Após décadas sem crianças na família, eis que neste ano de 2022 vão nascer duas! Confesso que estou totalmente desabituada destas andanças: ignoro completamente quem são os atuais heróis dos filmes da Disney ou quais os brinquedos e produtos que estão na berra. No entanto, e depois que soube que os bebés iriam chegar, comecei a ficar mais desperta para o universo dos mais pequenos e dei-me conta que as cores e as estampas que se usam no mundo infantil nos tempos que correm são...todas e mais algumas! Esbatem-se as diferenças entre masculino e feminino e atreve-se com tons que há 20, 30 anos nem sequer eram considerados, como rosa velho, cinzento, verde tropa, caramelo, preto, castanhos. Para quem, como eu, gosta de sair da zona de conforto no que tem a ver com cores e padrões, esta descoberta foi, com a licença do trocadilho, ouro sobre azul! Com o Natal à porta, o tempo disponível a encolher e uma das crianças quase a vir ao mundo, encontrei, neste blogue a ideia interessantíssima de um pequeno quilt para se usar na cadeirinha de criança para carro. Este quilt, além de ser de execução relativamente rápida devido às suas reduzidas dimensões, tem a particularidade que eu achei genial, de levar tiras de lado. Estas permitem que o adereço seja atado à cadeirinha evitando assim cair durante o transporte ou num movimento mais brusco da criança. Uma peça como esta, três décadas atrás, teria me evitado vários dissabores! Fiz a manta com tecidos que já tinha em casa e que pelas suas características de colorido e padronagem não foram nunca comprados a pensar em bebés: usei bolas, quadrados, flores, estampa tie dye e até um tecido de estrelinhas de uma coleção de Natal. Quando a minha sobrinha recebeu o presente e adorou, senti-me super realizada mas principalmente, liberta de amarras. Eu que sempre fui avessa ao clássico e tradicional, estou entusiasmadíssima por poder daqui para a frente tornar-me (ainda mais) ousada nos meus trabalhos direcionados para os mais pequenos!
CASA PRÁTICA E ACOLHEDORA
Não é o que mais tem aparecido por aqui, nestes anos todos de blogue, mas é sem dúvida o meu tipo de post preferido: entrar em lares da vida real e registrar as ideias, as soluções, observar como cada um vive a casa à sua maneira, moldando-a mas também adaptando-se ao que ela tem para oferecer. Este apartamento em Bruxelas, e é a 5ª (ou será 6ª?) casa que a minha filha habita em 11 anos de Bélgica. É pequeno, mas bem localizado, ao lado de um parque e num bairro bem fornecido em termos de lojas. Às quartas feiras, um marché instala-se junto à praça principal, animando e perfumando as ruas com seus produtos frescos de diversas proveniências. Para se ter ideia da aldeia global em que vivemos, a dois passos da casa há uma loja de...pastéis de nata! do sabor tradicional aos mais inovadores, com recheio de chocolate belga ou speculoos. Enfim, não existem mais fronteiras nem exclusividades!
O apartamento fica num prédio com mais de cem anos, com uma arquitetura comum aos edifícios Bruxelenses da época e parece ter sido originalmente uma casa unifamiliar, a determinada altura dividida em 3 pequenas moradas para arrendamento. Laura e o namorado ocupam o 1º andar. Não é grande mas tem aquelas características que aumentam e potencializam qualquer espaço: luz natural em abundância, pé direito alto, portas grandes que dividem as assoalhadas sem as enclausurar. Se o quarto é enorme mas não tem roupeiros suficientes, nada de desespero: prateleiras e varões à vista solucionam o impasse. A sala não comporta uma mesa de jantar? sem dramas: a mesa vai para a cozinha, ganha banco com almofadas e até poltrona e luminária à cabeceira, duplicando as funções como canto de leitura. Não existe espaço para uma estante de livros? o parapeito da janela é um bom apoio. Gosto destas soluções descontraídas, que abraçam os defeitos de uma casa e transformam as partes negativas em aliadas de peso. São soluções descontraídas, sem nenhum padrão ou estilo definido mas que definitivamente tornam único, um lar.