Páginas

ENTÃO É NATAL...

Tenho uma tendência incrível para empurrar com a barriga as coisas que não me agradam muito. E preparar a casa para o Natal é uma delas. Como se 24 não fosse chegar, ou se vier (como é inevitável) tudo se resolvesse por si só. O pior, é que nada aparece feito sem a minha intervenção: a árvore não sai da caixa sozinha e se monta a ela própria e os enfeites que lotam a arrecadação não surgem nos locais que idealizei como que por magia! Mas ao mesmo tempo dá-se um fenómeno curioso: não sou alheia às decorações que em final de Outubro começam a surgir no comércio, e se forem diferentes, com cores que fujam às tradicionais ou realmente bonitas, sou cliente em potencial! O resultado é que tenho 5 árvores de vários estilos e caixas abarrotadas. Explico isso com a minha veia estética e mente inquieta, que gosta de ser desafiada. Todos os anos preciso montar quatro árvores, em locais diferentes e sempre reclamo da tarefa. Mas todos os anos esforço-me para fazê-las diferenciadas. Reconheço que o Natal traz-me um certo desassossego e sentimentos díspares. O que gosto mesmo desta época é da chegada do Inverno, das árvores nuas, do nevoeiro matinal, das iluminações da Baixa. De poder andar pela cidade e contemplar tudo isso. Sei que é uma quadra de reunião, e com grande parte da família fora, é claro que sou sensível ao esforço que cada um faz para estar presente. Mas sinto falta, muita mesmo, de algumas pessoas que já partiram e isso não me deixa viver o Natal na sua plenitude.
Mas 24 chega, pontualmente, ano após ano, mesmo que eu não queira, então, para os que aqui passam, desejo uma noite muito feliz, porque para mim, também será!

MESAS DE NATAL POUCO TRADICIONAIS

Quando pensamos numa mesa de Natal, logo nos vem à mente, muito brilho, requinte, cores tradicionais da época, loiças temáticas. Mas vamos esquecer tudo isso, porque é possível sim, ter uma mesa festiva, acessível e sem cair no clássico. Particularmente, agradam-me as decorações de Natal, quando estas saem do lugar comum, mas ainda assim nos remetem às festas da quadra. No início de Dezembro estive uns dias em Bruxelas, é uma cidade que aprendi a gostar, e o facto de lá ter uma filha a morar há 6 anos colaborou para isso, onde sinto-me bem e em casa. Como sempre, visitei as minhas lojas preferidas e fotografei 5 mesas que me chamaram a atenção, justamente por utilizarem itens comuns, que podemos usar os 365 dias do ano, e apenas foram adicionados acessórios de Natal para lembrar a época.

Começo pela cadeia Habitat, que nos brinda sempre com artigos simples e modernos. São dessa loja as 3 próximas mesas.
Gostei da sobreposição sem cerimónia de tábua de madeira+bandeja+prato+bowl. Reparem que tudo é despretensioso, até os copos, e o Natal só é lembrado pelos enfeites: bolas, floco de neve sob o bowl, árvore estilizada ao lado dos talheres.






































AS PREMIADAS SÃO...

Antes de anunciar para quem vão os mimos, quero agradecer do fundo do coração a participação e a simpatia de todas. Foram quarenta comentários que fizeram os meus dias e encheram-me de alegria e de orgulho por vos ter aí desse lado. Pessoas generosas, que usam o seu tempo para dividir suas palavras comigo e isso é um grande privilégio! 
Eu gosto de fazer estes sorteios porque acho que dinamizam e agitam o blogue, as pessoas dão-se a conhecer, entusiasmam-se. Estreitam-se laços. 
E é por isso que mais uma vez insisto: não desistam dos vossos blogues! dá um certo trabalho mantê-los? dá! Exigem dedicação? claro! Se não tiver condições de postar com frequência, poste menos, afinal, quantidade nunca foi sinónimo de qualidade. Mas preserve-os. Blogues são espaços tão ricos em inspiração e interação, que merecem o nosso empenho!

E vamos ao esperado! os números sorteados pelo programa Random foram o 👉 11 e o 👉 36


E correspondem aos comentários da Maria João, autora do blog u r my stars e da Celine!


Parabéns a ambas! enviem-me as vossas moradas para eu remeter as prendinhas!

CENTRO DE MESA DE NATAL

Um jantar em casa, só de meninas, foi a desculpa que eu arranjei para improvisar um centro de mesa com ideias simples e que aproveitasse o material que já tinha. Queria algo que evocasse o Natal mas fugisse ao tradicional, que usasse os frascos de vidro mais como candelabros e não tanto como porta velas, que fosse assimétrico e de certa forma, se esparramasse pela mesa. Usei um guardanapo de natal, com anjinhos, para decorar os vidros, enriqueci as figuras com arabescos feitos com caneta de contorno de glitter dourado e colei pequenas estrelas. Num pote, pintei a tampa e completei com uma forma de empada, em outro enrolei cordel e fio dourado. O mais alto, fez quase vezes de vaso, ganhou flores e um suporte para vela (vendido para enfeitar os pinheiros) encavalitado na borda. Estes mesmos suportes, mas com a haste cortada, introduzi nas maçãs. Uma laranja espetada com cravos da Índia proporcionou um cheirinho todo especial. Montado o todo, foi só preciso espalhar estrelas e missangas, sentar à mesa e desfrutar!

