto às cozinhas, sou perdidamente apaixonada pelas mesas gigantes, de tampo de madeira ou pedra, pela proliferação de utensílios antigos e pelos armários louceiros que espalham-se pelas paredes e deixam o enxoval da casa todo à vista. E quando deambulo por estes espaços, divago e deixo a imaginação fluir. Tento conjecturar sobre as dezenas de empregados que eram precisos para manter estas casas e servir os patrões. E esforço-me também por imaginar os aristocratas, de férias, mas num ritmo frenético de formalidades e cerimoniais, quando um dia era planeado ao pormenor e havia horários rígidos para toda e qualquer atividade!

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