FELIZ TUDO!

24.12.15
Às vezes ponho-me a pensar o porquê de preparar a casa para o Natal sempre tão tarde e chego a duas conclusões. A primeira é que já não tenho mais crianças em casa. Os pequenos tornaram-se jovens adultos que talvez até gostem de ver a casa vestida para as festas, mas têm no momento outras prioridades, portanto, não ajudam. A mãe faz tudo sozinha e sem qualquer incentivo. A segunda ilação que tiro, é que pouco dada a programar e organizar, mas com a mania de que sei e posso fazer tudo, proponho-me mil e um projetos e acabo por cair num problema comum: a falta de tempo hábil para realizar tudo o que pretendo. Desabafos à parte, este ano, saiu da arrecadação o que havia de mais colorido. Sei que não é um gosto comum, mas sou muito pouco dada a tradições. E a mesa está posta. Não para a ceia, que essa será na casa do meu pai, nem para o almoço do dia, por costume, com a família do marido. Mas para um café da manhã. Ou melhor, chamemos-lhe um brunch, pós corrida. Pode parecer estranho, mas acordar cedo em dias que não é suposto e sair para correr nas ruas desertas da cidade, é das coisas que melhor sabe a esta família. E a todos que passam por aqui, desejo um feliz Natal, um feliz Ano Novo. Um feliz tudo!

PRESENTES ALTERNATIVOS

16.12.15
Continuando a minha eterna busca por presentes de Natal com um mínimo de originalidade, e depois de ter decidido ofertar à ala infantil da minha lista de presenteados os cookies e brownie no pote, lembrei-me que talvez não fosse má ideia, para os adultos, dar-lhes algo que além de ter o meu cunho pessoal, como gosto, também me permitisse ajudar instituições. Nesta altura do ano, são inúmeras as vendas de Natal solidárias, espalhadas pela cidade, muitas que sobrevivem apenas com produtos doados. Não é difícil encontrarmos nesses mercados e bazares, peças interessantes, amarelecidas pelo tempo e com preço justo. Pegando na ideia bastante divulgada pela blogosfera, das suculentas colocadas em chávenas e outros objetos com certo charme, e que tão bonitas ficam quando enfeitam um cantinho de casa, lá fui eu à cata de utensílios de outras eras, que servissem de suporte à colocação de bolbos. Parece-me que resultaram em prendas simples, mas que agradam, e com uma vertente que muito aprecio, que é a de, com imaginação, podermos inovar nos adereços de acabamento. Eu escolhi Jacintos, optei por musgo na camada superior, um enfeite natalício para remeter à quadra e uma etiqueta singela, mas as alternativas são infinitas e o melhor de tudo é que pode correr este mundo e o outro que não encontra outro presente igual!

RECIPES IN A JAR

8.12.15
Há uns dois anos que tinha esta ideia na minha interminável to do list, até que agora, com um precioso impulso da Débora (por vezes só é mesmo preciso um empurrãozinho de nada para se concretizar algo), saiu do papel! Trata-se de colocar os ingredientes secos de uma receita, num pote, em camadas, e oferecer de presente de Natal (ou noutra ocasião, porque não?). O presenteado apenas junta os ingredientes líquidos (ovos, manteiga) completando a receita, e leva ao forno. Um boa forma de mandar o aroma de um delicioso bolo para a casa dos seus amigos!
Como os potes que fiz, destinam-se a crianças, escolhi receitas fáceis e com cara de Natal: Cookies e Brownie. O ideal é reciclar frascos que flanem lá por casa, mas eu encontrei uns na Tiger, com a capacidade que pretendia (750 ml) e que de tão giros, dispensavam muita decoração. Apenas atei aos potes uma tag com indicação do que deve ser adicionado e o modo de preparação, etiqueta com o nome da criança na tampa, escrevi qual a receita no coração lousa que já vinha na peça, e prendi uma colher de pau com washi tape, apenas para dar mais uma graça. Se tivesse pensado com mais tempo, talvez juntasse um avental infantil ao conjunto. Enfim, as ideias de receitas e decorações são ilimitadas e só depende mesmo da sua imaginação para fazer um presente criativo e original!

E AS CONTEMPLADAS SÃO...

4.12.15
Antes de divulgar os nomes das contempladas, quero muito agradecer não só a adesão a esta brincadeira como as mensagens de carinho e incentivo que todas escreveram. Fiquei verdadeiramente tocada e sinto como se tivesse recebido um enoooorme presente de Natal antecipado. Creiam que li as vossas linhas com muita atenção e a verdade é que fico feliz que as coisas simples que vos mostro aqui, vos inspirem de alguma forma. De coração, muito obrigada!
E como foram muitas a participar (40!) achei que seria justo colocar um 3º saco em jogo. Não tive tempo de o acabar, porque feliz ou infelizmente a máquina pifou quando faltava pouco para terminar o trabalho. Digo feliz ou infelizmente, pois esta morte súbita era a desculpa que me faltava para finalmente eu decidir comprar a máquina que namorava há largos meses! Chega amanhã o meu brinquedo novo e estou mais entusiasmada do que nunca!
É este o 3º saco, ainda sem as tiras para fechá-lo e com o arremate de pompons do topo por colocar:

E vamos ao que tanto esperam! Os números sorteados pelo programa Random foram o 18, o 17 e o 36, exatamente por essa ordem:
E correspondem aos comentários da Lenny, que está por trás do blog Baú dos segredos, a Ana Maria, que escreve o Jeito de casa, e a Gélia, autora do Eu que fiz ou quase isso !
Parabéns às ganhadoras e espero as vossas moradas para remeter os presentes!

3 ANOS DE BLOG

27.11.15
3 anos, já?! e a possibilidade de conhecer pessoas com olhares tão diferentes sobre a vida. Pessoas que são pura inspiração, que nos mostram como um bolo simples pode tornar-se um manjar ou que nos ensinam  a colocar flores em nossa casa, apenas e tão só para encantar os nossos olhos. E fico genuinamente feliz pelas trocas, encontros e amizades, sejam eles reais ou virtuais. A todos que por aqui passam, que tiram um tempo para ler ou comentar, só tenho a agradecer a generosidade, os elogias, as críticas.
Da minha parte, o objetivo é o mesmo desde o início: sem pretensões ou convicções, apenas mostrar o que faço e o que vejo. Coisas que por vezes saem da minha cabeça, em outros momentos são adaptações daquilo que descubro por aí, e em tantas, mas tantas ocasiões são pura influência dos vossos blogs, numa partilha constante que faz muito bem à alma.
Há dois meses, quando fui de férias, mostrei-vos uns sacos organizadores que tinha feito para oferecer às primas. Os sacos lingerie foram os que mais tiveram sucesso, não só entre quem viu no blog, mas também entre as primas que os disputaram de tal forma, que para acabar com a discussão tive que prometer que mal chegasse a casa, faria mais uns quantos e mandaria pelo primeiro portador (ainda estou em dívida!). Então, para prestigiar e agradecer quem me acompanha, e como aniversário é sinónimo de prendas e mimos, aqui estão eles: 2 sacos do modelo preferido, a serem sorteados a 2 leitoras. As regras para se habilitar são as mesmas de sempre e válidas para qualquer parte do mundo: basta ser seguidor aqui ou no Bloglovin e deixar um comentário aí em baixo até 3 de Dezembro próximo. Dia 4 sairão os resultados! Hora de cruzar os dedos e...BOA SORTE!!