MARCA PÁGINAS FEITOS COM RETALHOS

O tempo escasso na minha vida, a imaginação um tanto ou quanto bloqueada (acontece), a família de fora que visita a cidade e baralha a nossa rotina e umas mini férias pelo meio, são só algumas das razões que me fazem andar desaparecida. Ausente, travada, com o dia a dia virado de cabeça para baixo, só me restou tempo para costuras pequenas. Peças que eu pudesse começar e acabar em poucas horas, ou que ficassem em suspenso sem atrapalhar o meu raciocínio. Pensei no Natal que se aproxima a passos largos, nas lembranças para os amigos, nos retalhos que não acabam NUNCA e nos marca páginas que fiz aqui e que para minha surpresa tiveram algum sucesso. Decidi então incrementa-los, personaliza-los e lancei-me o desafio de só usar o que houvesse em casa. Cada um foi pensado para cada uma. As iniciais dos nomes, como não bordo, foram feitas nessas casas que bordam dizeres em toalhas, mantas e outros itens. Levei os tecidos, escolhi o tipo de letra, tamanho, cor. As fitas têm a ver com as pessoas que vão receber: há fitas reaproveitadas de presentes para quem adora embalagens criativas e outras religiosas que remetem à cidade de origem dos presenteados. Há um marca páginas inspirado nos símbolos Americanos que um certo miúdo tanto gosta, e um outro em tons de rosa velho, romântico e cheio de rendas para uma dada senhora. Eu acho que já disse aqui, mas vou repetir: eu gosto deste exercício de fazer algo a pensar em alguém. Obriga-nos a refletir sobre as características daqueles de quem gostamos e a buscar soluções.

A MESA DA JOANA

Apesar do aspeto inocente da mesa (ou deveria dizer mesinha, devido às suas reduzidas dimensões?) eis uma peça que me tirou do sério! Lixá-la, foi muito simples; passar o primário não apresentou dificuldades; pintar, correu até muito bem; conjugar as cores das pétalas, cortá-las e colá-las, é tarefa que não tem mistério. Pior mesmo, foi na hora do acabamento, quando apenas faltava o verniz para proteger o trabalho: no pé da mesa, tudo normal, mas quando passei para o tampo, deu-se o fenómeno e o verniz apresentou bolhas e manchou. Quando eu decidia passar mais uma demão, as nódoas desapareciam de um lado e surgiam do outro. Tentei com o rolo, experimentei vários tipos de trincha, a coisa ia de mal a pior e as minhas soluções e calma escasseavam. Ainda tinha a responsabilidade acrescida, da mesa ser um presente para a 1ª casa da Joana, amiga da filha. Ela vinha seguindo a transformação do móvel pelo whatsapp e estava entusiasmada com o resultado. Enquanto tentava desesperadamente ver-me livre das manchas ao mesmo tempo que mentalmente preparava como iria dar a notícia do fracasso à Joana, e prestes que estava a lixar todo o tampo e recomeçar do zero, lancei mão do último e derradeiro recurso: lixar com uma lixa de água super fininha o verniz defeituoso, muito cuidadosamente para não estragar as flores e usar um novo tipo de verniz, mais gelatinoso. Bingo! nem quis acreditar quando  me apareceu uma superfície suave e impecável! Aí está, querida Joana, não ficou em verde água e estêncil no tampo, como tínhamos combinado, mas é tua, é única e vai alegrar a tua casa cheia de luz.

MONTROS & CIA

Foi esta a minha primeira -e provavelmente última- incursão no mundo dos bonecos, pois concretizou-se aquilo que eu mais temia: não levo jeito para dar-lhes expressividade! Quando vejo por aí bonecas Tilda, acho-as bonitas com os seus detalhes sempre tão caprichados, no entanto sei que esse tipo de costura não é para mim: não me dou muito bem com trabalhos em que o pormenor seja levado ao extremo e julgo não ter paciência para desvirar e encher pernas e braços tão fininhos. Por isso fiquei feliz quando conheci os monstrinhos descomplicados da Dora, que foi uma querida e mandou-me vários moldes para que eu experimentasse fazer. Juro que até tentei que eles ficassem diferenciados e ganhassem feições assustadoras, mas se não fosse a única coisa para a qual tenho alguma habilidade -juntar retalhos- eles teriam se tornado copy paste dos da Dora. Desculpa Dora se a minha criatividade para desenhar caras e bocas é inexistente! No entanto foi uma experiência muito divertida (mesmo) e que aqui deixo à guisa de registo.

