Em Abril último a minha sogra deixou-nos. Teve uma vida longa, um casamento pautado por muito amor, construiu uma família com valores sólidos e não fosse o desgosto de ter perdido um filho há uns anos, teria, penso eu, vivido no melhor dos mundos. Como sempre nestes casos, depois que a pessoa parte, sobra uma casa cheia de moveis e de recordações de uma vida inteira, difícil emocionalmente de desmanchar. Felizmente, não calhou a mim essa tarefa e sim à filha e esta, sabendo do meu gosto por moveis e objetos do passado, deixou que eu ficasse com aquilo que quisesse. Não trouxe tudo que gostaria e sei que talvez um dia ainda venha a lamentar, mas apesar de não me faltar criatividade, a verdade é que não tenho espaço físico para tanto nem tempo ilimitado para resignificar peças. Guardei numa arrecadação algumas coisas que, penso, ainda poderei vir a usar e quando já tinha encerrado o lote, a cunhada pediu que eu ficasse também com o baú do enxoval. Não pude recusar uma peça que conviveu cerca de 70 anos com a minha sogra e foi tão significativa em sua vida, e imaginei-a, jovem, determinada e confiante como sempre foi, a vir da aldeia para a capital, para casar com o seu mais que tudo e iniciar sua carreira de professora primária, acompanhada de uma arca pesada em sonhos e peças bordadas por ela. O baú, apesar dos anos, estava bem conservado portanto o que fiz foi apenas dar-lhe um ar mais rústico pois a arca, ultimamente guardadora de cobertores e mantas, iria ser reconvertida em móvel de TV na casa de praia, substituindo um de gosto e qualidade muito duvidosos, que um dia foi lá para casa com estatuto de temporário mas ameaçava tornar-se definitivo. A tarefa foi relativamente rápida e a transformação, tudo menos radical: livrei a peça de um verniz luzidio e alaranjado, limpei com palha de aço finíssima as ferragens e coloquei-lhe umas rodas. Sim, móvel de televisão que se preze tem que ter rodinhas, ainda mais que no verão, os sobrinhos gostam de virar a TV para o exterior e assistir futebol sentados lá fora, a curtir as noites Algarvias.
O BAÚ DO ENXOVAL
28.10.20
Não mexi no interior do baú pois estava impecável. Achei graça ao pormenor do tabuleiro para facilitar a arrumação:
O móvel de TV que corria o risco de se tornar definitivo:
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O baú estava muito bom e ficou ainda mais bonito.
ResponderEliminarEstive a espreitar a casa de praia: que maravilha e fiquei (quase) invejosa. Tão bonita.
Beijinhos :))
Acho que a arca ficou bem melhor nesse local e, para além disso, agora está bem mais bonita também. Bjs
ResponderEliminarLinda arca! E boa troca, a meu ver. Bjo grande
ResponderEliminarEu já ia perguntar onde é que estavam os pés... :)
ResponderEliminarA arca ficou linda, moderna, com acabamento de luxo e muito bem adaptada ao espaço que estava a pedir esse mimo. Gostei muito!
Obrigada por mais uma deliciosa inspiração!
Oi Val,
ResponderEliminarQue história linda tem este baú! Realmente ele ficou mais bonito sem o verniz, ficou mais chique!
Beijos
Ficou lindo. Beijinhos.
ResponderEliminarUau! Ficou lindo o resultado final.
ResponderEliminarBom fim de semana!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
Aqui também recebemos de herança alguns móveis. Gosto muito de resignificar valores de família.
ResponderEliminarAchei lindo a sua reforma e combinou bastante com sua sala.
Passa lá no blog. Fiz postagem nova e queria muito saber sua opinião sobre.❤
Beijos😚,
Paloma Viricio
De facto Val, o móvel que quase era definitivo precisava mesmo de ser substituído! A arca ficou muito bonita e deu de imediato um ambiente muito próprio à sala da casa de Verão. Está linda!