ESPELHO PORTA BIJUTARIAS

20.11.15
Era a porta de um velho armário de casa de banho que, para não ir parar ao lixo (o armário vai ser reaproveitado sem a porta) ou ficar encostada ad aeternum  na arrecadação, foi transformada num espelho porta bijutarias. Não terá ficado exatamente como eu gostaria, porque a madeira estava muito estragada e cheia de pregos. Aliás o armário encontra-se no mesmo estado e tem me dado um trabalho que ainda nem sei bem como irá terminar (oremos!). Mas enfim, resolvi ter fé na pequena porta: fiz o possível para disfarçar as mazelas com massa, passei mais camadas de tinta do que aquelas que desejava, não consegui tirar as ferragens o que me dificultou a vida, e pelo meio e com muita pena minha, ainda perdi a chave que lhe pertencia. Enfeitei a peça com um par de puxadores divertidos que já tinha (sim, sou dessas que quando vê puxadores originais, compra-os para usá-los um dia, quem sabe), e ei-la pronta para seguir viagem e dar uma graça ao quarto verde (ex rosa) da casa de praia!


OCAPOP

13.11.15
Hoje, o post não é aqui, mas sim na revista OCAPOP ! Se ainda não conhece "o ponto de encontro mais pop da internet", e eu diria também, o mais alegre, colorido e inspirador, esta é a hora de clicar e se deliciar!
A revista é trimestral, está disponível on-line, completamente à borla, foi criada pelo trio Carla, Erica e Karen, e promete ser -promete, não, já é- uma fonte inesgotável de boas ideias. E não só de decoração vive a OCA, lá também encontramos diy, conceitos, receitas, estilo de vida. O leque de colaboradores é imenso e talvez alguns já sejam mesmo vossos velhos conhecidos!
E é com o ego inchado, que aceitei o desafio proposto pelas três meninas e participo na 2ª edição, que acaba de ir para o ar. Aqui, fica apenas um sneak peek daquilo que imaginei, o resto, terão que descobrir !
Com o fim de semana à porta, convido-os a instalarem-se confortavelmente no sofá de casa, tablets a postos e...desfrutem! Esta edição, especialmente dedicada ao Natal, está repleta de dicas e ideias incríveis para pôr em prática!

VESTIR AS CANECAS

6.11.15
Copy e Paste é um blog que adoro, um dos primeiros -senão o primeiro mesmo- que comecei a ler e a seguir. É lá que a Susi compartilha connosco inspirações geralmente simples, mas lindas, que descobre ao viajar por aí na blogosfera. Há alguns dias, a Susi postou o DIY de uma capa de crochet para uma garrafa de água descartável, e a ideia, apesar de não ser inédita, não me saiu da cabeça. Lembrei-me das muitas canecas que tenho em casa, nada bonitas, algumas que já estiveram várias vezes na linha para doação, mas são, à última da hora, resgatadas pelos filhos por terem, segundo eles, "valor sentimental": é a caneca do remo que o filho ganhou numa prova; a outra do patinho que a tia ofereceu há anos pelo Natal; outra ainda comemorativa do Euro Futebol 2004. Sem esquecer aquela, fantástica, com um gráfico que pede a temperatura da bebida. E eu, que antes de tudo, como com os olhos, acabava por guardá-las todas no fundo do armário para que as ditas cujas não vissem a luz do dia. Daí que as capas de crochet, tenham surgido que nem música para os meus ouvidos e talvez fossem a solução para, como diz a Susi, "incrementar a decoração da mesa". Só que, atenção, os meus dotes para o crochet são básicos: trocar a cor da lã a meio do trabalho é um tormento, rematar nem se fala, e acertar o número da agulha com a a grossura do fio, é uma aventura. Depois de muito fazer e desfazer e quase desistir, dei com um vídeo para beginners que salvou-me a vida. Aliás a autora refere várias vezes no decorrer do vídeo, que é, ela própria, uma nulidade em crochet, que não sabe sequer os nomes técnicos dos pontos mas que se ela conseguiu fazer aquilo, qualquer um consegue. E não é que ela tinha razão? O resultado saldou-se em várias capinhas coloridas que transformaram por completo as feias canecas. E pelo meio, enquanto não me entendia com as lãs e as agulhas, tentei um agasalho em tecido que também revelou-se ser uma alternativa a ter em conta!

ABAJUR FLORIDO

29.10.15
Ficou pronta mais uma peça para o quarto da casa de praia, agora definitivamente e para todo o sempre, batizado de quarto verde. O item da vez foi a estrutura de abajur que encontrei na rua e salvei sem muita convicção, apenas por estar em bom estado e ter um formato engraçado. Juro que não era minha intenção fazer algo tão ao estilo "Maria Antonieta pop" de Sofia Coppola, mas nas minhas andanças pelas lojas à procura de inspiração, tiaras de flores foi o que encontrei que se me afigurasse mais adequado (e fácil) para entrelaçar na armação. Como acabei com o estoque do Chinês e para colmatar alguns buracos que ainda teimavam em aparecer, o jeito foi recorrer à imaginação e a algumas flores soltas para tapar as aberturas, mas quando observei o trabalho concluído, pareceu-me que esses pequenos truques não atrapalharam a harmonia do conjunto. O passo a passo é simples e só requer alguma habilidade para entrançar as lianas, e no final, cola quente para compor as flores que estiverem caídas ou mal posicionadas. O abajur ficou conhecido aqui em casa por "bolo de noiva". Barroco e ultra feminino, acrescentaria eu.

EM CASA DA TIA

23.10.15
Por vezes o melhor das férias nem é a quebra de rotina que se avizinha ou a expetativa da viagem a empreender, mas sim o fato de ficarmos hospedados na casa da família. Casa que é nossa velha conhecida, que tem hábitos característicos, que contém tantas recordações e onde somos recebidos com muito carinho. Assim é a casa onde vivem os meus tios há mais de 50 anos. Um oásis no meio da cidade, que começou pequena, foi ampliada com a chegada dos filhos, modificou-se quando estes casaram, e continua em mutação, não tivesse a minha tia, uma mente inquieta e um marido colaborante. Um lar sempre cheio também, de objetos com valor sentimental, de netos, de amigos, e da parte lusa da família, que de vez em quando atravessa o oceano e instala-se lá.
Na casa da tia há muitas lembranças de viagens e peças de afeto que falam dos donos e da família, mas há três coisas que gosto particularmente de rever e contemplar quando lá vou: a parede com a coleção de azulejos para a qual contribuo sempre que surge oportunidade; a mesa e cadeiras de ferro que ladeiam essa mesma parede e que antigamente era o mobiliário do alpendre da casa da minha avó; e o jardim de inverno com azulejos amarelos na sala de jantar, que desde pequena espantava-me pois quando chovia, molhava dentro de casa e pouco depois com o calor próprio do clima equatorial, secava, deixando um cheiro característico no ar. Para quem vinha da Europa, esta comunicação explícita entre exterior e interior era coisa quase insólita!
Apesar das constantes alterações, há elementos que se conservam, tais como as madeiras maciças das portas e janelas, a pouca luz que entra na casa no intuito de enganar o clima quente e húmido da região, a vegetação alta e densa do jardim que invade também os interiores, o cheiro a tapiocas acabadas de fazer, logo pela manhã. E claro, há algo que se perpetua e até se acentua com o passar dos anos, e que é o afeto dos tios.

VOLTO JÁ

27.9.15
E agora que o verão acabou e boa parte das pessoas já foram e voltaram de férias, sou eu que faço uma pausa. Um intervalo para colocar as ideias em ordem, organizar a casa, a real e a virtual, e descansar. Vou, mais uma vez, atravessar o Atlântico para estar com a família. Mas pretendo visitar-vos com frequência pois não sou pessoa de detox virtual, antes pelo contrário: preciso de ter sempre uma janela aberta para o mundo.
Dentro de algumas semanas, voltarei, retemperada e cheia de coisas bonitas para vos contar e mostrar. Na bagagem levo algumas lindezas, para as primas de além mar que gostam de viajar com a mala organizada. Fiquem bem e até à volta!