CAIXA PARA PESOS

Tenho uma balança de pratos com a respetiva caixa para guardar os pesos há algum tempo. Adquiri-a a uma parente quando esta decidiu descartar-se de uma série de objetos velhos que não lhe interessavam mais. E se a balança, pesada, em ferro e com os pratos em latão, tem servido para algumas decorações aqui em casa, a caixa, nem por isso. Mal tratado, com uma pintura feita sem cuidado algum e em que até o fecho estava preso na própria tinta, o estojo acabou sempre posto de lado, apesar de eu ver nele uma certa originalidade. Sempre gostei de peças pensadas para uma função bem definida e feitas com minúcia, como é o caso desta caixa em que cada peso tem um nicho ao seu tamanho escavado na madeira. A princípio, pensava conseguir deixar a caixa com a madeira totalmente exposta, mas como objetos que viveram outras vidas têm sempre suas peculiaridades, limpar as cavidades dos resíduos de tinta velha revelou-se tarefa difícil, e hesitante, optei então por realça-las com cor. Surpreendi-me com o resultado. Aberta, para exibir sua nova aparência, e colocada junto à balança que ostenta frutas da época, o conjunto faz vezes de centro de mesa e anuncia a chegada do Outono.

1 ANO DE OCAPOP

Vamos comemorar o 1º ano de existência da revista mais colorida e inspiradora da internet! A 5ª edição acaba de sair do forno, está uma festa para os olhos e eu tenho muito orgulho de ter colaborado com uma inspiração de decor para quem quer receber Lá fora! Se gosta de ler sobre DIY, viagens, nutrição, entre outros temas e se o seu desporto favorito é espreitar casas da vida real com muita personalidade, então, a revista foi feita à sua medida! Aproveite o fim de semana que está à porta e..desfrute!


DESFAZER E TORNAR A FAZER #2

Há uns tempos atrás, a fuçar num armário na casa de férias, dei com uns quadros em ponto de cruz, muito em voga nos anos 80. Usavam-se em quartos infantis com o nome da criança. A criança em questão, tem hoje quase 30 anos, é minha sobrinha e lembrei-me que a minha irmã, quando queria destralhar a sua casa, mandava os objetos dos quais queria ver-se livre, para a casa de praia. A minha mãe ficava chateada com o atrevimento da filha, mas mesmo contrariada, lá acedia a guardar uma ou outra coisa no fundo do armário. Foi assim que os quadros sobreviveram até hoje. Bordados, são trabalhos de minúcia que eu muito aprecio mas que infelizmente são incompatíveis com a minha índole agitada. Não sei se fiz bem ou mal em desfazê-los, cortá-los, transformá-los. Se estraguei obras executadas com esmero ou se até pelo contrário, consegui integrá-las com alguma graça em itens úteis do quotidiano. Do longo nome da sobrinha, apenas utilizei a inicial e as três letras que compõem o nickname pelo qual ela é conhecida pessoal e profissionalmente. Como ela gosta de ler, fiz-lhe dois marca livros simples e inspirada pelos trabalhos bonitos e perfeitos da Lete, usei este seu tutorial (provavelmente o passo a passo mais completo da história da blogosfera, 48 fotos!!) para reproduzir uma bolsa porta-qualquer-coisa. Agrada-me este exercício de desmontar e reconverter, de trazer para a atualidade peças que tiveram a sua época, mas caíram em desuso.

IDEIAS PARA UMA GAIOLA

Passar o verão em casa e sem férias é o mesmo que mergulhar de cabeça na chamada Silly Season. Quando achamos que a cidade vai ficar quase vazia e que por essa razão, a piscina municipal, geralmente lotada, estará reservada só para nós ou que vamos finalmente ter vagar para entrar no curso de aperfeiçoamento de inglês, eis que tudo encerra para só reabrir em Setembro. A atividade nestes meses fica tão, mas tão reduzida que até o entusiasmo esmorece e há que inventar mil e uma formas para enganar a apatia e manter a moral! Rodearmo-nos do que nos alegra os olhos é uma fórmula simples e que costuma funcionar! Foi num desses momentos de "xô inércia" que dei com a gaiola que veio de Marrocos há uns bons anos. Não ter ido ainda parar ao lixo, foi mera questão de sorte. Com uma tinta para disfarçar as graves mazelas e alguma imaginação para torná-la mais atrativa, pensei que poderia enfeitar as refeições que, enquanto a meteorologia deixar, continuam a ser feitas lá fora. Tentei flores, frutas e velas. Nem tudo resultou porque o rendilhado da gaiola dificulta a visão para o seu interior. Amanhã, muda o mês, esperemos que o período sem novidades excitantes (como este post) chegue ao fim!

