Adoro esta casa. Não é minha, é da família, portanto todos a usam. Mas sinto como se pertencesse só a mim. Talvez porque seja eu que a frequente mais. Talvez porque não me canse de apreciar a sua luz. Talvez porque ainda tenha tanto da minha mãe nela. Foi construída há quase 30 anos, com materiais e decoração típicos do Sul de Portugal. Soluções simples e práticas, como se quer numa casa de praia. Gosto do branco imaculado das paredes, do formato em U da casa, de não ter janelas para a rua e da luz entrar a rodo pelo pequeníssimo jardim de inverno e pelo pátio interior. Até gosto do fato de cada quarto ter uma cor. O "meu" é o amarelo. Além do azul, ainda existe um rosa que não mostro aqui por se encontrar em reforma, mas virá a seu tempo. É o maior, o que tem mais camas e consequentemente o preferido dos jovens da família, que sempre conseguem lá acolher mais um amigo. Cuido dela como posso, mimo-a, trago mais um artesanato, penduro alguma coisa aqui, mudo algo acolá, sempre com o sentimento ambíguo de que ela é minha, sem ser. Pergunto-me por vezes se estarei a impingir os meus gostos, mas como ninguém se manifesta, sigo. Um azulejo na fachada indica que a casa tem o nome de "Moreninha", a alcunha da minha bisavó, que a minha mãe quis homenagear.
BANQUINHO FORRADO COM RETALHOS
20.8.15
É nas horas em que estou a decapar um banquinho velho e sem graça, que me pergunto se serei masoquista. Seria tão mais fácil deslocar-me até à esquina, comprar um igual ou parecido, novo e limpinho, e evitar esta etapa maçadora e quase inglória. Quem mo entregou para recuperá-lo, vai ficar tão feliz em receber um lindo banquinho reciclado, repaginado, remodelado e outros "ados" mais, que nem sequer notará se é o mesmo...
Mas pronto, é oficial: eu gosto de sofrer! E assim sendo, toca a decapar e lixar bem, porque a intenção é forrar o banco com retalhos de tecidos e eliminar ao máximo as irregularidades da madeira, ajuda na perfeição do acabamento. No tampo nem toco: em tempos alguém lembrou-se de lhe colar um bocado de alcatifa com cola de contato, e essas marcas vou varrê-las para debaixo do tapete. Que é como quem diz, aproveitar uns blocos que vi aqui e que fiz num momento de ócio, sem nenhum propósito, só naquela de usar os retalhos, e praticar. Como é curto, adiciono-lhe umas laterais e faço um quilting para enfeitar. Prendo um quadrado de enchimento à superfície do tampo, agrafo o todo, e está pronto o assento.
Final feliz num estilo tudo junto e misturado, para uma peça que tinha destino traçado (lixo). E agora quem duvida que se trata do mesmo, sou eu.
Final feliz num estilo tudo junto e misturado, para uma peça que tinha destino traçado (lixo). E agora quem duvida que se trata do mesmo, sou eu.
A CASA EM WILLIAMS BAY
14.8.15
As fotos chegaram-me por WhatsApp e terão que perdoar a falta de foco, os ângulos nem sempre bem escolhidos e o contra luz, mas foram os meus filhos que as enviaram. Talvez saibam que tenho uma filha nos EUA. É uma Student Athlete, ou seja, alguém que participa de competições desportivas, patrocinada pela universidade em que estuda. Este ano, por força das circunstâncias, houve uma cisão familiar no que toca às férias. Os pais ficaram em casa, e os filhos rumaram à terra do Tio Sam para juntarem-se à irmã. O desporto fomenta as amizades, e depois de 2 anos a fazer parte de uma equipe e a partir em grupo em longas viagens para torneios através dos Estados Unidos, é natural que a Bea tenha estreitado laços e que os pais das colegas, sabendo-a tão longe de casa, a recebam como se ela fosse da família. Pois foi em família que os três sentiram-se durante a estadia na casa dos Starcks, e eu como mãe só tenho a agradecer o acolhimento. Eles encantaram-se com o local e com a descontração da casa. Praticaram stand up paddle e kayak nas águas do lake Geneva, fizeram barbecue e o tradicional marshmallow bonfire.