PLANOS PARA O QUARTO ROSA

18.9.15
O quarto rosa da casa de praia, vai ser transformado. Durante quase 30 anos, passou por várias mudanças, mas nunca nenhuma definitiva. É usado pelos netos (do meu pai) porque é o maior da casa e tem camas que se desdobram. Ou seja, cabe sempre mais um e isto é importante para jovens que só andam em bando. Quando informei os miúdos da reforma do quarto e perguntei-lhes se tinham algum pedido ou preferências, as respostas foram sintomáticas: as meninas disseram que confiavam no meu gosto e nas minhas escolhas, já os rapazes, pediram um ar condicionado!
Talvez o quarto deixe de ser rosa  e venha a ser verde água com toques rosas, ainda não sei. Alguns móveis que já lá estavam vão ser reciclados, e outros, peças desacreditadas que encontro por aí, serão transformadas. Até agora só um banco pequeno está pronto a habitar o ambiente renovado. Sim, eu sei, sou a rainha das banquetas! este já andava por lá num meio caminho entre  a pintura original e uma decapagem de tinta que comecei a fazer e nunca acabei. Mas como as reclamações eram mais que muitas ("há bocados de tinta a cair", "quando vais terminá-lo?", "está esquisito") decidi livrá-lo de vez das camadas que tinha e deixá-lo no  tom da madeira, assumindo as suas imperfeições e quantidade surpreendente de pregos à vista. Como por mais que tentasse, não consegui eliminar umas manchas feias no tampo, utilizei os meus dotes de "crocheteira" super básica e fiz-lhe uma capa. Desta forma, fica apto a agradar a todos os gostos.

A CAIXA EXPOSITORA

11.9.15
Há alguns meses, uma cunhada passou-me para as mãos um pequeno ramo de flores secas, e pediu-me que eu magicasse uma forma de expor esse bouquet. Tinha feito parte da decoração de um casamento celebrado há 1 ano, e soubera agora que a noiva ficara bastante triste por não ter guardado nenhumas flores da cerimónia. Como a minha cunhada no fim da festa, tinha trazido o ramalhete como recordação, pensava agora oferecê-lo à amiga, fazendo-lhe uma surpresa. Confesso que quando não me agrada uma ideia, empurro o trabalho com a barriga. E eu antipatizo com flores secas, principalmente quando não foram preservadas e estão com todo o ar de "relíquia" antiga e desbotada. Em vez de uma lembrança viva, dá-me antes a impressão de destroços. Sei que há uma cultura em Portugal de guardar as flores ou congelar uma fatia do bolo de noiva, mas tradições não me dizem muito. Do meu próprio casamento, nem sequer sei onde foi parar o vestido, apenas resgatei os sapatos, que encontrei na arrecadação de casa, e coloquei-os numa caixa acrílica, no meu quarto. Não tanto pelo objeto em si, mas pelas recordações que estão por trás dele: a minha tia, que não se conformava que o calçado não fosse exatamente da cor do vestido, e como é pessoa de meter a mão na massa, na véspera do enlace, decide tingir a seda dos sapatos com chá. Além de tê-los achado pouco condizentes com o fausto da festa, e ter aplicado, nem sei como, uma renda na biqueira que inclusive bordou com pequenas pérolas. Bom, mas voltando ao bouquet, deixei passar os meses sem que me ocorresse uma inspiração capaz. Até que, envergonhada com a demora e pressionada pela cunhada, despachei o assunto: comprei uma caixa com tampa de vidro no chinês e forrei-a. Parece que agradou. Pessoalmente achei a ideia bastante corriqueira, mas foi o possível dentro do meu embirranço. Serviu-me para passar umas boas horas entretida a desafiar as minhas habilidades no mede, corta e cola cantos, cantinhos e arestas. E essa parte para mim, é sempre divertida. Nas fotos que fiz, não vão ver o famoso bouquet, porque de tão frágil que estava, tive medo de um fim iminente da relíquia em minha casa, e mandei-o rapidamente de volta para a cunhada. Mas usei umas bijutarias para humanizar as imagens e animar o todo.

BURGER LUNCH

3.9.15
No fim de semana passado, houve almoço com os sobrinhos lá em casa. Uma espécie de adeus às férias e despedida entre os primos, que estudam ou trabalham quase todos fora. Agora, para se encontrarem novamente, na melhor das hipóteses, só pelo Natal. Como são todos jovens adultos, resolvi fazer alguma coisa descontraída. E como sou uma pessoa altamente influenciável pelos blogs que leio, quase nada saiu da minha cabeça. O prato principal foi "hamburgers com cebola caramelizada, servidos em pão brioche sobre pequenas tábuas de madeira". Ou seja, hamburger no pão. E ponto. Aqui esgotou-se a minha imaginação. Pois todo o resto foi plagiado no maior descaramento. Do blog da Camila, copiei a ideia das batatas servidas dentro das "cocottes", que mais não são do que pequenas caçarolas que dão um charme todo especial à mesa. Entretanto, já tinha ficado de olho nesta receita de chips da Regina. À falta de inhame, que não consegui mesmo encontrar, usei batata doce. E a sobremesa "de última hora" fui buscar ao Studio da Lu: um doce delicioso, super fácil e rápido de preparar. Aqui, um pequeno parêntese para salientar que quando chegou a este quesito, tive mais um rasgo de criatividade, e para personalizar o doce e divertir os sobrinhos, coloquei na mesa um expositor de "toppings". 
A internet no geral e os blogs muito em particular, têm sido para mim uma fonte inesgotável de inspiração e um mundo de partilha sensacional!

MORENINHA, A CASA NA PRAIA

27.8.15
Adoro esta casa. Não é minha, é da família, portanto todos a usam. Mas sinto como se pertencesse só a mim. Talvez porque seja eu que a frequente mais. Talvez porque não me canse de apreciar a sua luz. Talvez porque ainda tenha tanto da minha mãe nela. Foi construída há quase 30 anos, com materiais e decoração típicos do Sul de Portugal. Soluções simples e práticas, como se quer numa casa de praia. Gosto do branco imaculado das paredes, do formato em U da casa, de não ter janelas para a rua e da luz entrar a rodo pelo pequeníssimo jardim de inverno e pelo pátio interior. Até gosto do fato de cada quarto ter uma cor. O "meu" é o amarelo. Além do azul, ainda existe um rosa que não mostro aqui por se encontrar em reforma, mas virá a seu tempo. É o maior, o que tem mais camas e consequentemente o preferido dos jovens da família, que sempre conseguem lá acolher mais um amigo. Cuido dela como posso, mimo-a, trago mais um artesanato, penduro alguma coisa aqui, mudo algo acolá, sempre com o sentimento ambíguo de que ela é minha, sem ser. Pergunto-me por vezes se estarei a impingir os meus gostos, mas como ninguém se manifesta, sigo. Um azulejo na fachada indica que a casa tem o nome de "Moreninha", a alcunha da minha bisavó, que a minha mãe quis homenagear.

BANQUINHO FORRADO COM RETALHOS

20.8.15
É nas horas em que estou a decapar um banquinho velho e sem graça, que me pergunto se serei masoquista. Seria tão mais fácil deslocar-me até à esquina, comprar um igual ou parecido, novo e limpinho, e evitar esta etapa maçadora e quase inglória. Quem mo entregou para recuperá-lo, vai ficar tão feliz em receber um lindo banquinho reciclado, repaginado, remodelado e outros "ados" mais, que nem sequer notará se é o mesmo...
Mas pronto, é oficial: eu gosto de sofrer! E assim sendo, toca a decapar e lixar bem, porque a intenção é forrar o banco com retalhos de tecidos e eliminar ao máximo as irregularidades da madeira, ajuda na perfeição do acabamento. No tampo nem toco: em tempos alguém lembrou-se de lhe colar um bocado de alcatifa com cola de contato, e essas marcas vou varrê-las para debaixo do tapete. Que é como quem diz, aproveitar uns blocos que vi aqui e que fiz num momento de ócio, sem nenhum propósito, só naquela de usar os retalhos, e praticar. Como é curto, adiciono-lhe umas laterais e faço um quilting para enfeitar. Prendo um quadrado de enchimento à superfície do tampo, agrafo o todo, e está pronto o assento.
Final feliz num estilo tudo junto e misturado, para uma peça que tinha destino traçado (lixo). E agora quem duvida que se trata do mesmo, sou eu.