BABETES

De repente aconteceu um baby boom à minha volta. São primas, amigas e até a vizinha. Todas de esperanças. E eu, há tanto tempo afastada do universo infantil, vi-me de uma hora para a outra compelida a entrar na baby vibe e comecei a pensar em algo que fosse de fácil confecção e útil para oferecer às mamãs dos rebentos. Entusiasmei-me, e o resultado foi uma fabricação em série de babetes bem humorados. Estes, já têm dono, mas à velocidade que as coisas estão a dar-se, preciso de mais uma mão cheia deles para suprir as necessidades. No final do post tem um passo a passo para aquelas que se sentirem motivadas, mas desde já alerto: a prática é divertida e pode levar à dependência!

O QUARTO DOS NETOS (DO MEU PAI) NA CASA DA PRAIA

Durante aproximadamente 1 ano, fui reformando peças e levando-as para lá, na esperança de que no fim, tudo se coordenasse e o quarto, que por 3 décadas foi quase um depósito, se transformasse num cómodo acolhedor. Aqui, mostrei como ele estava desprezado e os planos que tinha para reabilita-lo. E finalmente, um abajur, um espelho, um oratório, uma arca, uma mesa e duas mantas depois, o quarto dos netos do meu pai na casa de praia da família, foi oficialmente inaugurado. E aprovado.

Se quiser recordar o resto da casa, é por aqui o caminho.

ALMOFADAS PARA (BLOG)AMIGAS

Esta semana fiz almofadas para presentear duas blogamigas, que eu não conhecia pessoalmente mas que pelo que leio nos seus blogs, imaginei seriam pessoas diferentes em gostos e personalidade. Então saíram duas almofadas que se coordenam, mas enquanto uma é mais intensa, a outra prima pela sobriedade. Gosto deste exercício de adivinhar como são as pessoas apenas pelo que escrevem e expõem e tentar materializar a minha interpretação. Uma das almofadas foi entregue em mãos à Regina, num quente final de tarde em sua casa, em torno de uma mesa com uma alegre toalha de retalhos (que eu tinha que ter fotografado) e em que o lanche ajantarado foi quibe, húmus e para sobremesa, 3 sabores diferentes de gelado. Tudo primorosamente feito por ela! A outra almofada é uma promessa que fiz há cerca de 8 meses e vai seguir pelos correios para além mar. Irá para a Cissa, que adorou esta almofada mas que eu não consegui reproduzir porque foi feita com um charm pack (pequena coleção de tecidos coordenados cortados em quadrados de 5"x5") e a loja onde comprei não voltou a receber. Mas tenho a certeza que a Cissa não vai ficar desapontada, a LOVE foi feita a pensar no seu home office de parede encarnada! Gosto de oferecer, receber e fazer almofadas. Para quem recebe, há sempre uma cadeira vazia num cantinho desconsolado, lá em casa, onde a prenda se pode encaixar. E para quem faz, são trabalhos relativamente rápidos que permitem-nos treinar ou descobrir técnicas novas sem colocar tudo a perder em algo muito grande. Desta vez consegui testar a técnica de patchwork de pequenos quadrados inseridos num tecido liso; suei mas aventurei-me a coser pompons a toda a volta da almofada (e antes de desvirar juro que fiz uma prece a pedir que tivesse funcionado!); e finalmente descobri como fazer o verso da almofada com um fecho escondido. Passos triviais para algumas mas um salto gigante para mim! 

UMA CASA DE BRAÇOS SEMPRE ABERTOS

São 20 anos de amizade que começou quando as nossas filhas mais velhas conheceram-se na pré primária e nunca mais se largaram. Mais tarde, as nossas segundas filhas nasceram com poucos meses de diferença e tornaram-se também melhores amigas. A coincidência já não existiu com os terceiros filhos, se bem que é com esta família que o mais novo pede para ficar quando viajamos e não queremos deixá-lo sozinho em casa. E todos os anos por altura das férias de verão, a Maria João e o Raul tentam reunir as deles, os nossos, e mais alguns amigos do tempo da escola para um almoço. Eu digo tentam, pois nem sempre é tarefa fácil garantir que jovens sempre tão cheios de compromissos consigam estar presentes em dado dia às tantas horas. É mesmo preciso arranjar uma data com relativa antecedência, consultar os intervenientes e obrigar todos a assentar na agenda. O encontro dá-se na casa de fim de semana do casal, em que chegamos cedo para almoçar mas entre conversas animadas e mergulhos na piscina, a refeição vira lanche que transforma-se em ceia e inevitavelmente saímos sempre já noite fechada. A Maria João capricha na mesa e no cardápio e duas coisas não podem faltar: um Gaspacho de entrada e uma Baba de Camelo à sobremesa. Esta casa cativa-me, é muito usada e festejada. Aprecio a forma como elementos rústicos misturam-se com peças de design e itens com certo requinte. Gosto das alusões a África, continente que lhes está no coração, dos livros e revistas que por força da profissão dos dois, enchem estantes e espalham-se pelas mesas e da arte que se vê nas paredes. Uma miscelânea, que se funde em espaços com paredes que delimitam, mas nunca chegam até ao tecto. É uma casa aberta e cheia de luz em todos os sentidos, transponível, um convite aos amigos e à natureza. Um brinde à amizade.

