Distanciamento, confinamento, isolamento, evitar aglomerações. Expressões que entraram no nosso quotidiano em 2020. E como isso pode ajustar-se a reunião, família, abraços e encontros, que são as palavras que combinam com Natal? Quase impossível casar distanciamento com abraços e isolamento com reunião, a não ser que usemos toda a nossa criatividade e a tecnologia ao nosso alcance. Que não desanimemos por não podermos estar fisicamente com todos aqueles que gostaríamos e inventemos novas formas de estarmos juntos. Que matemos as saudades com telefonemas, face times, whasapps, lives, o que for. Melhor ou pior haverá sempre maneira de falarmos com quem está longe, de partilharmos a ceia e abrirmos os presentes em simultâneo. Neste Natal tão atípico e quase surreal o que vos desejo acima de tudo é muita saúde e que o Novo Ano nos compense largamente com todos os encontros, abraços e beijos que não aconteceram em 2020.
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Nunca planeio nada. Sou daquelas pessoas que se deixam levar e quando o prazo aperta, age ou trabalha sob pressão. É assim na minha vida tanto pessoal quanto profissional. Se funciona? claro que nem sempre, mas não adianta querer me emendar, navegação à vista é uma característica que nasceu comigo. Portanto, definitivamente não começo a pensar no Natal em Setembro. Muito pelo contrário, como tenho com a quadra uma espécie de amor-ódio, é em cima da hora que me decido pelos presentes, embrulhos e decoração. E então faço maratonas aos fins de semanas e feriados para escolher a melhor prenda, a embalagem ideal, a mesa para a ceia. E a 24 aparece tudo feito, a contra relógio, mas aparece, e geralmente sem recorrer a shoppings, a filas intermináveis nos caixas e a irritantes bancas do lado de fora das lojas onde moçoilas inexperientes enfiam as compras em saquetas pré fabricadas e despersonalizadas. Este ano, surpreendentemente até estou bastante adiantada, e a dez dias do Natal consegui fabricar tags divertidas usando madeira de balsa, retalhos de tecidos de Natal e guardanapos. Deixo abaixo um pequeno passo a passo, para aqueles que gostam de colocar a mão na massa e garanto que além da execução ser fácil e rápida, um embrulho bonito com uma etiqueta diferenciada é um carinho extra que se oferece!
RESULTADO DO SORTEIO
Antes de revelar o resultado quero agradecer muito a quem tirou algum do seu tempo para participar nesta brincadeira. Foram 26 candidatos às botinhas de Natal, 26 comentários que me deixaram com um sorriso de orelha a orelha. Mensagens carinhosas de parabéns, estímulo e apoio e isto dá-me muita vontade de continuar a escrever aqui e a mostrar minhas artes e minhas ideias. Também tenho notado nestes 8 anos que os sorteios são uma boa ocasião para leitores mais tímidos mostrarem que existem!
Dado o número de participantes decidi fazer dois sets de botas e sortear duas pessoas.Vamos então aos números gerados pelo programa do Random Number Generator, e que foram os seguintes por ordem de saída:
Os números 18 e 4 correspondem respetivamente ao Emerson, pessoa que comanda o blog Jovem Jornalista, blog que conheci recentemente e vale a pena seguir pela quantidade e pertinência de temas que aborda, e à leitora Laura.
Parabéns a ambos e não se esqueçam de mandar um email indicando-me a vossa morada para lavionrosedeco@gmail.com
Foi óptimo ter contado convosco neste já tradicional sorteio de aniversário do blog L´avion Rose. Cuidem-se!
8 ANOS
SUPORTE PARA PLANTAS E A IMPORTÂNCIA (OU NÃO) DO DEDO VERDE
Tenho um desgosto enorme por não ter sido contemplada com o chamado "dedo verde", apesar de que, quando calha mencionar essa minha lacuna, as pessoas asseguram-me que não importa ter dedo de cor alguma e sim pesquisar sobre os diversos tipos de plantas, suas características e necessidades e daí para a frente seguir no processo tentativa e erro até encontrar as espécies que se adaptam a nós e nós a elas. Eu, no entanto, continuo a achar que esta parte prática pode até ser importante mas que amor e atenção são fundamentais. Tenho um amigo que sempre me disse que falava com as suas "plantinhas" todas as manhãs e de facto, eu ficava impressionada, pois ele morava num apartamento muito pequeno mas repleto de verdes. Foi lá que pela primeira vez vi uma horta na varanda. Não era só conhecimento, com certeza havia paciência, carinho e dedicação envolvidos.
