UMA CASA COM VISTA

28.1.15
Sempre que leio entrevistas com atores, estes afirmam ser um privilégio a sua profissão, pois ela lhes permite encarnarem temporariamente outras pessoas, e viverem muitas e diferentes situações de vida numa só vida. Na minha profissão de arquiteta acontece uma coisa parecida: quando me encontro num processo de reabilitar uma casa, vivo nela e com ela durante um tempo. Difícil, é vê-la partir. é aperceber-me que alguém a comprou e aqueles espaços já não me pertencem, apesar de eu saber, desde o início, que a minha missão ali acaba quando tudo retoma o antigo brilho. A partir desse momento, o papel passa para outras pessoas, que se enamoram da casa, que a adquirem, que se apoderam e ocupam cada canto, em suma, que a vivem à sua maneira. Custou-me muito fechar a porta desta casa pela última vez. Deixar para trás a vista linda com a qual se dá de caras mal se entra, e o sol e a luz que inundam os ambientes sem pedirem licença. Não é com certeza a melhor casa do mundo, mas é diferente, tem pormenores que me encantam e uma sala única que ocupa um torreão debruçado sobre a cidade. Resta-me o consolo de durante uns tempos ter morado ali. Ainda que virtualmente.

MESA POSTA

19.1.15
Sei que não se deve mostrar o presente antes de o oferecer, mas não consegui resistir. Ainda na sequência das capas que fiz para os individuais em MDF, e depois de comentar várias vezes com a Camila, que precisava investir em porta guardanapos pois eram acessórios quase inexistentes aqui em casa, eis que em meados de Dezembro, recebo uma caixa cheia deles. Lindos, coloridos, enfeitados com flores e pássaros e, o melhor, feitos com charme e carinho pela mãe da Camila!
Ao pensar em como retribuir tal gentileza, lembrei-me que também nas nossas trocas de comentários e emails, a certa altura a Camila sugeriu que capas em patchwork ficariam lindas, ao que eu respondi que concordava, mas seria bastante trabalhoso fazê-las. Que presente melhor poderia eu oferecer a uma "meseira assumida" do que as tais capas em patchwork, para que ela continue a nos brindar no seu blog com mesas lindas e criativas? 
Então aí está: para Camila, uma mesa posta, ou melhor, um aparador violeta, com individuais e loiça patchwork, porta guardanapos como só a mãe dela sabe fazer, chocolate belga e muffins de lavanda. A receita dos muffins, é da Neuza, é excelente e pode conferi-la aqui. A lavanda, é outro agradecimento público que eu preciso fazer: foi-me amavelmente enviada pela  própria Neuza, é produção dela e já rendeu vários bolos e fornadas de muffins, deliciosos e super, super perfumados!


BASTA UM OLHAR DIFERENTE

9.1.15
Uma das minhas irmãs nunca visita o blog. Sabe que ele existe e imagina vagamente que o foco é a decoração. Em contrapartida, quando viaja lembra-se de mim, e entope o whatsapp com coisas diferentes que vê por aí. Sugestões que, pensa ela, poderão agradar a mim e a quem me lê. As fotos são, na sua generalidade, mal batidas, por vezes desfocadas ou desenquadradas, e amiúde tenho que lhe pedir que repita, capte mais pormenor, mude de ângulo. Ou então, simplesmente que passe o telefone a alguém mais talentoso que esteja ao lado! Enfim, são fotos despretensiosas, mas que me inspiram, por ilustrarem ideias que podem levar a outras. Novas propostas, que prendem a atenção por serem incomuns, e que quase sempre implicam mais imaginação que custos. Ou seja, basta um olhar diferente para dar uso ao que estava sem préstimo, ou para tornar extraordinário, o banal.
E enquanto em Londres, o almoço tardava no the refinery, eu, em Lisboa, ia me deliciando com as imagens.

DO VELHO FAZ-SE NOVO

1.1.15
Ano Novo é oportunidade de recomeço e época de alento redobrado. Não sou dada a balanços do que passou e tenho grande dificuldade em planear o porvir, por isso celebro a chegada de 2015, ilustrando-a de forma simbólica, com um antes e depois.
Fica para trás um pequeno móvel de casa de banho, desbotado e bastante maltratado. E estreia-se com pompa e circunstância uma peça renovada, em que cores e tecido destacam as formas arredondadas e assimétricas, bem ao gosto dos anos 50.
Só que desta vez, o mérito não é só meu: contei com o apoio da Guida, que é a cara do Atelier Monstros. O pequeno armário foi a desculpa que arranjei para trabalhar acompanhada, Nestas coisas, a partilha de ideias e opiniões assim como os conselhos de quem sabe mais, são importantes, sem contar que a Guida é pessoa de simpatia e humor contagiantes e que adora o que faz.
Local para ficar, o armário ainda não tem, razão pela qual aparece pousado em vez de na parede, como deveria ser. Estou hesitante sobre que função lhe atribuir, pois deram-me outro, do mesmo estilo  mas com desenho diferente, e talvez espere ter os dois prontos para então lhes dar um destino.

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