VIVA A CRIATIVIDADE!

Um dos meus passeios preferidos é andar sem rumo, de olhos bem abertos, atenta a ideias que possam dar um toque de irreverência à decoração! Gosto do olhar fora do comum que certas pessoas têm para enxergar várias possibilidades num objeto só. Trocar a função de um elemento ao utilizá-lo de maneira original pode gerar ambientes pessoais e muito calorosos, e se umas soluções são mais difíceis de concretizar, outras há que são desconcertantes de tão simples! Deixo-vos 8 propostas fora do habitual que esbarrei por aí, em lojas e restaurantes, mas peço indulgência com a qualidade das imagens. Fotos tiradas com o telemóvel, atrás do vidro, com pouca luz, alguma pressa ou under cover!

Interessante o incremento que deram a lustres clássicos em bronze. Ao pendurarem pratos com o auxilio de correntes, as luminárias não perderam o seu estilo tradicional e ainda ganharam em originalidade.  Aqui, enfeitam uma casa de chá (em Toulouse, França), mas vejo-os perfeitamente numa cozinha doméstica ou sobre a mesa de jantar.

ESTANTE FLORIDA

Todos nós temos em casa itens esquecidos e parados no tempo. Daquelas peças que comprámos há 10, 20 anos atrás, colocámos num devido lugar e dali não se moveram nem evoluíram. Eu tenho uma dessas, aliás, várias. Passo por elas todos os dias, olho, incomodam-me, na minha cabeça prometo um refresh para breve, mas o breve vai sendo constantemente adiado, por falta de tempo, de inspiração ou de vontade. E não necessariamente por essa ordem. O móvel metálico da varanda era um desses: a sua cor morria na parede escura, as marcas do tempo eram mais do que evidentes, e eu já nem me dava ao trabalho de decorá-lo porque nada conseguia realçar ali. Ou seja, a estante precisava urgente de tinta para camuflar os defeitos e de plantas diversas para dar vida e cor. Para garantir a transformação, tudo foi reaproveitado e apenas precisei comprar as flores no horto. Chamo agora a este canto, afetuosamente, de jardim vertical.

O TOUCADOR

Fui a casa da D. Maria. Daqueles andares típicos de Lisboa antiga: corredor a perder de vista, muitas assoalhadas, pé direito generoso. Geralmente, ao cruzar a porta de patim de um andar como este, entro noutra dimensão e é até difícil falar comigo de tão concentrada que estou a absorver detalhes dos tetos, desenho dos rodapés e das portas, padrão do piso da cozinha. Mas voltemos à D. Maria. Esta, já com uma certa idade e a viver sozinha, vai mudar-se para um apartamento mais pequeno e tenciona vender parte das suas mobílias. Insiste para que eu fique com algumas pois são peças impregnadas da sua história -rosário que vai desfiando à medida que passa de sala em sala a mostra-me os moveis- e assim sendo ela prefere que pelo menos alguém conhecido fique com elas. Não posso levar tudo, vou escolhendo esta, aquela, a outra ali ao canto. Tenciono usá-las num projeto da empresa onde trabalho. Faço um lote, acertamos o valor (montante difícil de definir tendo em conta o fator afetivo) e quando estou para vir-me embora vejo pela porta entreaberta da casa de banho, um móvel esguio, encimado por um espelho, muito parecido com um que fazia vezes de mesinha de cabeceira no quarto que minha irmã e eu partilhávamos em criança. Está em bastante mau estado mas decido juntá-lo ao conjunto já escolhido, muito pela originalidade da peça mas mais ainda pela lembrança do quarto da minha infância.  Mais tarde e enquanto tiro a camada de tinta velha, começo a descobrir pormenores invulgares que ele tem, como o cabide na lateral do pé que serviria para pendurar a toalha de rosto (marcas mostram que existia um segundo cabide), as peças redondas que atarraxam o suporte do espelho, e os pequenos acessórios que unem a estrutura à moldura do espelho, formando um eixo e permitindo que o espelho gire. Escolho deixá-lo na madeira, e apenas intervenho na pequena gaveta e mísula de encaixe, que essas, estão quase sem salvação. Hoje, dei-o finalmente como pronto e quando me propunha fotografá-lo na casa da D. Maria, soube que esta deixou o casarão e que obras de renovação já lá estão em curso. Deu-me alguma nostalgia das horas que passei a escolher moveis e a ouvir histórias, mas é assim a vida, enquanto algumas coisas deixam de existir, outras reinventam-se e entram num novo ciclo.