A CASA EM WILLIAMS BAY

14.8.15
As fotos chegaram-me por WhatsApp e terão que perdoar a falta de foco, os ângulos nem sempre bem escolhidos e o contra luz, mas foram os meus filhos que as enviaram. Talvez saibam que tenho uma filha nos EUA. É uma Student Athlete, ou seja, alguém que participa de competições desportivas, patrocinada pela universidade em que estuda. Este ano, por força das circunstâncias, houve uma cisão familiar no que toca às férias. Os pais ficaram em casa, e os filhos rumaram à terra do Tio Sam para juntarem-se à irmã. O desporto fomenta as amizades, e depois de 2 anos a fazer parte de uma equipe e a partir em grupo em longas viagens para torneios através dos Estados Unidos, é natural que a Bea tenha estreitado laços e que os pais das colegas, sabendo-a tão longe de casa, a recebam como se ela fosse da família. Pois foi em família que os três sentiram-se durante a estadia na casa dos Starcks, e eu como mãe só tenho a agradecer o acolhimento. Eles encantaram-se com o local e com a descontração da casa. Praticaram stand up paddle e kayak nas águas do lake Geneva, fizeram barbecue e o tradicional marshmallow bonfire.
A casa, é daquelas que me arranca sorrisos, com vários elementos e soluções que fazem bem aos olhos, como as cadeiras turquesas da piscina e a cozinha que comunica com a sala de jantar. Situação esta que pelas fotos abaixo é difícil constatar, mas como eu tive direito a um home tour via skype, não pude deixar de notar! Também morri com o pequeno atrelado como mesa de centro na sala de estar e as malas de viagem que fazem vezes de mesinhas de cabeceira.
Numa família maioritariamente feminina (mãe, 4 filhas e 2 netas), é na cave que o pai tem o direito de expressar o sua paixão pelo Texas. E como expressa! a casa de banho é repleta de elementos alusivos aos cowboys! É ali também que ficam expostos as fotos da filha atleta, as camisolas usadas em jogos decisivos, os troféus. Uma casa vivida, por dentro e por fora.

VESTIR O BANCO

7.8.15
Desculpem-me a overdose de posts sobre o terraço, mas tem uma explicação: como encontro-me em casa em semi férias, e este espaço no verão é bastante usado, tenho ocupado muito do meu tempo livre a melhorar as condições de "habitabilidade" lá fora. Se o termo semi férias não lhe diz nada, vou esclarecer: oficialmente estou a trabalhar, mas sendo agosto o mês em que Lisboa fica deserta e o escritório em banho-maria, sobra-me bastante vagar para estar em casa a inventar.
Tempo de ócio esse, em que me obriguei a terminar a manta, começada há meses, que vai servir para cobrir e disfarçar as mazelas do velho banco do terraço. Só que nem tudo começou da melhor forma: escolhi cores e padrões que até podem ser bonitos, mas têm pouco a ver comigo; enganei-me nas dimensões e tive que ir emendando (e inventando) à medida que avançava; desiludi-me com o todo, passei à frente N projetos que tinha em fila de espera e a manta evoluiu aos soluços e empurrões. Numa tentativa de remediar o que não tem mais remédio, virei a coberta do avesso e coloquei almofadas. Fica aqui o resultado falhado (numas fotos baças e sem cor que também não ajudam mesmo nada) e a promessa de fazer nova manta, ao meu jeito, para a temporada primavera-verão 2016.

DE CAFETEIRA A CANDEEIRO

30.7.15
Nestas noites de verão, frequentemente jantamos fora. No terraço, entenda-se. E eu já andava cansada com as reclamações da família pela alegada falta de luz no exterior. É que há certas coisas nesta casa, que apesar de terem sido pensadas há quase 20 anos e de eu até reconhecer que possam estar démodés, tenho relutância em substituir. Os apliques de parede colocados lá fora, a 30 cm do chão, que dão uma iluminação ambiente e os candeeiros de teto, de vidro colorido, trazidos de Marrocos, bonitos, mas que na prática não iluminam grandes coisas, são elementos que teimo em conservar.
Para acabar de vez com os queixumes, lembrei-me da velha cafeteira esmaltada. Um objeto que foi concebido e usado durante largos anos para aquecer a água do café; quando veio para as minhas mãos, passou a acolher as flores que alegravam a sala; podia muito bem, agora, transformar-se em candeeiro temático, ser colocado no meio da mesa, e nesta nova e derradeira função, ocasionar refeições iluminadas e agradar as hostes.
Tudo, é uma questão de exercitar o olhar, reinventar e desta forma, produzir uma decoração sem cópias.

IDEIAS DESCONTRAÍDAS PARA A MESA

23.7.15
Quando o verão instala-se e com ele chegam as férias, vem também a vontade de fazer refeições leves em mesas descontraídas. Temos mais tempo disponível para estar com a família e convidar os amigos e inovar é uma forma de sair da rotina, mesmo que continuemos em casa. As ideias que vão ver a seguir, pesquei-as por aí. São simples, criativas, e adaptadas à nossa realidade, podem fazer a diferença na hora de sentar à mesa. O meu conselho é o do costume: olhos bem abertos e antenas ligadas pois a inspiração está por todo o lado!

No Porto chamou-me a atenção esta mesa comunitária, onde tudo está à mão de semear, mesmo antes de iniciar a refeição: uma bela água fresca e aromatizada, frutas da época, e até canetas de feltro para as crianças não se maçarem. Reparem na loiça simples e nas flores secas colocadas de forma despretensiosa. Uma mesa informal e aconchegante, fácil de reproduzir, onde descomplicar parece ser a palavra de ordem.

O LANDAU

16.7.15
Um presente inesquecível na minha vida, responsável por ainda hoje fazer-me sorrir e trazer-me recordações de muitos momentos felizes, foi um landau para as bonecas, bem ao estilo anos 70. Uma amiga da minha mãe, senhora muito distinta de origem britânica, a tia Mae, ofereceu um a mim e outro à minha irmã, mais velha do que eu apenas um ano. Dada essa proximidade de idades, andávamos sempre juntas, confundiam-nos frequentemente com gémeas e em geral, as prendas eram dadas em dobro, só diferindo nas cores. Assim como as roupas que a minha mãe nos fazia usar. Um belo dia chegaram dois landaus lá em casa, lindos, com os respetivos enxovais feitos pela própria tia Mae, e que consistiam em lençóis com travesseiros e fronhas a jogo. Há mais de 40 anos, isto era um sonho para qualquer menina. Não pude então ficar indiferente, quando, recentemente, ao sair de casa pela manhã, avistei a minha infância encostada a um muro, ou melhor dizendo, um carrinho para bonecas em verga abandonado na calçada. Bem longe do glamour do landau que me acompanhou em tempos, certo, e bem perto de ser recolhido pelo caminhão do lixo. Olhei disfarçadamente para os lados, fiz um sorrizinho de circunstância a um vizinho que passava e rapidamente lancei-lhe mão. O que se seguiu é previsível: desmontei-o, lavei-o, pedi a um carpinteiro que reproduzisse a rodinha em falta, e ao estofador que fizesse um pequeno colchão. Tive a satisfação de confecionar a roupa: lençol de baixo e de cima, almofada com fronha, manta em patchwork para clima ameno e edredon para dias frios. Tudo bem pequenino já que o carrinho tem menos de 40 cm de altura e a alcofa mede 50x30. Não refiz o resguardo que vinha com ele, preferi ver mais verga e menos tecido, mas reeditei a proteção para o sol numa versão mais ao meu gosto. Não é que o brinquedo tenha recebido mais atenções depois que foi para a minha casa, afinal, lá só moram ex crianças. Mas eu olho para ele e volto a ter 6 anos.

