POR AÍ

27.1.16
Há já algum tempo que não trazia imagens de coisas interessantes que outros ou eu, com o olhar afiado, captamos por aí. Ideias simples, irreverentes ou divertidas, passiveis de serem levadas para casa. Ou aquela criatividade e certa ousadia que geram espaços visualmente apelativos. A qualidade das fotos, já sabem, é o costume, tiradas com o telemóvel, com pouco cuidado no foco ou ângulo. Relevem!

Parece que tornou-se tendência em refeições descontraídas, dar uma finalidade fora do comum aos potes de vidro que sempre teimam em pairar lá por casa. Neste almoço eles foram utilizados como recipientes para a sobremesa, mas nas imagens a seguir, simples potes transformam-se em verdadeiros mason jars. Umas folhas de hortelã ou umas palhinhas listradas ajudam a incrementar ainda mais o visual do sumo, já de si, bastante atraente.

CAIXA PARA TALHERES

16.1.16
Durante algumas semanas frequentei um curso de marcenaria. Não que pense dedicar-me ao ofício, mas mais naquela de ganhar alguma intimidade com o serrote e o martelo e não me sobrar peças depois de desmantelar as velharias que me passam pelas mãos. Na primeira aula, foram distribuídas entre os alunos, duas pequenas tábuas de mogno e uma ripa em pinho que no final da formação, segundo o monitor, deveriam estar transformadas numa bonita caixa com tampa. Foi nesse momento que achei tudo muito insólito, devo mesmo ter-me rido para dentro e não confiei minimamente nas minhas skills. Prova disso é que não fotografei nada dessa etapa, aliás nem dessa, nem de fase nenhuma. Mas a verdade é que ao fim de 18 horas, e depois de muito ter cortado, martelado, lixado e agravado a tendinite que tenho no ombro, surpreendentemente aparece à minha frente uma caixa feita inteiramente por mim. Estávamos na altura do Natal, e os meus colegas acharam que aquela seria a prenda ideal para ofertarem ao pai, à mãe, ao marido. Que estes iriam ficar muito orgulhosos e emocionados, tal qual nos sentimos quando o filho pequeno traz da escola algo realizado por ele. Observei a caixa que, okay, era feita por mim, mas não era linda e de imediato me veio à cabeça o sorriso amarelo de uma filha quando, expetante, abrisse o seu presente de Natal, e lhe saísse aquilo. Se eu própria, a progenitora da caixa, olhava para ela e não lhe via qualquer beleza ou utilidade, que dirá a filha? Relutante trouxe-a para casa e coloquei-a temporariamente na prateleira da cozinha, virada de topo para ocupar menos espaço, em espera enquanto eu não me desse ao trabalho de transferi-la definitivamente para a arrecadação. E como ela ficou ali uns dias, de topo, com os encaixes bem à vista, de repente até comecei a enxergar alguma possibilidade. Lembrei-me que sou compradora compulsiva de talheres, que as gavetas estão abarrotadas deles, que um puxador faz milagres e um tecido, aconchega. Tudo isto somado, a caixa continua na prateleira, só que para todo o sempre, cumprindo uma função definida e com um ar bem mais atraente.

A COZINHA DOS VERHOVEN

8.1.16
Em meados de Novembro último, todos nós assistimos, atónitos, aos atentados de Paris e às consequentes medidas rigorosas de segurança tomadas por alguns países vizinhos. Nomeadamente a Bélgica, e mais especialmente sua capital, que durante quase uma semana, literalmente parou: o metro foi fechado, as aulas do infantil às faculdades, suspensas, o comércio encerrado, aglomerações proibidas. À população foi pedido que se mantivesse o mais possível em casa. Eu tenho uma filha em Bruxelas, estudante de medicina e que nesse mês de Novembro estava em estágio com um médico. Na Bélgica, é comum os médicos terem os consultórios instalados nas suas próprias casas e saírem para fazer visitas domiciliárias. Foi com um clínico com esta rotina, um senhor em final de carreira, que Laura fez o estágio. Todos os dias, ela dirigia-se a pé para a casa dos Verhoven, participava das consultas e saía de carro com o doutor para as visitas em casa dos pacientes. Isto aliviou as minhas preocupações de mãe, pois pelo menos sabia-a longe do metro, do Campus Universitário onde diariamente circulam milhares de estudantes e fora das aulas ministradas em anfiteatros com mais de cem alunos. Mas o que me acalmou mesmo, foi quando dei-me conta que as pausas da Laura eram feitas numa cozinha linda, desarrumada, vivida, com móveis que pareciam não combinar, flores frescas colocadas sobre a bancada, restos de comida na mesa, desenhos dos netos espalhados pelas paredes coloridas. Como se ali, ela pudesse estar protegida de tudo, abraçada pela cor e pelo aconchego da família. As pausas e refeições eram feitas neste ambiente, na companhia do casal, de 5 crianças impedidas de ir à escola e do cão. Os Verhoven, acolheram a minha filha num período que acabou por ser difícil para todos, e podem até imaginar que eu lhes esteja grata por isso, mas nunca saberão a real dimensão desse reconhecimento nem desconfiarão o quanto a barafunda da cozinha deles apaziguou-me o coração e me fez acreditar que a vida por lá corria serena.
De Lisboa, entre os mil afazeres das festas de Dezembro enviei-lhes uma almofada feita sem estudo prévio, apenas com o que tinha em casa e em que nem a camisa do marido escapou. Uma prenda modesta face ao que recebi.

ANO NOVO, MESA (QUASE) NOVA

2.1.16
Se eu tivesse que descrever numa palavra esta transformação que fiz, provavelmente colocaria uma enorme #umtantoouquantofailed agarrada à peça. Eu explico: queria muito aprender a técnica de transferência de imagem, e apesar de ter lido sobre o procedimento em bastantes blogs, assistido alguns vídeos e inclusive ter tido a ajuda preciosa da Patrícia do Fuxicando Ideias, que por email deu-me imensas dicas e conselhos, a verdade é que a experiência não saiu exatamente como eu queria. A pequena mesa em pinho que pertence ao quarto dos netos (do meu pai) na casa de praia, estava muito sem graça e a ideia foi dar-lhe um up, tornando-a mais divertida e a cara dos jovens que no verão, saturados de meses de frio e enfim livres dos estudos, invadem a casa do avô, na mais pura descontração, com pouca roupa e...chinelos de dedo nos pés. O que correu mal então? bom, talvez olhando de longe ou pelas fotos, não se note, mas o papel branco que deveria ter desaparecido praticamente todo, saiu em certos locais, mas noutros, não, e 3 ou 4 unhadas minhas, fizeram com que algumas letras ficassem com falhas. Quem viu o trabalho ao vivo, gostou, e até achou que as imperfeições dariam um ar rústico, mas não era essa a minha intenção. No entanto, valeu o esforço, vou encarar este quase falhanço como uma 1ª experiência e praticar mais, para melhorar a performance. As fotos da "nova" mesa foram tiradas lá em casa e em jeito de pano de fundo, aparece uma das mantas que fiz para as camas do quarto. São blocos grandes em patchwork, num trabalho pouco exigente, sempre com foco na simplicidade e informalidade que pede uma casa de praia. Agora, pelas minhas contas, para terminar o dito quarto, falta recuperar um pequeno baú e "dar a volta" às gavetas da cómoda. Imaginação, precisa-se!

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