A demolição da lareira e da bancada anexa à mesma foi, durante anos, um assunto tabu lá em casa: mal eu o mencionava, o marido hiperventilava. O meu argumento era simples: livrando-me da lareira não ia ganhar muitos metros quadrados na sala, mas também não iria mais ficar condicionada por ela. Teria a possibilidade de mudar o sofá de posição, de abrir uma porta grande para o terraço e usufruir mais da vista do verde lá fora. Enfim, seria uma lufada de ar fresco numa sala com 25 anos, que viu 3 crianças crescerem e precisava de um upgrade urgente. Os argumentos dele nunca me convenceram: era uma obra chata, havia a dificuldade acrescida de "segurar" a chaminé que vai até ao telhado do prédio, em suma, um capricho meu que em nada iria contribuir para a modernização do espaço. Foram de tal modo as discussões entre nós, que resolvi chamar uma amiga designer de interiores para mediar o casal. E deu certo! com uma voz externa a opinar, uns desenhos bonitos e acredito eu que também com uma grande dose de cansaço de me ouvir, a lareira e respetiva bancada finalmente vieram abaixo! A casa está uma confusão, o pó reina no ar, o fresco da noite entra pela janela inexistente, mas enquanto mais de 70 sacas de entulho saíam lá de casa, um peso se aligeirava nos meus ombros...
Não sei bem nem quando nem como vai acabar a obra, mas já tenho algumas certezas: o sofá (novo) vai mudar de posição, uma estrutura, provavelmente de madeira, impedirá a vista franca da porta de entrada para a sala (não tenho hall de entrada no apartamento) e cortinas fluídas irão esvoaçar quando uma brisa suave soprar.
Abaixo, fotos da sala como estava e imagens da situação caótica atual. Capítulos novos se seguirão consoante o andamento dos trabalhos.