USAR AS OURELAS DOS TECIDOS

9.7.15
Quem gosta de tecidos, provavelmente já sabe daquilo que vou falar: de aproveitar tudo até ao mais ínfimo retalho, de não desprezar nem as ourelas! A ourela é aquela borda mais grossa do tecido, que lhe serve de acabamento, é ali que vêm impressos a paleta de cores da estampa, composição do pano, denominação do fabricante, do eventual designer e até o "nome próprio" do tecido. Depois de cortadas, viram tiras com dizeres e círculos de cores, que uma vez unidas, podem transformar-se elas próprias num tecido exclusivo, pessoal e intransmissível. De há uns tempos a esta parte, tenho vindo a guardar as ourelas dos tecidos que uso e também a receber (de braços abertos) as bordas que as amigas descartam. De posse de uma boa quantidade, lancei-me, à guisa de primeira experiência, numa almofada com um bloco fácil, apenas para comprovar duas situações das quais já suspeitava:
1) Não é mito o potencial destas margens aparentemente desinteressantes.
2) Verificou-se o meu maior temor: que de agora em diante, também será fator determinante na escolha do tecido, a originalidade da borda.

A sério, internem-me. Prometo não oferecer resistência.






































JUNTAR MESAS DIVERSAS

1.7.15
Quem me lê há algum tempo, sabe o quanto eu gosto de misturas. Mesclar estilos, cores e padrões, desde que haja um equilíbrio visual, constitui para mim um autêntico desafio e um deleite para os olhos. A minha amiga Sylvia, surpreendeu os convidados na sua festa de aniversário, quando inovou ao montar composições diferentes no grande jardim de sua casa. Juntou longas mesas comunitárias com quadradas, usou pratos clássicos combinando-os com copos arrojados, atreveu-se na oposição das cores. As mesas forradas de branco e pés simples, deixaram que as loiças de família e os copos laranjas fossem os protagonistas, enquanto que outras com tampo em vidro, película a imitar painel de azulejos e base capitonné, recebiam pratos prateados e copos na mesma cor ou num amarelo ovo contrastante. Lanternas com velas no centro das mesas e cadeiras ghost  foram os elementos comuns que unificaram o todo, confirmando que, se hoje em dia não existem regras, o importante é saber harmonizar!


O MÓVEL DA D. RAQUEL

21.6.15
O móvel veio desta casa, onde habitou a D. Raquel. Deixado à sua sorte, como todos os outros, o que me chamou a atenção no dito cujo, foi o seu estilo não definido e o formato assimétrico. Quando peguei nele, não tinha a mínima ideia de que maneira iria transforma-lo, só sabia que precisava despi-lo das camadas de tinta. E foi duro, acreditem! Sessões intermináveis com decapante e lixadora elétrica, em que a única desculpa que me movia era a expetativa do que poderia descobrir: imaginava uma madeira antiga, num tom bonito em que bastaria envernizar ou encerar e toda a beleza do pequeno armário ficaria assim exposta. Ledo engano! partes bonitas apareceram, sim, mas outras, muito manchadas, também se tornaram visíveis e o fundo (que desilusão!) era em contraplacado. Eu percebo que estas marcas fazem parte da história que a peça carrega, mas neste caso, achei que preservá-las não abonaria em nada o móvel. Num primeiro momento, pensei em esconder as partes danificadas com pintura, depois considerei aplicar papel e finalmente optei pelo tecido, um que fosse buscar o verde dos vidros, o alaranjado da madeira, e tivesse um pézinho nos anos 70, só para baralhar ainda mais o estilo.
Coloquei-o na cozinha, no m2 onde costuro. Pode soar estranho, mas tendo em conta os meus fracos dotes culinários, a cozinha para mim serve mais para coser do que para cozer!

TOALHA DE MESA COM BOLSOS JEANS

17.6.15
Tenho esta toalha xadrez há largos anos, e quando os filhos eram pequenos foi-me muito útil, pois era a mais descontraída da casa. Com cara de verão, de piquenique e de ar livre, cobria a mesa, transformava-se em manta no jardim e serviu-me para várias festas e comemorações dos miúdos. Mas ultimamente tinha caído em desuso, substituída pela moda dos individuais e sousplats que tanto gosto. Foi portanto da toalha preterida que lembrei-me quando quis associar a espontaneidade do jeans a um padrão que sugerisse informalidade. A parte difícil foi convencer marido, filhos e sobrinhos a doarem bolsos. Persuadi-los que calças e bermudas, mesmo novas e perfeitamente em uso, não deixavam de ter o seu charme, ainda que com menos uma algibeira no traseiro. Antes pelo contrário, as peças ganhavam uma certa irreverência, e eu, uma toalha nova. Não dizem que jeans é versátil, eclético, multifacetado? em suma, que dá com tudo? concordo em absoluto. Basta variar nos acessórios que enfeitam e cabem nos bolsos e teremos uma toalha diferente a cada refeição.


1/4 DE GAVETA

10.6.15
É muito comum uma pessoa viajar e comprar um souvenir da terra por onde passou. Já não é tão usual alguém entrar num apartamento para fazer uma obra de remodelação e lembrar-se de trazer uma lembrança. Da velha cozinha que vos mostrei aqui fiquei com uma gaveta, ou melhor 1/4 de gaveta, pois na altura, pedi ao carpinteiro que a cortasse, deixando-a somente com 10 cm de profundidade. A ideia era usá-la para organizar os temperos que mais utilizamos em casa, transportando-os de forma prática, consoante a refeição tivesse lugar na sala, na cozinha ou ao ar livre. E assim foi: lá veio ela, reduzida a menos de metade, com as suas várias camadas originais de tinta e seu puxador em concha, ferrugento. Só que esta semana, tal arqueóloga num trabalho de investigação, deu-me uma vontade imensa de pôr a descoberto o que as grossas camadas de pintura escondiam. E revelou-se a sua enorme gratidão: uma gaveta em madeira de casquinha, com encaixe macho-fêmea na lateral. Forrei o seu interior com tecido e a caixa de transporte para os temperos e sementes TOP + da família continua a fazer, mais do que nunca, um grande brilharete à mesa. 

BIRD FEEDER

2.6.15
Foi ao ler este post da Ene, que me bateu uma vontade imensa de instalar no terraço de casa, um comedouro para pássaros. Pois apesar de eu morar num prédio localizado numa avenida bastante movimentada de Lisboa, o meu despertador é o chilrear animado dos passarinhos. Nesta altura de primavera, esvoaçam por ali andorinhas e melros. No inverno, em dias de fog intenso, e pelo fato de estar perto do Tejo, não raro, pousam gaivotas no terraço, certamente para recordarem-nos o velho ditado "tempestade no mar, gaivotas em terra".
Procurei bastante no comércio um comedouro que me agradasse e se adaptasse aos meus propósitos, sem sucesso. Troquei ideias com a Ene, pesquisei em lojas online. Nada surgiu. Acabei por imaginar o meu próprio bird feeder: um prato, uma chávena e cola bem forte. Reconheço que não ficou colocado no local ideal, logo acima do velho banco, com a inevitável consequência de alpiste e outras coisas menos agradáveis a sujarem as almofadas, mas pelo menos por enquanto, é o spot disponível. Agora é ter paciência e esperar que os comensais percam a inibição e se aproximem!