Com as obras na sala, decidi que iria fazer um canto das plantas, um spot que apanhasse bastante sol pela manhã e deixasse a casa com mais vida. O empurrão que precisei, foi a peça que o marido encontrou na rua: um suporte antigo para plantas. Entendi aquilo como um sinal! quase divino! Mandei a peça para o expurgo e lixei-a pacientemente até obter a tonalidade que queria, comprei um feto que coloquei num urinol antigo e arranjei um vaso divertido para servir de morada a uma planta que não sei o nome, mas miraculosamente tem sobrevivido há cerca de um ano em vários cantos da casa. Dei também um up numa planta "jibóia" que também já morava connosco, estava supostamente a cargo do marido, mas desconfio que andava meia descurada ultimamente: comprar-lhe um cache pot novo e ajeita-la no vaso foi o que bastou para vê-la "aparecer". Completei o green spot com um quadro que sempre me fez companhia no meu gabinete, no escritório. Achei que vários tons de verde seria o ideal para o local.
E agora que o cenário está formado falta eu prometer que vou me dedicar: colocar no telemóvel um reminder para não falhar nas regas e hablar con ellas regularmente. Quem sabe um dia eu ainda consigo livrar-me do meu complexo de dedo podre (detesto a expressão) e ter uma urban jungle dentro de casa.
O BAÚ DO ENXOVAL
Em Abril último a minha sogra deixou-nos. Teve uma vida longa, um casamento pautado por muito amor, construiu uma família com valores sólidos e não fosse o desgosto de ter perdido um filho há uns anos, teria, penso eu, vivido no melhor dos mundos. Como sempre nestes casos, depois que a pessoa parte, sobra uma casa cheia de moveis e de recordações de uma vida inteira, difícil emocionalmente de desmanchar. Felizmente, não calhou a mim essa tarefa e sim à filha e esta, sabendo do meu gosto por moveis e objetos do passado, deixou que eu ficasse com aquilo que quisesse. Não trouxe tudo que gostaria e sei que talvez um dia ainda venha a lamentar, mas apesar de não me faltar criatividade, a verdade é que não tenho espaço físico para tanto nem tempo ilimitado para resignificar peças. Guardei numa arrecadação algumas coisas que, penso, ainda poderei vir a usar e quando já tinha encerrado o lote, a cunhada pediu que eu ficasse também com o baú do enxoval. Não pude recusar uma peça que conviveu cerca de 70 anos com a minha sogra e foi tão significativa em sua vida, e imaginei-a, jovem, determinada e confiante como sempre foi, a vir da aldeia para a capital, para casar com o seu mais que tudo e iniciar sua carreira de professora primária, acompanhada de uma arca pesada em sonhos e peças bordadas por ela. O baú, apesar dos anos, estava bem conservado portanto o que fiz foi apenas dar-lhe um ar mais rústico pois a arca, ultimamente guardadora de cobertores e mantas, iria ser reconvertida em móvel de TV na casa de praia, substituindo um de gosto e qualidade muito duvidosos, que um dia foi lá para casa com estatuto de temporário mas ameaçava tornar-se definitivo. A tarefa foi relativamente rápida e a transformação, tudo menos radical: livrei a peça de um verniz luzidio e alaranjado, limpei com palha de aço finíssima as ferragens e coloquei-lhe umas rodas. Sim, móvel de televisão que se preze tem que ter rodinhas, ainda mais que no verão, os sobrinhos gostam de virar a TV para o exterior e assistir futebol sentados lá fora, a curtir as noites Algarvias.
AS PORTAS CENTENÁRIAS
Sangue e suor. Só não cheguei às lágrimas, mas confesso que a certa altura, vontade não me faltou. Trabalhei 3 meses (fins de semana e finais de tarde após o escritório) para deixar à vista a madeira destas portas centenárias que há 25 anos enfeitam a minha casa. Junho, Julho, folguei Agosto e acabei em final de Setembro. Comecei a mexer nelas na sala de casa, enquanto esta ainda estava de pantanas com as obras; continuei no terraço, aproveitando a luz natural até 9 da noite no verão; e terminei na Oficina Monstros, quando esgotei a minha sabedoria em termos de restauro e precisei dar acabamento e igualar os diversos tons das madeiras que compõem as portas. Mas já lá iremos pois antes disso tenho que vos explicar que estas portas vieram do átrio de entrada de um prédio antigo de Lisboa que estava a ser remodelado em 1995. Na época eu colaborava na dita remodelação como arquiteta e ao mesmo tempo seguia as obras no apartamento para onde iríamos nos mudar e habitamos até hoje. No projeto de alterações do prédio, as portas não faziam mais sentido e iriam ser descartadas. Estavam em péssimo estado, com todos os vidros partidos, exceto um que apresentava um desenho de inspiração art nouveau. Nem sei bem porquê, acabei por trazê-las para o apartamento: existia um vão de passagem ainda indefinido entre a sala e o corredor mas as portas nem cabiam ali, eram muito altas e estreitas. Mesmo assim vieram, um carpinteiro cortou-as em baixo e acrescentou-as dos lados para que encaixassem na perfeição na tal abertura, vidros novos foram providenciados e branco foi a cor escolhida para tapar as demais mazelas. E assim ficou, até Junho deste ano, quando iniciei as obras na sala e num impulso decidi que iria lixar toda a tinta das portas, deixando-as na madeira original. Está claro que, apesar da minha já alguma experiência em restauro, nunca pensei que fosse passar tantas horas e dias agarrada a elas, que iria mais que uma vez ter que parar para me recuperar do dedo indicador direito que feria e sangrava e que pingos de suor manchariam a madeira no calor de Julho. Algumas vezes me perguntei porque me tinha metido nessa empreitada, mas desistir não era opção...Hoje juro a pés juntos que doravante avaliarei melhor as minhas decisões tomadas de arroubo, mas o que é fato é que estou orgulhosíssima do meu trabalho e do meu empenho e até mudei de lugar à noite no sofá só para poder olhar para elas. Acho que sim, elas estiveram ali 25 anos pintadinhas de branco mas eram...só mais um par de portas, e agora ganharam um carisma e personalidade incríveis, que talvez só tenham tido lá pelos anos 20 do século passado, quando completavam um conjunto de arco/portas em madeiras no hall de um prédio. Só que nesse tempo eu não estava lá para aprecia-las.
