O MÓVEL DA D. RAQUEL

21.6.15
O móvel veio desta casa, onde habitou a D. Raquel. Deixado à sua sorte, como todos os outros, o que me chamou a atenção no dito cujo, foi o seu estilo não definido e o formato assimétrico. Quando peguei nele, não tinha a mínima ideia de que maneira iria transforma-lo, só sabia que precisava despi-lo das camadas de tinta. E foi duro, acreditem! Sessões intermináveis com decapante e lixadora elétrica, em que a única desculpa que me movia era a expetativa do que poderia descobrir: imaginava uma madeira antiga, num tom bonito em que bastaria envernizar ou encerar e toda a beleza do pequeno armário ficaria assim exposta. Ledo engano! partes bonitas apareceram, sim, mas outras, muito manchadas, também se tornaram visíveis e o fundo (que desilusão!) era em contraplacado. Eu percebo que estas marcas fazem parte da história que a peça carrega, mas neste caso, achei que preservá-las não abonaria em nada o móvel. Num primeiro momento, pensei em esconder as partes danificadas com pintura, depois considerei aplicar papel e finalmente optei pelo tecido, um que fosse buscar o verde dos vidros, o alaranjado da madeira, e tivesse um pézinho nos anos 70, só para baralhar ainda mais o estilo.
Coloquei-o na cozinha, no m2 onde costuro. Pode soar estranho, mas tendo em conta os meus fracos dotes culinários, a cozinha para mim serve mais para coser do que para cozer!

TOALHA DE MESA COM BOLSOS JEANS

17.6.15
Tenho esta toalha xadrez há largos anos, e quando os filhos eram pequenos foi-me muito útil, pois era a mais descontraída da casa. Com cara de verão, de piquenique e de ar livre, cobria a mesa, transformava-se em manta no jardim e serviu-me para várias festas e comemorações dos miúdos. Mas ultimamente tinha caído em desuso, substituída pela moda dos individuais e sousplats que tanto gosto. Foi portanto da toalha preterida que lembrei-me quando quis associar a espontaneidade do jeans a um padrão que sugerisse informalidade. A parte difícil foi convencer marido, filhos e sobrinhos a doarem bolsos. Persuadi-los que calças e bermudas, mesmo novas e perfeitamente em uso, não deixavam de ter o seu charme, ainda que com menos uma algibeira no traseiro. Antes pelo contrário, as peças ganhavam uma certa irreverência, e eu, uma toalha nova. Não dizem que jeans é versátil, eclético, multifacetado? em suma, que dá com tudo? concordo em absoluto. Basta variar nos acessórios que enfeitam e cabem nos bolsos e teremos uma toalha diferente a cada refeição.


1/4 DE GAVETA

10.6.15
É muito comum uma pessoa viajar e comprar um souvenir da terra por onde passou. Já não é tão usual alguém entrar num apartamento para fazer uma obra de remodelação e lembrar-se de trazer uma lembrança. Da velha cozinha que vos mostrei aqui fiquei com uma gaveta, ou melhor 1/4 de gaveta, pois na altura, pedi ao carpinteiro que a cortasse, deixando-a somente com 10 cm de profundidade. A ideia era usá-la para organizar os temperos que mais utilizamos em casa, transportando-os de forma prática, consoante a refeição tivesse lugar na sala, na cozinha ou ao ar livre. E assim foi: lá veio ela, reduzida a menos de metade, com as suas várias camadas originais de tinta e seu puxador em concha, ferrugento. Só que esta semana, tal arqueóloga num trabalho de investigação, deu-me uma vontade imensa de pôr a descoberto o que as grossas camadas de pintura escondiam. E revelou-se a sua enorme gratidão: uma gaveta em madeira de casquinha, com encaixe macho-fêmea na lateral. Forrei o seu interior com tecido e a caixa de transporte para os temperos e sementes TOP + da família continua a fazer, mais do que nunca, um grande brilharete à mesa. 

BIRD FEEDER

2.6.15
Foi ao ler este post da Ene, que me bateu uma vontade imensa de instalar no terraço de casa, um comedouro para pássaros. Pois apesar de eu morar num prédio localizado numa avenida bastante movimentada de Lisboa, o meu despertador é o chilrear animado dos passarinhos. Nesta altura de primavera, esvoaçam por ali andorinhas e melros. No inverno, em dias de fog intenso, e pelo fato de estar perto do Tejo, não raro, pousam gaivotas no terraço, certamente para recordarem-nos o velho ditado "tempestade no mar, gaivotas em terra".
Procurei bastante no comércio um comedouro que me agradasse e se adaptasse aos meus propósitos, sem sucesso. Troquei ideias com a Ene, pesquisei em lojas online. Nada surgiu. Acabei por imaginar o meu próprio bird feeder: um prato, uma chávena e cola bem forte. Reconheço que não ficou colocado no local ideal, logo acima do velho banco, com a inevitável consequência de alpiste e outras coisas menos agradáveis a sujarem as almofadas, mas pelo menos por enquanto, é o spot disponível. Agora é ter paciência e esperar que os comensais percam a inibição e se aproximem!


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