MEMORY QUILT

Queria oferecer à minha filha um presente que marcasse os seus 21 anos, e lembrei-me das dezenas e dezenas de t-shirts que lotavam o seu roupeiro. Tshirts que foram muito usadas, lavadas N vezes, quase todas com a malha já deformada e algumas até manchadas. Quando lhe falava em desfazer-se delas, respondia-me que nem pensar porque o valor afetivo era imenso. Afinal, quem conhece a Bea, sabe que dos seus 21 anos de vida, não quero enganar ninguém, mas talvez uns 15 venham sendo dedicados ao ténis. Começou pequena, por graça, e evoluiu. Passou por diversas escolas da modalidade, viajou sempre muito para participar em torneios, as amizades são quase todas do meio e os ensinamentos da vida, aprendeu-os a duras penas nos courts. A competir, descobriu que é preciso humildade porque quem ganha nem sempre é o melhor, mas que aquele que trabalha, tem foco e disciplina, mais tarde ou mais cedo é recompensado. Comemorou e saiu em braços após muitas vitórias, mas também chorou ao telefone, longe de casa, em várias desclassificações. Encontrou treinadores e adversárias de peso, ficou amiga de parte deles, outros apenas cruzaram o seu caminho e não deixaram saudades. São estas e outras história que, agora, conta cada quadrado desta manta. Uma manta de recordações, que mostra o seu percurso e a sua paixão. Que se um dia ela estiver para baixo ou com dúvidas, a envolva suavemente, transmitindo-lhe calor e aconchego, quase como se fosse o abraço dos pais. Que a faça sentir-se orgulhosa do caminho que escolheu e lembre-lhe sempre que os sonhos tornam-se realidade.


CAPAS PARA TIGELAS

Foi a Susi que partilhou a dica e eu fiquei com uma vontade imensa de fazer algumas lá para casa, mal chegasse o sol, o calor, as frutas sumarentas e as saladas saudáveis. Afinal, está aberta a época oficial das refeições na varanda, dos piqueniques no parque e dos convívios nas casas dos amigos, e as capas enfeitam e colorem a mesa, afastam os petiscos dos insetos intrometidos e ainda nos permitem chegar à festa da amiga, com a sobremesa lindamente protegida. Quase todos os "passo a passo" que vi no pinterest, eram muito simples e sugeriam que as capas fossem feitas em tecido resinado, para melhor limpeza, e com uma fita de viés à volta, por onde passaria o elástico. Eu, quis complicar: usei tecidos de algodão, forrei com um pano comum branco, improvisei um "prendedor de colher" e para dar uma graça extra, ainda arrematei com crochet, renda ou fita. Tudo para que os meus mais novos adereços de verão encantem os olhos!

FESTA NO TERRAÇO

Sempre que há festa lá em casa, rezo a todos os santinhos no geral e a São Pedro em particular, para o tempo estar bom e eu conseguir acomodar a maior parte dos convidados (ou todos) no terraço. Na semana passada, minhas preces foram ouvidas! a filha do meio fez aniversário, convidou 12 amigos para jantar e a noite estava esplêndida! Foi simples, como ela gosta, mas divertido como merece a idade: levei tudo o que estava dentro de casa, lá para fora, e inspirei-me no mês dos Santos Populares para encher o terraço de luz e cor. Nada combina, mas tudo se coordena. A "pequena" fez 21 anos, e com muita pena minha, não consegui acabar a tempo, a prenda que lhe estou a fazer. Não será totalmente surpresa para ela, pois precisei da sua ajuda para fornecer-me a matéria prima. É algo que não tem qualquer valor material, mas grande significado emocional. Como para mim, no blog, o tempo é contabilizado por posts, espero, dentro de duas ou três postagens, poder mostrar-vos um memory quilt muito especial.

A CADEIRA AMARELA

Sou chata quando implico com alguma coisa. E foi assim com esta cadeira. Primeiro achei que ela deveria ser amarela, mas não totalmente. Influenciada pelas imagens que vejo no pinterest, de moveis com partes coloridas e outras deixadas na própria madeira, pintei só alguns elementos da cadeira e envernizei os restantes. Não me agradou, ficou uma coisa sem sentido e a dita cuja foi relegada para um canto da sala, inacabada e sem assento. Foram meses a olhar para ela, indecisa e desanimada até que este fim de semana tive mesmo que lhe dar um jeito. Vou ter hóspede em casa e a ideia do mono ali especado e sem utilidade, dando um ar de desleixo à dona da casa, apavorava-me. Há coisas que para serem acabadas, basta começar: lixei o que tinha envernizado, e dei-lhe um banho integral de tinta amarela. Agarrei numa tábua de contraplacado, cortei-a no shape do assento, um pouco de enchimento e um cetim que tinha em casa a forrar o todo. Não sou apreciadora da estética oriental, mas lembro-me de no ano passado, por altura do Carnaval, ter sido atraída pelas cores dos tecidos para fantasias na montra de uma loja. Num impulso comprei uns cetins japoneses, tecidos que provavelmente ficarão sem uso, pois não me vejo nunca nesta vida, a passear de kimono por Lisboa afora. Não estou completamente convencida, gosto de assentos rechonchudos e o meu ficou mais para o flat. Mas já decidi, no dia que a hóspede sair, sai atrás a cadeira, direta para o estofador.