AZULEJOS TRANSFORMADOS EM DESCANSO PARA PRATOS
Este é seguramente o DIY mais simples e rápido que já apresentei no blog. Um processo tão básico que ainda hesitei em publicar, mas como dar novos usos a objetos enjeitados é assunto que sempre agrada, e quem me conhece sabe que itens para a mesa estão no meu top de preferências, optei pela publicação. Ao arrumar, ou melhor, desarrumar a sala para fazer as obras, encontrei alguns azulejos antigos e lembrei-me de transformá-los em descanso para pratos. No meu caso, mais descanso para a cafeteira e chaleira, já que não poucas vezes bebo o café ou o chá by myself e gosto de me cercar de objetos que me tragam conforto visual. Portanto providenciei cola de contato, arranjei umas sobras de cortiça, colei a cortiça no verso dos azulejos e...TCHARAN, azulejos vintage migraram do esquecimento para a mesa acrescentando a esta um toque de originalidade.
Nota importante: a luva e a pega (aqui usada como sous plat) em retalhos, foram gentis ofertas da Lete do blog Bordalinhas. Dois comjuntos chegaram de surpresa pelo correio, adoro-os e uso-os sempre!
PEQUENO ALMOÇO DE FÉRIAS
CANDEEIRO DE PÉ REPAGINADO
MÓVEL COM DISTRESSING LOOK
CENAS DE UMA SALA NOVA #2
CENAS DE UMA SALA NOVA #1
POUR DAHLIA
A MANTA DO GABRIEL
APESAR DE TUDO, É PÁSCOA...
O que fiz questão de usar nesta quadra, foi a toalha oferecida pela mãe de uma colega minha de escritório, feita a partir de um lençol de linho rústico do enxoval da avó. Pequeno para as camas atuais, ela cortou o tecido aos quadrados e uniu-os com crochet, até completar as dimensões da minha mesa. Sinceramente, dos presentes que mais me tocaram nos últimos tempos.
Também o bolo tem seu significado: foi feito, sob encomenda, pelo marido, e olha que eu sou exigente, até lhe apresentei foto inspiração!
Domingo, quando sentarmos à mesa, só deixarei 3 pratos, mas garanto que no nosso coração e em pensamento, seremos muitos, muitos mais.
Feliz Páscoa!
Quer ver outra mesa de Páscoa feita com carinho e com o que havia em casa? siga por aqui até ao lar da Lulu...
TREAT BAGS DE PÁSCOA NA PORTA DOS VIZINHOS
VEM AÍ A PRIMAVERA!
E como no hemisfério norte, a tão desejada primavera está ao virar da esquina, nada melhor do que olhar à sua volta e ir procurar na arrecadação ou no desvão do telhado, aqueles objetos velhos e enferrujados, que há anos estão sem uso, aproveitar a personalidade que esses itens já possuem e leva-los mais além, conferindo-lhes charme extra, beleza extra e utilidade nova. Afinal, ideias não convencionais são sempre uma inspiração...
As fotos foram feitas em Bath, em Julho de 2019, cidade situada no sudoeste de Inglaterra, conhecida pela sua universidade e banhos termais naturais.
Em inglês, canteiro de flores diz-se flower bed e parece que levaram o termo ao pé da letra quando transformaram esta cama de criança num pequeno jardim:
BRANCO SOBRE BRANCO
CASA DE BANHO RENOVADA
TRANSFORMAR SEM ADULTERAR #2
No pórtico da entrada houve a preocupação de se anular os degraus existentes: