DIY COLETIVO: DECOR BRASUCA

29.9.14
DIY Coletivo SOS decor é "uma blogagem coletiva, que reúne blogueiras que adoram um desafio para transformar, elas mesmas, suas casas em verdadeiros sweet homes." Todos os meses é proposto um tema diferente para pôr à prova as participantes. Este mês de Setembro, o DIY coletivo fez aniversário e para celebrar, além de lançar o tema "estampando a Brasilidade na decoração", ainda desafiou as integrantes da equipe a convidarem uma blogueira de fora a participar com a sua inspiração.
Eu fui a convidada da Carla, brasileira que mora na Alemanha e autora de um blog que eu adoro: The Blue Post . Apesar de me sentir lisonjeada por ter sido a sua desafiada, a verdade é que por semanas fiquei a zeros, sem me ocorrer uma única ideia capaz de levar um pouco de Brasil para dentro de casa.
Até lembrar-me da Brasileira mais famosa do século XX, artista que admiro, portuguesa de nascimento, carioca de alma e coração. Conhecida pelo seu visual tropical e extravagante, pelos infinitos balangandãs que carregava, pelos sapatos de plataforma que disfarçavam sua baixa estatura, pelos seus turbantes sui generis, e, sua marca definitiva e intransmissível, os arranjos de frutas tropicais que ornamentavam  a cabeça. Adivinharam! quem pode ser mais a cara do Brasil do que Carmen Miranda!
Daí a colocar a mão na massa foi um pulo! apenas precisei de comprar um cache pot e uma planta de interiores frondosa. Procurei na net uma foto expressiva da Carmen, que ampliei e imprimi numa folha de papel autocolante. O resto tinha em casa: glitter, purpurina, paetês, contas transparentes nas cores azul, verde e amarelo, enfim tudo o que pudesse servir para dar brilho ao cache pot e tornar a foto mais rica e tridimensional.
Associar caras a vasos é ideia antiga, mas aqui a proposta é homenagear Carmen e seus cocares mirabolantes!



MISTURAR SEM PRECONCEITOS

22.9.14
A Lies é Italiana e o Mauro, Brasileiro. Conheceram-se em Portugal, onde moraram muitos anos até se mudarem para os EUA e daí partirem para a Indonésia. Em Lisboa conservaram sempre o apartamento. Já não os via há algum tempo e tinha-me esquecido de como a casa deles é diferente. Única mesmo, eu diria, pois ali não há modelos nem regras, as coisas e as pessoas simplesmente entram e arranjam um lugar. É a casa mais descontraída e aberta aos amigos, e aos amigos dos amigos, que conheço. Espelhando, e de que maneira, a ausência de rotina do casal, e a forma desembaraçada de como encaram a vida.
Na casa, tudo está à vista e ao alcance de todos. Livros, Cds e Dvds, quadros e posters, objetos e moveis trazidos daqui e dali, convivem sem inibições e não há a preocupação de manter tudo asséptico e arrumado. É esse caos (quase) controlado que me atrai e a meu ver, é também aí que reside o encanto da casa. Uma desordem que pode ser perturbadora para alguns, mas que no contexto e para quem conhece o casal, apenas transmite um estilo de vida sem preconceitos.

NOSSA CASA NOS ANOS 70

13.9.14
Hoje o registo é diferente. Algo que tinha em mente há algum tempo: mostrar-vos a memória mais para trás que eu tenho de decoração, de estética, de dedicação ao lar. Pouco mais de um minuto, início dos anos 70. Minha mãe com um certo orgulho, mostra o apartamento alugado onde mora em Lisboa. Meu pai filma, para a posteridade. Nestes tempos as comunicações são difíceis e as tecnologias dão os primeiros passos. Um filme super 8 com a luz potente de um flash, é tudo o que se pode almejar, para um dia mostrar à família, lá longe no Brasil, como se vive na Europa.
Aparece o quarto das filhas, o papel de parede atrás das camas, uma estante repleta de bonecas (não me lembro das minhas amigas terem tantas bonecas quanto nós), uma cortina romântica na janela. O quarto do casal, um tanto ou quanto austero, o terço na cabeceira, e a almofada em ponto de Arraiolos, trabalho da minha mãe, na senhorinha ao canto. Depois vem a cozinha, impecavelmente limpa e arrumada para o outro dia. Mania que herdei: não vou dormir sem a cozinha estar pronta para a manhã seguinte. No parapeito da janela, vasos pintados de encarnado, pois na falta de um jardim (que ficara na sua terra) era aí que minha mãe cultivava sua paixão pelas plantas. O dedo verde, esse, não se me transmitiu.
E pelo meio, a animar o cenário, 3 crianças: duas filhas e um sobrinho. 
É como recordo minha mãe, atenta e cuidadosa com a casa. Se havia pouco, fazia muito. Se nada houvesse, inventava. E foi sempre assim, até partir.



Em tempo: para quem pergunta, sou a miúda com franjinha  no cabelo!

A CASA (NOVA) EM BRUXELAS

6.9.14
E quando ficou tudo arrumado e eu finalmente sentei-me na sala para estrear a poltrona e descontrair, é que me dei conta de que as movimentações tinham começado em abril, e se estendido até aquela noite de agosto.
Tudo começou com um whatsApp da filha, estava eu nos EUA. Ela dizia que tinha encontrado a casa ideal (espaços generosos, luz natural abundante, a 4 estações de metro da faculdade) para dividir com 2 colegas. Ponto negativo: um dos quartos era muito pequeno, e uma das amigas só compartilharia o apartamento com elas se tivesse a certeza de que toda a sua mobília caberia no dito cômodo. Era hora do jantar em San Diego (madrugada em Bruxelas) e os guardanapos da mesa serviram para rabiscar e trocar ideias. Aparentemente boas, porque convenceram a jovem indecisa.
Este foi o Kick-off para uma ideia, a princípio um tanto ou quanto peregrina, que começou a se formar: a arrecadação cheia, móveis a pedirem uma segunda oportunidade, e se eu recuperasse alguns, e se eu arranjasse um transporte, e se eu cuidasse da mudança? Ainda na dúvida, só precisava de mais um empurrãozinho e este surgiu quando vagou um apartamento da empresa onde trabalho, e eu fui visitá-lo para iniciar as obras: na sala, o inquilino tinha deixado um conjunto de sofá e duas poltronas. Era a deixa que me faltava! a sala estava completa! e a partir daqui, quem acompanha o blog, assistiu às peripécias: dei cara nova a um candeeiro, discuti com a filha por causa da mesinha azul, deixei de pedir opinião e fiz por minha conta e risco a dupla de bancos. Mas também contei com a ajuda de profissionais para estofar os sofás e dar laca a um aparador. Com os colegas de escritório que arranjaram uma sala desocupada, e foram recebendo e estocando as peças à medida que iam ficando prontas. Com o sr Serafim dos transportes, que apareceu na página do Facebook "Portugueses na Bélgica" e prontificou-se de imediato a fazer o trabalho. Com o marido que embarcou nos meus delírios e já em Bruxelas e junto com o filho, montaram pacientemente todos os móveis do Ikea (sim, também houve recurso ao milagroso Ikea!!). E com os vossos blogs que leio diariamente e de onde pesquei ideias, sobretudo de arrumação e organização. Um trabalho em equipa, para chegar a bom porto! Ainda não está acabado, suponho eu. Há paredes vazias, faltam cortinas e alguma iluminação. Mas agora a bola está com as três residentes do andar, que com tempo, se encarregarão dos detalhes!


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