BLOGAMIGAS

23.5.15
Uma das coisas boas (ótimas) de ter um blog, é as pessoas queridas que vamos conhecendo ao longo do tempo. Algumas acabam por se desvirtualizar, outras (ainda) não. Há as que moram perto, mas a oportunidade de as encontrar não se proporcionou; há as que moram noutra cidade, país ou continente e contra todas as probabilidades, esse encontro já se deu. E há as prendas, que quando menos esperamos, vêm ter a nossa casa. E que sempre têm tudo a ver connosco, claro, pois quem nos acompanha e nos lê, definitivamente sabe mais sobre nós e os nossos gostos do que muita gente com quem convivemos diariamente. E ultimamente, tenho sido muito mimada, ora confirmem:
A Dora, sabendo que adoro botões, enviou-me umas cartelas de botões antigos que faziam parte da sua vasta coleção, e a minha ideia é transformá-los em quadros lindos e cheios de charme, como os dela.
Do norte de Portugal, chegou uma enorme caixa, com uma verdadeira capoeira lá dentro. Quanto mais desembrulhava, mais galinhas mega coloridas saltavam cá para fora. Remetente?? a Manuela, claro! mostrou-as numa das suas postagens de Páscoa, comentei como eram alegres e fora do comum e fui contemplada com 10 (sim, pasmem, dez!) galináceos.
Neuza decidida que está a ajudar-me a completar a meia dúzia de cadeiras para a minha sala de jantar, um belo dia, ruma a Lisboa, e traz na mala do carro, uma cadeira que encontrou no lixo. Esta, talvez venha a ser amarela, concordam?
Posso com pessoas tão generosas? Para elas, seguiram uns sacos. Para o pão, para a roupa, para o lanche, para as filhas. Para o que quiserem e imaginarem. Todos diferentes e únicos, exatamente como elas são.


ENTRE PARÊNTESES

16.5.15
Considerem este post apenas como um parênteses na programação habitual do blog. Mas como hoje chego aos 50, um número tão redondinho e tão metade de qualquer coisa, muito excecionalmente vou permitir-me uma reflexão. Os anos trouxeram-me algumas rugas, muitos cabelos brancos (love you photoshop!) e umas quantas mazelas, mas também deram-me confiança e serenidade para aceitar e enfrentar as surpresas menos boas da vida. E essas são, sem dúvida, duas grandes vantagens da idade: a maturidade e o equilíbrio. Para mim, e todos os dias agradeço por isso, o resultado da equação entre os acontecimentos bons, os ótimos e os desagradáveis, tem sido positivo. Sou uma pessoa muito afortunada.
E como tiro fotografias a tudo e a todos, e a família queixa-se que nunca apareço, pedi à Vera Eloy que me retratasse. Imagem que aqui fica, em jeito de foto oficial, para mais tarde recordar.

O TERRAÇO BERINGELA

10.5.15
Não preparei o espírito da família, e beringela foi o termo mais suave que eu arranjei para explicar- lhes que lá fora ia passar a ser roxo. Púrpura. Ou qualquer coisa parecida com isso. Que a tinta estava a descascar em certas partes, a desbotar noutras, eu a precisar de estímulo e o terraço, de vivacidade e frescura. Como eles até estão habituados aos meus devaneios, parece que já nem estranham (muito). Torceram um pouco o nariz, ouvi-os a tecerem considerações nas minhas costas, mas acabaram por estrear a nova cor, com pompa e circunstância, no almoço de domingo.
Agora o que preciso urgentemente ainda é que as buganvílias cresçam rápido parede acima, que eu tenha uma grande inspiração para transformar a estante de ferro, e que o bom tempo venha para ficar.

BANDANA BLANKET

2.5.15
Quando eu era adolescente, lá pelos anos 80 do século passado, adorava bandanas. E tinha uma, encarnada, que usava orgulhosamente ao pescoço e que ainda guardo comigo, completamente deformada nas pontas que davam o nó. Naquele tempo, em Portugal, as opções em termos de moda e acessórios eram limitadas, então aquela bandana representava para mim um "quê" de Velho Oeste, misturado com Pin-up girl e ainda uma pitada de rock star e usá-la, dava-me (imaginava eu) um certo toque de rebeldia.
Hoje em dia, continuo a me encantar com as cores e os padrões destes lenços, cujo uso generalizou-se e estendeu-se à decoração. Mas se nos EUA é fácil (e barato) encontrá-los, até em tecido a metro, em Lisboa nunca os vi à venda, e corrijam-me se eu estiver errada, pois vou adorar saber onde se pode comprá-los. Isto tudo para vos dizer que, quando a minha filha, que é babysitter dos filhos das vizinhas, pediu-me que eu costurasse uma manta, para ela poder sentar os bébés quando os leva ao parque, foi de uma coleção desses lenços, guardada há séculos no armário, que eu lembrei-me.
Nesta produção para o blog, a bandana blanket aparece como manta de piquenique no Jardim da Estrela, mas na vida real ela já voou para Bruxelas, e faz as delícias do Brieuc e da Anya (e da bábá dos dois) no Parc Georges Henri.

E FEZ-SE LUZ!

26.4.15
Gosto de soluções que surpreendam e que fujam do óbvio. E quando o assunto é transformar ou reutilizar objetos dando-lhes nova função, então, fico completamente rendida! Existem pessoas que conseguem ver mais longe, que ousam, e sugerem ideias que saem do convencional. E se algumas propostas são mais complicadas de reproduzir, e talvez requeiram a ajuda de um profissional, outras há que se tornam desconcertantes de tão simples e acessíveis que são!
Vale a pena deixar os olhos bem abertos para captar por aí, o que de diferente se faz!

O QUE QUERES SER QUANDO FORES GRANDE?

18.4.15
Se uma casa é o espelho de quem a habita, o que dizer de um quarto de adolescente?
Este é o quarto do meu filho David e a pergunta "o que queres ser quando fores grande" fica respondida mal se passa pela porta.
David é um apaixonado pela aviação, e todos os seus momentos livres (e não livres) giram em torno do assunto. O quarto dele, que começou por ser um quartinho azul para o único rapazinho da família, transformou-se por força das circunstâncias no seu mundo temático. É ali que David pesquisa sobre aviões, troca ideias e experiências com colegas do "Aviation Lovers", pilota o Flight Simulator. Boa parte das suas economias são gastas em modelos miniatura, em "Add-ons" para tornar o mais realista possível os seus voos virtuais ou em aparelhos que lhe permitem ouvir em tempo real as comunicações entre pilotos e torre de controle. Um dos seus hobbies é o aircraft spotting que consiste em ir para lugares estratégicos e com boa visibilidade sobre a pista dos aeroportos, fotografar os aviões. O Flight Radar 24 permite-lhe saber exatamente qual aeronave vai pousar ou descolar, a origem ou o destino e a que horas. As fotos são depois postadas em várias comunidades de entusiastas do tema.
Para quem tem medo de avião, viajar ao seu lado é uma tranquilidade: à mínima turbulência David tem uma explicação técnica e lógica para o fenómeno. Tão lógica que até nos convence.
Lembro-me dele ter  6 ou 7 anos, e a professora dizer-me que viu-se obrigada a tirá-lo do lugar perto da janela, pois de cada vez que passava um avião, ele desconetava-se da aula. E é assim até hoje, sempre de olhos postos no céu.
"O meu sonho é estar aos comandos de um avião, sobre o oceano, à noite, com os passageiros a dormirem e só se ouvir o ronco dos motores" confidencia-me ele muitas vezes. E eu acredito que ele chegue lá.