MY BANDANA TABLECLOTH

Uma toalha de mesa feita de bandanas era algo que eu já desejava há algum tempo. Tanto, que há cerca de 1 ano e à laia de treino, ensaiei uma manta de piquenique com os poucos lenços que tinha em casa. Nesta minha recente ida aos Estados Unidos, uma das coisas que tinha em mente era comprar bandanas em quantidade que me permitisse cortá-las e uni-las numa grande e colorida toalha para o terraço de casa. De fato, acho que exagerei e trouxe um autêntico contrabando destes lenços icónicos na mala! Deu para a toalha, para guardanapos e ainda sobrou-me uma mão cheia deles! Todavia ao lavá-los e cortá-los, deparei-me com alguns problemas que vale ressaltar: algumas cores mais escuras deitam tinta e com muita pena minha, fui forçada a descartá-las do projeto. E como todo (ou quase todo) produto barato, o algodão é fino e pode deformar depois da lavagem. Além disso, os lenços não têm todos a mesma dimensão e muitas vezes as estampas estão tortas. Mas tirando isso, os lenços são lindos, as estampas maravilhosas, e das cores, nem se fala! Os defeitos, com um jeitinho aqui e um disfarce acolá, empurramo-los para debaixo do tapete!

ALMOFADAS REDONDAS

Se há uma coisa da qual fujo em costura, é de tudo quanto é redondo. Fico ansiosa antes do tempo, as mãos suam, penso que por mais que eu tente não vai dar certo nunca, e acabo sempre por passar um projeto de linhas retas à frente, deixando a proposta com curvas eternamente adiada. Mas antes de ir para os EUA eu já tinha lançado a mim própria o repto, que assim que voltasse iria fazer umas almofadas redondas, super fofas, grandes, que lembrassem às da casa da avó. Tanto que nas várias visitas que fiz por lá às lojas de tecidos, trouxe fat quarters de tecidos floridos, coloridos e a preto e branco. Não tinha as medidas certas na cabeça, mas comprei em quantidade que pensei, daria para o pretendido. E deu. Deu e ainda sobrou. O modelo encontrei no Cluck Cluck Sew, é "beginner friendly" (adoro o termo) e creiam, está super bem explicado o passo a passo, com fotos que ilustram de forma clara todas as etapas. A única coisa que fiz diferente, foi o verso da almofada, que a Allison propõe que seja executado com um tecido inteiro mas eu optei por fazer também aos gomos. Na almofada a preto e branco, vão reparar que os padrões até são diferentes de um lado e do outro, o que faz com que eu tenha "duas" almofadas numa. Dá um pouco mais de trabalho mas acho que compensa. E superado o complexo, que venham curvas, contracurvas, arcos e espirais. Acho que já nada me assusta. (aaaacho!)

AT THE HOLYOAKS

Quando entrei na casa da Melissa e do Josh, foi paixão à primeira vista. Pela casa e pela família. Entro pela lateral, Melissa abraça-me com afeto, como pessoa visual que sou, meu olhar prende-se a uma mesa com cadeiras coloridas, mas rapidamente desvio a atenção porque 4 crianças pequenas e um cão correm alegremente na minha direção. São 6 da tarde de um domingo, e tinha sido convidada para jantar. Sim, jantar ao final da tarde, pois em Columbia a vida começa e acaba cedo. Poucas vezes senti-me tão à vontade em casa de pessoas que tinha acabado de conhecer. Apesar da temperatura baixa, estão todos descalços e de roupas leves. Josh, na cozinha, ultima os preparativos, enquanto outros convidados bebem um aperitivo. Descubro que Melissa sabe mais de mim do que aquilo que imagino, porque a minha filha encarregou-se de lhe mostrar o blog. Ela não lê português, mas segue-me. Diz que se inspira nas imagens. Fico lisonjeada mas muito encabulada também. E com a mesma espontaneidade com que me abraçou à entrada, pega-me pela mão e mostra-me a casa. Com orgulho aponta-me os moveis pintados por ela e os objetos que expressam os gostos e o percurso da família. Diz-me que sempre que pode vai aos "garage sales" da cidade e explica-me que no verão a vida é feita lá fora, no terraço de chão azul e guirlanda de luzes. Senta-se ao piano e toca La vie en rose. É uma casa onde cabem os sonhos. Do casal, dos filhos, e os nossos também.

POR AÍ NA AMÉRICA

Uma das coisas que mais gosto de fazer é fotografar por aí ideias que acho diferentes, criativas e sobretudo, passíveis de serem transportadas para as nossas casas. Por vezes nem é bem a ideia em si que me atrai, mas sim o conceito que está por trás e que mais tarde poderá nos servir de ponto de partida para outras criações. Nestas 2 semanas de Estados Unidos, colecionei algumas imagens de elementos do dia a dia, transformados, que se bem inseridos num ambiente, podem causar um forte apelo visual e até, tornarem-se protagonistas do espaço.

