BRIDE AND GROOM PADDINGTON BEARS

30.9.18
A minha sobrinha chegou-me esta semana, de surpresa, com dois porta chaves do ursinho Paddington. O Paddington Bear, para quem não sabe, é um personagem clássico da literatura infantil do Reino Unido, e as histórias contam as aventuras de um urso que nasceu no Peru e foi adotado por uma família em Londres. Mas dizia eu que a sobrinha, que mora em Londres e veio a Lisboa especialmente para o casamento de um amigo de infância luso-britânico, aparece-me com os ursinhos e pede-me ajuda: precisava, a pedido dos noivos, transformar os dois bonecos em noivinhos para enfeitarem o topo do bolo de casamento. Seria uma homenagem ao lado inglês do noivo e também um desejo da noiva, grande fã do personagem. A princípio fiquei meia apreensiva, pois entendi que a sobrinha queria que eu confeccionasse uns fatos especiais para os bonecos, que de tão pequenos cabiam na palma da mão. Mas quando trocámos ideias, chegámos à conclusão que não havia razão para descaracterizar o Paddington que tem como imagem de marca o chapéu vermelho e a canadiana azul. Sem estas roupas ele tornar-se-ia um Teddy Bear anónimo e comum. Pensámos que se um dia o ursinho se fosse casar, apenas adicionaria ao seu típico traje bicolor um acessório de gala e que a escolha certa seria um bow-tie com algum brilho. Já para a noiva, o investimento foi maior: conservámos o casaco azul mas o chapéu foi substituído pelo tradicional véu (foi uma boa surpresa descobrir, quando descosi o chapéu, que o boneco tinha orelhas!), flores do campo na "mão" e de repente tínhamos à nossa frente uma ursinha feminina mas que ainda assim, remetia ao Paddington. Foi uma brincadeira engraçada, que deixo aqui à guisa de inspiração, pois nunca me teria passado pela cabeça transformar um personagem do imaginário infantil em bonecos de topo de bolo. Soube, que apesar da abordagem e do projeto simples, os noivos emocionaram-se e foi isso que me deixou mais feliz.

JOGO DE LOIÇAS

22.9.18
Eu sempre gostei de pratos altos. Acho que por não ser boa cozinheira nem doceira, tenho a ideia que um bolo por mais simples que seja, colocado num prato que tenha um pé, é elevado a um outro patamar e acaba por se destacar na mesa. Também agrada-me uma mesa posta de forma diferente e original onde haja mistura de elementos, de cores e de padrões. Gosto de ver volumes e alturas diversas e em certas ocasiões em que precisei de uma peça mais elaborada, acabei por "desenvolvê-la". Como? fazendo um jogo de loiças. Juntando, com imaginação, pratos, taças, chávenas e bules. E antes que me perguntem se nunca nada desabou em cima da mesa, posso vos garantir que não: o truque é um ponto aqui e outro acolá de cola quente que sai muito bem na lavagem e não estraga o material. Claro que também há a hipótese de usarem cola específica para porcelanas e ficarem com uma construção definitiva, mas eu prefiro as montagens efémeras. As palavras chaves aqui são criatividade, harmonia e equilíbrio (em todos os sentidos). E não vale só para bolos e bolinhos, serve também para servir um pão com geleia ou exibir as flores num centro de mesa.

CADEIRÃO ENCONTRADO NA RUA...

8.9.18
...não por mim, mas pela minha cunhada que prontamente levou-o para casa e ali ficou por vários meses, sem que ninguém tivesse coragem de pegar nele. Estava muito manchado, por ter ficado exposto ao sol e à chuva, faltava-lhe uma peça do encosto, tinha partes descoladas e um braço bastante ruído, provavelmente por algum cachorro. Mas o potencial estava lá, e começou a dar nas vistas mal iniciei a lixar, quando apareceu uma madeira não muito clara mas com uns veios bonitos. A parte delicada, foi o enxerto no braço. Tratou-se de uma primeira vez para mim e achei mesmo que não iria dar conta, mas no fim revelou-se um trabalho de marcenaria bem interessante de realizar.
Minha cunhada não é dada a DIY, e a cadeira, pesada e rústica iria ficar forever esquecida a um canto se eu não lhe lançasse mão. Trouxe-a comigo há alguns meses e demorei de propósito a trabalhar nela, pois só quero devolver a cadeira no dia do seu aniversário, daqui a alguns dias. Minha cunhada tem passado por problemas graves de há um ano a esta parte, que a têm deixado muito em baixo, e quero que ela tenha a surpresa de entrar na sua sala e se deparar com a cadeira renovada. Tenho a certeza que ela não a vai reconhecer, não está à espera de um tal presente de anos e imagino mesmo que ela no momento até já tenha esquecido o cadeirão, porque quando o levei de lá de casa fingi falta de convicção, e ainda lancei, com pouca firmeza, um "vou ver o que consigo fazer disto". Até a escolha do tecido para as almofadas não foi sem intenção: não é o tecido que a cunhada escolheria, ela é pessoa mais contida e clássica nos seus gostos. Mas o propósito foi mesmo esse, tirá-la da sua zona de conforto e dar um boost, um impulso, alguma cor à sua vida.

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