A TOALHA DA LU

10.4.15
Qualquer semelhança entre a toalha abaixo e outra que poderão ter visto aqui no blog, não é mera coincidência.
Esta, a cara do verão, um autêntico raio de sol, é a versão da Lu, que mora em Minas Gerais, no Brasil. Postou-a no seu instagram e sem nunca ter tido qualquer contato comigo, "tagou-me", deixando-me sensibilizada com suas palavras:

"Vi (...) me apaixonei e fiz a minha! Vou contar que, se alguém me mostrasse essa toalha de mesa pronta, eu diria que JAMAIS seria capaz de fazer algo parecido...Mas fui em frente e fiz!!! Em exatas 7 semanas estava pronta e ficou mais linda que pensava! Prova que a gente pode tudo que quiser (...) Sempre chegamos a algum lugar, mesmo que não seja onde imaginávamos chegar!!! De quadrinho em quadrinho fui remendando minha vida, construindo um novo caminho, novos horizontes! "navegar é preciso, viver não é preciso"...não, não é! nunca se sabe o que vai ser, onde vai dar, a que fim vamos chegar! seja em um simples forro de mesa, seja em um grande projeto de vida!"

É uma sensação única quando alguém inspira-se em algo que partilhámos, e não só entusiasma-se a fazer, como interpreta-o à sua maneira. Babei na combinação dos tecidos e na explosão de amarelos e laranjas que remete-me aos girassóis de Van Gogh. Mas mais importante ainda é quando o simples ato de cortar quadrados e uni-los, leva-nos a constatar o quanto determinação e vontade são fundamentais no desbravar de novos caminhos.
E agora tenho um problema: dois amores. A toalha da Lu e a minha. E não tenho a certeza da qual eu gosto mais!
Obrigada Lu, por mostrar-nos a sua toalha numa produção tão cuidada, seu quintal florido e essas crianças lindas!

MESA DE PÁSCOA

5.4.15
A mesa está pronta para receber e reunir a família neste dia de Páscoa. Algo incompleta, com marido e uma das filhas num outro continente. Mas a vida é assim, às vezes estamos juntos, outras vezes, nem por isso. Importante é agradecermos e seguirmos com os nossos sonhos.
Páscoa é ressurreição e vida. Neste domingo, o que desejo aos que por aqui passam, é que reflitam e celebrem. Celebrem muito, a renovação e a alegria. Feliz Páscoa!


CENTROS DE MESA

30.3.15
Para os 18 anos do filho, a minha irmã decide montar uma tenda no jardim e alugar 4 grandes mesas redondas com pratos, copos, guardanapos, toalhas, tudo branco e básico. Os amigos levaram a música e as strobe lights, a comida foi confecionada em casa. É típico desta minha irmã, não sair da sua zona de conforto, mas desta vez, exagerou, encomendando tudo o mais trivial possível, com a desculpa de que "para rapaz, é difícil escolher outra coisa".  Depois lança-me o repto, e de um dia para o outro, pede-me que arranje alguma ideia para os centros de mesa. O "alguma ideia" dela, significava um arranjo simples, bonito e de preferência, sem gastar muito. Exigência: usar a quantidade de velas brancas que lhe tinha sobrado dos cinquenta anos do marido. Sem tempo para divagações, e com budget limitado, passei na florista e trouxe uns quantos ramos de flores campestres. Recolhi pela casa, todos os bules, leiteiras, cafeteiras, açucareiros e xícaras órfãos de pai, mãe e restante família. E recorri ao Ikea (Where else?) para comprar lanternas, porta velas e castiçais. Ao chegar ao local do aniversário, reparei que no jardim havia à descrição rodelas de troncos de árvores. O resultado foi o que vem a seguir, fotografado ao fim da tarde enquanto ajudava na montagem, e à noite, já com as velas acesas. A festa esteve animada, com aniversariante e amigos participativos e felizes, e só terminou já altas horas, quando a polícia bateu à porta. Quem mandou não convidar os vizinhos?

A minha bancada de trabalho:
                                                             

BAZAR DE L´HOTEL DE VILLE

24.3.15
23 horas foi o tempo que fiquei em Paris com o meu pai. Ainda pelo meio um jantar de gala com distribuição de insígnias, este, o real propósito da viagem. Já conheço Paris e dispondo de um período tão curto  antes da gala que iniciava-se "à 20 heures précises" como informava o convite, pensei que o meu pai talvez pudesse fazer a sua indispensável sesta, provável segredo dos 82 anos que ninguém lhe dá -e até ele próprio duvida- enquanto eu iria satisfazer a minha curiosidade e o meu vício, no Bazar de l´Hotel de Ville, uma espécie de centro comercial com 8 pisos, dos quais vários (a maior parte) destinados à casa. Mas contra todas as probabilidades, meu pai, dispensa o descanso e cola-se a mim. Ainda o tentei demover com o argumento de que sem o repouso ele poderia sentir-se cansado no jantar, mas ele não só não se convenceu, como veio e quase que se entusiasmou mais do que eu com o que viu, trazendo para casa, peças que eu jamais imaginaria que tivessem a ver com ele ou que despertassem a sua atenção. Entre elas um conjunto de servir o chá para 1 pessoa, que no mundo dos blogs seria definido como "cute" ou "fofo". Prova de que vamos vivendo, aprendendo, e nos surpreendendo, mesmo com aqueles que julgamos conhecer bem.

DESFAZER E TORNAR A FAZER #1

15.3.15
Sempre tive a mania de sacos de pano. E sempre tive vários: para os sapatos, as meias e a roupa interior na hora de viajar, para organizar o material de ginástica dos filhos quando estes eram crianças, para mandar o lanche para a escola ou levar o almoço para o trabalho. Só que não tinha máquina, não sabia costurar, nem conhecia quem pudesse mos fazer, então comprava-os quando me deparava por aí com algum interessante.
Há uns 3 anos atrás queria desesperadamente um saco para quando fosse comprar o pão. Importa dizer que sou eu a padeira da casa, e que sempre me chateou vir da padaria com os pães num saco de papel craft. Até porque achava mal empregado: o saco pardo já vinha todo amachucado, e eu com pena de vê-lo acabar no lixo quando na verdade via nele mil e uma possibilidades de fazer bonitos embrulhos. Lembro-me de nessa altura ainda ter ido a casa do meu pai, na esperança de que numa gaveta, jazesse esquecida alguma saca, antiga e maravilhosa, talvez até bordada, quem sabe. Mas nada. E acabei por comprar um saco desenxabido, de um tecido fininho, até grande demais para o pretendido, com um sistema de fecho de plástico, enfim, uma coisa triste e enfadonha, que durou e durou e serviu...até este fim de semana. Quando, inspirada por muitos dos vossos blogs, ousei desfazê-lo e voltar a fazê-lo, usando a imaginação e aquilo que houvesse em casa. Confesso que gostei desse mundo novo que se abriu de desconstrução/reconstrução e que agora ando receosa de olhar para as camisas do marido ou os vestidos das filhas com olhos de ver. O mais seguro será mesmo não apurar muito a vista...

LÁ FORA

6.3.15
É praticamente oficial: a primavera está a chegar. E não é só no calendário! Na vida real as temperaturas estão amenas e os dias mais longos. O céu pintou-se de azul, aqui e ali brota uma flor, e até já se pensa em aposentar botas, edredons e o mau humor dos dias cinzentos. É hora de olharmos para o nosso jardim, terraço ou varanda com outros olhos e resgatá-los de um longo e tenebroso inverno. Pelo menos essa será a minha tarefa do fim de semana: limpar os vasos, podar o que sobreviveu, replantar, comprar umas mudas, acrescentar e fertilizar a terra. Isto numa primeira fase. Em progresso estão novas almofadas e uma manta para vestir o velho banco que terá de resistir mais um ano. E at last, mas sobretudo not least, virão as ideias simples, divertidas e baratas para deixar a área verde ainda mais acolhedora e com uma identidade muito, muito própria!



