AT THE HOLYOAKS

13.5.16
Quando entrei na casa da Melissa e do Josh, foi paixão à primeira vista. Pela casa e pela família. Entro pela lateral, Melissa abraça-me com afeto, como pessoa visual que sou, meu olhar prende-se a uma mesa com cadeiras coloridas, mas rapidamente desvio a atenção porque 4 crianças pequenas e um cão correm alegremente na minha direção. São 6 da tarde de um domingo, e tinha sido convidada para jantar. Sim, jantar ao final da tarde, pois em Columbia a vida começa e acaba cedo. Poucas vezes senti-me tão à vontade em casa de pessoas que tinha acabado de conhecer. Apesar da temperatura baixa, estão todos descalços e de roupas leves. Josh, na cozinha, ultima os preparativos, enquanto outros convidados bebem um aperitivo. Descubro que Melissa sabe mais de mim do que aquilo que imagino, porque a minha filha encarregou-se de lhe mostrar o blog. Ela não lê português, mas segue-me. Diz que se inspira nas imagens. Fico lisonjeada mas muito encabulada também. E com a mesma espontaneidade com que me abraçou à entrada, pega-me pela mão e mostra-me a casa. Com orgulho aponta-me os moveis pintados por ela e os objetos que expressam os gostos e o percurso da família. Diz-me que sempre que pode vai aos "garage sales" da cidade e explica-me que no verão a vida é feita lá fora, no terraço de chão azul e guirlanda de luzes. Senta-se ao piano e toca La vie en rose. É uma casa onde cabem os sonhos. Do casal, dos filhos, e os nossos também.

POR AÍ NA AMÉRICA

5.5.16
Uma das coisas que mais gosto de fazer é fotografar por aí ideias que acho diferentes, criativas e sobretudo, passíveis de serem transportadas para as nossas casas. Por vezes nem é bem a ideia em si que me atrai, mas sim o conceito que está por trás e que mais tarde poderá nos servir de ponto de partida para outras criações. Nestas 2 semanas de Estados Unidos, colecionei algumas imagens de elementos do dia a dia, transformados, que se bem inseridos num ambiente, podem causar um forte apelo visual e até, tornarem-se protagonistas do espaço.

Montra de uma livraria: livros velhos empilhados e colados entre si, com várias camadas de tinta derramadas em cima. Talvez seja um elemento efémero, mas vejo perfeitamente esta ideia transformada em mesinha de apoio ao lado de um sofá ou da cama, somente com um candeeiro em cima!

CASA 2420

27.4.16
É uma casa geminada e igual a todas as outras que estão à volta. As janelas são pequenas, a orientação solar não é das melhores e por conta disso a luz não entra como se desejaria. Apenas uns tímidos raios de sol pela manhã no quarto, e mais uns quantos da parte da tarde, na cozinha. Mas fica numa rua tranquila e é simpática. Ou melhor, talvez as três pessoas que lá moram tenham conseguido lhe dar alguma graça, mais, muito mais, pela jovialidade e alegria de viver que têm do que propriamente com o sentido estético que possuem. 
A Kelli trouxe o que estava esquecido no sótão dos pais. A Lauren completou a sala com usados encontrados online. A Bea contribui com móveis baratos do Walmart, e alguns itens desviados da casa da mãe. Pelo meio, herdaram a mesa de jantar com cadeiras de uma colega que regressava ao país de origem. Peças que não combinam nem conversam, muito menos se harmonizam, mas formam um todo que, de alguma forma, acolhe-nos e abraça-nos.
Aqui fiquei duas semanas e durante esse tempo houve casa arrumada, flores frescas e mesa cuidada. Mudei alguns móveis de lugar, pendurei os quadros jazidos no chão. Com uma fita métrica de costura a fazer de régua, uma tesoura de cozinha, e sem tirar as gavetas do sítio, dei um up na cómoda enfadonha. A Bea já está habituada a esta mãe que gosta de inventar, mas como a cada dia havia uma novidade, justificava-se perante a surpresa das housemates com um "well, you know, that´s what she does for living". Elas, divertidas, respondiam que estava tudo "so cool", o que para os meus ouvidos, não só soava a elogio como era sinónimo de "go ahead"!

COLUMBIA (MO)

20.4.16
Columbia, no estado do Missouri, onde me encontro, é uma cidade que gira em torno da University of Missouri, sendo o mesmo que dizer que estou num local em que os estudantes são a grande maioria. Minha filha faz parte desse grupo, e o real propósito da minha viagem foi vir matar saudades e mimá-la no que pudesse. Portanto minha rotina nestas duas semanas de estadia foi de mãe, doméstica, motorista, psicóloga, "supporter" nos 4 torneios de ténis que assisti, já que ela joga pela universidade. E, finalmente, turista nas horas vagas. Columbia é relativamente pequena e basicamente divide-se entre o campus universitário, a downtown e como a maioria das cidades Americanas, alguns malls espalhados. Os atletas da universidade são chamados de Missouri Tigers, e por este motivo, vão ver que o tigre é tema recorrente em várias vertentes.

CHICAGO

12.4.16
A 2ª vez que ouvi falar sobre Chicago, terá sido no cinema, nos filmes de gansters. A 3ª, já na faculdade, quando se estudou a obra do arquiteto Frank Lloyd Wright. Mas a 1ª foi pela boca da minha avó, que contava aos netos uma piada considerada imprópria para crianças educadas. Era a seguinte:
Um japonês encontrava-se num avião a atravessar a América, dirige-se à assistente de bordo e pede: "senhola, pol favol, avise-me quando estivelmos soblevoando Nova Iolque!".
A assistente assim faz e ao passar sobre Nova Iorque, procura o Japonês, que no momento se encontrava na casa de banho. Bate na porta e avisa: "Senhor, estamos sobre Nova Iorque". Ao que o asiático responde: "Obligado, mas agola, estou vendo chi cago!". Era a risota geral, minha avó espantada com sua própria ousadia e minha mãe furiosa por as filhas estarem a aprender "nomes feios".
Pois bem, foi com a minha avó no pensamento e muita expetativa na bagagem que desembarquei numa Chicago supostamente na primavera, mas com 1 grau e a nevar! Adormeci num shuttle sacolejante, mas aquecido, que me levou ao hotel e cheguei ao The Loop, bairro central, onde ficam o comércio e as principais atrações turísticas. Minha primeira saída foi em direção ao Millennium Park, para ver o Cloud Gate, escultura em aço mais conhecida por The Bean, devido à sua forma óbvia. É o atual cartão postal da cidade, e pessoalmente encantei-me e diverti-me com as mil possibilidades de ver os arranha céus de Chicago deformados na sua superfície.

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