ResponderEliminarComo sabes, também estou num processo de desmanchar casas, no meu caso, não uma, mas duas... é muito difícil e muito triste termos de nos desfazer de tudo o que sabemos ter sido tão importante para alguém que adoramos. Enfim, tem de ser, não há volta a dar, impossível guardar tudo. Tal e qual como tu, sei que um dia me vou arrepender de não ter guardado algumas das peças que estou a "despachar", mas não tenho onde guardar tanta coisa. É claro que vou ficar com alguns móveis para mim, como a máquina de costura da minha mãe, o relógio de parede do meu pai, a mala de enxoval da madrinha, algumas cadeiras soltas que acho lindas e loiça, os serviços de jantar, de chá, café, etc... são peças muito bonitas e muito antigas, impossível desfazer-me delas.
Estou sempre a dizer isto, mas é mesmo verdade, se estivesse mais perto de ti até era bem provável que aproveitasse mais peças, porque tu me ensinarias a recuperá-las e a dar-lhes uma segunda vida, assim, da forma como tu fazes, com as peças a ficar tão bonitas, cheias de destaque e histórias para contar.
bjs*
Bom dia, Val
ResponderEliminaraqui: 8:40 manhã de sexta-feira mais amena, já que choveu à noite.
De fato é um SR. Baú, com uma madeira lindíssima e puxadores mais que estilosos.
Deu a ele um lugar de destaque apesar de competir com a TV, mais duvido que alguém não lhe preste atenção. Mais um trabalho digno de palmas. Parabéns.
Grande abraço.
Mari
Uma história lindissima Val!
ResponderEliminarBjns
ResponderEliminarMaravilhoso. Adorei a historia.Hoje comecei a acompanhar o seu blog. Um abraço
Val,tudo bem querida? Saudades de tu. Alem de lindo uma utilidade. Não poderia ser outro lugar para este baú amiga. Ficou lindo ai na casa de praia. Bom Domingo ! Beijinhos
ResponderEliminarO baú é lindo, e ficou ótimo como móvel de televisão. Gosto muito da sua criatividade.
ResponderEliminarBom Dia Val,
ResponderEliminarEspero que o sol esteja radiante por ai como está esta manha aqui!
Esse baú pode se dizer que é intemporal, linhas direitas sem muitos "ricocos" Ficou muito bem nesse tom de madeira que agora e até parece que estava destinado a esse cantinho.
Gostei do ar leve que deste e a forma como colocaste as rodas foi um boa ideia.
No fundo a tua sogra irá estar presente nessa casinha nos momentos de euforia.
Fizeste muito bem ficar com o baú.
Por aqui está tudo parado,(bricolices) o ritmo ao trabalho voltou, e por enquanto estou virada para a natureza que tanto me revigora.
bj minha querida e protejam se isto não está facil
Lulu
Que peça linda, Val, e repleta de memórias. Excelente sacada a dos rodízios e o ar mais rústico que conferiu à peça também prefiro, acho que fica muito mais fácil de inserir em diferentes contextos. Beijo
ResponderEliminaroi Val
ResponderEliminarLendo teu post fiquei emocionada. Minha sogra tem alzheimer e eu ainda não consigo aceitar esta doença.
Deve ser muito lindo ter as lembranças dela mais próximas de vcs na representação dos objetos .
Lindo baú, adorei tua intervenção. As rodinhas escondidas foram uma grande sacada!
bju amiga
Val, que saudades de vir por aqui e ver essas suas transformações, que fazem um bem danado aos olhos.Fiquei encantada com o baú,valeu a pena recuperar essa linda herança, como lembrança da sua sogra.Com certeza sempre ela estará em vossos corações e terão doces recordações cada vez que olharem para o baú.Besitos e bom restinho de semana.
ResponderEliminarQue linda que ficou! Uma peça com valor único! Você sempre me inspira, Val! Poliana M.
ResponderEliminarUau! Ficou espetacular e com a vantagem de guardar muita coisa lá dentro caso necessário.
ResponderEliminarParabéns pelo trabalho executado.
Bjs