A casa, é daquelas que me arranca sorrisos, com vários elementos e soluções que fazem bem aos olhos, como as cadeiras turquesas da piscina e a cozinha que comunica com a sala de jantar. Situação esta que pelas fotos abaixo é difícil constatar, mas como eu tive direito a um home tour via skype, não pude deixar de notar! Também morri com o pequeno atrelado como mesa de centro na sala de estar e as malas de viagem que fazem vezes de mesinhas de cabeceira.
Numa família maioritariamente feminina (mãe, 4 filhas e 2 netas), é na cave que o pai tem o direito de expressar o sua paixão pelo Texas. E como expressa! a casa de banho é repleta de elementos alusivos aos cowboys! É ali também que ficam expostos as fotos da filha atleta, as camisolas usadas em jogos decisivos, os troféus. Uma casa vivida, por dentro e por fora.
A casa, é daquelas que me arranca sorrisos, com vários elementos e soluções que fazem bem aos olhos, como as cadeiras turquesas da piscina e a cozinha que comunica com a sala de jantar. Situação esta que pelas fotos abaixo é difícil constatar, mas como eu tive direito a um home tour via skype, não pude deixar de notar! Também morri com o pequeno atrelado como mesa de centro na sala de estar e as malas de viagem que fazem vezes de mesinhas de cabeceira.
Numa família maioritariamente feminina (mãe, 4 filhas e 2 netas), é na cave que o pai tem o direito de expressar o sua paixão pelo Texas. E como expressa! a casa de banho é repleta de elementos alusivos aos cowboys! É ali também que ficam expostos as fotos da filha atleta, as camisolas usadas em jogos decisivos, os troféus. Uma casa vivida, por dentro e por fora.
VESTIR O BANCO
7.8.15
Desculpem-me a overdose de posts sobre o terraço, mas tem uma explicação: como encontro-me em casa em semi férias, e este espaço no verão é bastante usado, tenho ocupado muito do meu tempo livre a melhorar as condições de "habitabilidade" lá fora. Se o termo semi férias não lhe diz nada, vou esclarecer: oficialmente estou a trabalhar, mas sendo agosto o mês em que Lisboa fica deserta e o escritório em banho-maria, sobra-me bastante vagar para estar em casa a inventar.
Tempo de ócio esse, em que me obriguei a terminar a manta, começada há meses, que vai servir para cobrir e disfarçar as mazelas do velho banco do terraço. Só que nem tudo começou da melhor forma: escolhi cores e padrões que até podem ser bonitos, mas têm pouco a ver comigo; enganei-me nas dimensões e tive que ir emendando (e inventando) à medida que avançava; desiludi-me com o todo, passei à frente N projetos que tinha em fila de espera e a manta evoluiu aos soluços e empurrões. Numa tentativa de remediar o que não tem mais remédio, virei a coberta do avesso e coloquei almofadas. Fica aqui o resultado falhado (numas fotos baças e sem cor que também não ajudam mesmo nada) e a promessa de fazer nova manta, ao meu jeito, para a temporada primavera-verão 2016.
Tempo de ócio esse, em que me obriguei a terminar a manta, começada há meses, que vai servir para cobrir e disfarçar as mazelas do velho banco do terraço. Só que nem tudo começou da melhor forma: escolhi cores e padrões que até podem ser bonitos, mas têm pouco a ver comigo; enganei-me nas dimensões e tive que ir emendando (e inventando) à medida que avançava; desiludi-me com o todo, passei à frente N projetos que tinha em fila de espera e a manta evoluiu aos soluços e empurrões. Numa tentativa de remediar o que não tem mais remédio, virei a coberta do avesso e coloquei almofadas. Fica aqui o resultado falhado (numas fotos baças e sem cor que também não ajudam mesmo nada) e a promessa de fazer nova manta, ao meu jeito, para a temporada primavera-verão 2016.
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