ONTEM E HOJE

26.2.15
A ideia consiste em recriar fotos antigas, com as mesmas pessoas e na mesma posição. Para ficarem realmente fiéis, o ideal é as imagens serem tiradas no mesmo lugar e com roupas semelhantes. Não fui a esse preciosismo, seria impossível, mas em Julho último, reuni 3 filhos e 3 sobrinhos, e tentámos a experiência numa sessão fotográfica familiar, bastante íntimista e que não estava nos meus planos partilhar. Até que a Joana, no seu dia de anos, presenteou-nos com este vídeo emocionante, que me fez repensar. Sobretudo porque a ocasião acabou por ser um fim de tarde de muitas gargalhadas e memórias, em que os seis divertiram-se e recordaram com saudades férias e momentos esquecidos no passado.
O resultado, é uma série de imagens que relata o antes e o agora de uma amizade e mostra-nos o crescimento e a transformação de seis crianças. No "nosso" caso em concreto, em algumas situações, foi difícil reproduzir com rigor as posições, porque os mais novos acabaram por ficar mais altos que os irmãos ou primos mais velhos, e isto obrigou a reajustes. Mas valeu o esforço!

Cerca de 20 anos separam as 2 fotos abaixo:




CASA GRANDE chocolatier

20.2.15
Quem mora no norte de Portugal, está com sorte, pois além da marca ser de lá, existem lojas em Vila do Conde, Matosinhos, Barcelos, Gaia, entre outras cidades. Parece que em Lisboa também há um franchising, mas sinceramente, devo estar a perder qualidades, pois além de ter pesquisado online, ainda dei-me ao trabalho de agarrar na bicicleta e pedalar pela zona do Príncipe Real e São Bento, onde hipoteticamente se situa o espaço, mas ambas as iniciativas não tiveram sucesso!
Enfim, não conhecia a marca, e foi no último fim de semana, em passeio pelo Porto, que ao passar pela Rua Ferreira Borges, fui atraída pelas cores e pormenores do ambiente retrô e apesar de ser hora do almoço, imediatamente entrei, sentei-me e pedi uma meia de leite. Eu nem gosto de meia de leite. Ou tomo leite, ou café, mas nunca os dois misturados. Mas tão absorvida estava pelos detalhes que nem raciocinei: o que eu queria mesmo, era tempo para fotografar.
Fiquei conquistada de vez, quando a meia e o salame de chocolate (que também pedi num impulso) vieram servidos nas porcelanas que de há um tempo a esta parte, ocupam o meu coração, as loiças holandesas da Pip Studio.
De todos os tipos de chocolates, pãezinhos, bolos e doces que se pode saborear na Casa Grande, não vou falar, pois são inegavelmente deliciosos. Mas vou dizer-vos que me perdi no bom gosto do espaço, na calma do colorido suave, na originalidade das garrafas de leite transformadas em candeeiro, na delicadeza dos produtos protegidos pelas cloches. Preciso voltar, para dispensar a meia e regalar-me com um chocolate quente da casa, extremamente espesso.


ALMOFADAS SPIDER WEB

12.2.15
Spider Web é o nome oficial dos blocos usados nestas almofadas. Mas eu prefiro chamá-las de almofadas caleidoscópio. Afinal, a cada momento que as trocamos de posição, surgem aos nossos olhos combinações novas e inesperadas. Tal e qual o brinquedo que tinha em criança e que me facinava.
Fi-las numa tentativa desesperada de acabar com as centenas de retalhos que tenho. Mas parece que tudo o que consegui foi obter sub retalhos dos retalhos, fragmentos mínimos que parecem não servir para nada mas que faz pena deitar fora. A sensação que tenho é que literalmente, os bocados de pano reproduzem-se dentro das caixas. Quanto mais corto, acerto, harmonizo e utilizo, mais o monte aumenta. A vantagem de ter descoberto este bloco, é que fui obrigada a organizar os retalhos por cores. Digamos que continuo com uma porção de azuis, um punhado de encarnados, uma quantidade de neutros, uma mão cheia de verdes. Além do rosa e do amarelo. Mas pelo menos tenho a casa arrumada e a cabeça pronta para outros projetos.

























TUTTI FRUTTI

4.2.15
O que me atraiu nelas foi a possibilidade de colocar tecido no encosto. A que era para ficar encarnada veio daqui mas a cor fugiu para o laranja. A que sempre foi para ser verde bandeira, acabou por sair um tom alface e foi encontrada na rua. Não por mim, mas pela cunhada que liga-me e diz-me: "estou na esquina da rua tal a guardar uma cadeira para ti, vem rápido". Chovia a potes e deu-me uma preguiça súbita de sair de casa para salvar móveis, mas a curiosidade falou mais alto e valeu a pena.
Ainda falta uma, para completar a meia dúzia. Tudo começou com a cereja (ou magenta, ou beringela, depende da luz incidente), continuou com a Queen Anne e agora é esperar pelas cenas do próximo episódio.























UMA CASA COM VISTA

28.1.15
Sempre que leio entrevistas com atores, estes afirmam ser um privilégio a sua profissão, pois ela lhes permite encarnarem temporariamente outras pessoas, e viverem muitas e diferentes situações de vida numa só vida. Na minha profissão de arquiteta acontece uma coisa parecida: quando me encontro num processo de reabilitar uma casa, vivo nela e com ela durante um tempo. Difícil, é vê-la partir. é aperceber-me que alguém a comprou e aqueles espaços já não me pertencem, apesar de eu saber, desde o início, que a minha missão ali acaba quando tudo retoma o antigo brilho. A partir desse momento, o papel passa para outras pessoas, que se enamoram da casa, que a adquirem, que se apoderam e ocupam cada canto, em suma, que a vivem à sua maneira. Custou-me muito fechar a porta desta casa pela última vez. Deixar para trás a vista linda com a qual se dá de caras mal se entra, e o sol e a luz que inundam os ambientes sem pedirem licença. Não é com certeza a melhor casa do mundo, mas é diferente, tem pormenores que me encantam e uma sala única que ocupa um torreão debruçado sobre a cidade. Resta-me o consolo de durante uns tempos ter morado ali. Ainda que virtualmente.

MESA POSTA

19.1.15
Sei que não se deve mostrar o presente antes de o oferecer, mas não consegui resistir. Ainda na sequência das capas que fiz para os individuais em MDF, e depois de comentar várias vezes com a Camila, que precisava investir em porta guardanapos pois eram acessórios quase inexistentes aqui em casa, eis que em meados de Dezembro, recebo uma caixa cheia deles. Lindos, coloridos, enfeitados com flores e pássaros e, o melhor, feitos com charme e carinho pela mãe da Camila!
Ao pensar em como retribuir tal gentileza, lembrei-me que também nas nossas trocas de comentários e emails, a certa altura a Camila sugeriu que capas em patchwork ficariam lindas, ao que eu respondi que concordava, mas seria bastante trabalhoso fazê-las. Que presente melhor poderia eu oferecer a uma "meseira assumida" do que as tais capas em patchwork, para que ela continue a nos brindar no seu blog com mesas lindas e criativas? 
Então aí está: para Camila, uma mesa posta, ou melhor, um aparador violeta, com individuais e loiça patchwork, porta guardanapos como só a mãe dela sabe fazer, chocolate belga e muffins de lavanda. A receita dos muffins, é da Neuza, é excelente e pode conferi-la aqui. A lavanda, é outro agradecimento público que eu preciso fazer: foi-me amavelmente enviada pela  própria Neuza, é produção dela e já rendeu vários bolos e fornadas de muffins, deliciosos e super, super perfumados!


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