Montra de uma livraria: livros velhos empilhados e colados entre si, com várias camadas de tinta derramadas em cima. Talvez seja um elemento efémero, mas vejo perfeitamente esta ideia transformada em mesinha de apoio ao lado de um sofá ou da cama, somente com um candeeiro em cima!

CASA 2420

É uma casa geminada e igual a todas as outras que estão à volta. As janelas são pequenas, a orientação solar não é das melhores e por conta disso a luz não entra como se desejaria. Apenas uns tímidos raios de sol pela manhã no quarto, e mais uns quantos da parte da tarde, na cozinha. Mas fica numa rua tranquila e é simpática. Ou melhor, talvez as três pessoas que lá moram tenham conseguido lhe dar alguma graça, mais, muito mais, pela jovialidade e alegria de viver que têm do que propriamente com o sentido estético que possuem. 
A Kelli trouxe o que estava esquecido no sótão dos pais. A Lauren completou a sala com usados encontrados online. A Bea contribui com móveis baratos do Walmart, e alguns itens desviados da casa da mãe. Pelo meio, herdaram a mesa de jantar com cadeiras de uma colega que regressava ao país de origem. Peças que não combinam nem conversam, muito menos se harmonizam, mas formam um todo que, de alguma forma, acolhe-nos e abraça-nos.
Aqui fiquei duas semanas e durante esse tempo houve casa arrumada, flores frescas e mesa cuidada. Mudei alguns móveis de lugar, pendurei os quadros jazidos no chão. Com uma fita métrica de costura a fazer de régua, uma tesoura de cozinha, e sem tirar as gavetas do sítio, dei um up na cómoda enfadonha. A Bea já está habituada a esta mãe que gosta de inventar, mas como a cada dia havia uma novidade, justificava-se perante a surpresa das housemates com um "well, you know, that´s what she does for living". Elas, divertidas, respondiam que estava tudo "so cool", o que para os meus ouvidos, não só soava a elogio como era sinónimo de "go ahead"!

COLUMBIA (MO)

Columbia, no estado do Missouri, onde me encontro, é uma cidade que gira em torno da University of Missouri, sendo o mesmo que dizer que estou num local em que os estudantes são a grande maioria. Minha filha faz parte desse grupo, e o real propósito da minha viagem foi vir matar saudades e mimá-la no que pudesse. Portanto minha rotina nestas duas semanas de estadia foi de mãe, doméstica, motorista, psicóloga, "supporter" nos 4 torneios de ténis que assisti, já que ela joga pela universidade. E, finalmente, turista nas horas vagas. Columbia é relativamente pequena e basicamente divide-se entre o campus universitário, a downtown e como a maioria das cidades Americanas, alguns malls espalhados. Os atletas da universidade são chamados de Missouri Tigers, e por este motivo, vão ver que o tigre é tema recorrente em várias vertentes.

CHICAGO

A 2ª vez que ouvi falar sobre Chicago, terá sido no cinema, nos filmes de gansters. A 3ª, já na faculdade, quando se estudou a obra do arquiteto Frank Lloyd Wright. Mas a 1ª foi pela boca da minha avó, que contava aos netos uma piada considerada imprópria para crianças educadas. Era a seguinte:
Um japonês encontrava-se num avião a atravessar a América, dirige-se à assistente de bordo e pede: "senhola, pol favol, avise-me quando estivelmos soblevoando Nova Iolque!".
A assistente assim faz e ao passar sobre Nova Iorque, procura o Japonês, que no momento se encontrava na casa de banho. Bate na porta e avisa: "Senhor, estamos sobre Nova Iorque". Ao que o asiático responde: "Obligado, mas agola, estou vendo chi cago!". Era a risota geral, minha avó espantada com sua própria ousadia e minha mãe furiosa por as filhas estarem a aprender "nomes feios".
Pois bem, foi com a minha avó no pensamento e muita expetativa na bagagem que desembarquei numa Chicago supostamente na primavera, mas com 1 grau e a nevar! Adormeci num shuttle sacolejante, mas aquecido, que me levou ao hotel e cheguei ao The Loop, bairro central, onde ficam o comércio e as principais atrações turísticas. Minha primeira saída foi em direção ao Millennium Park, para ver o Cloud Gate, escultura em aço mais conhecida por The Bean, devido à sua forma óbvia. É o atual cartão postal da cidade, e pessoalmente encantei-me e diverti-me com as mil possibilidades de ver os arranha céus de Chicago deformados na sua superfície.

DE MALAS FEITAS

Estou de malas feitas, a poucas horas de partir para visitar a filha que mora nos EUA. Isto de ter filhos no estrangeiro, se por um lado é penoso, por outro tem as suas vantagens, sendo a melhor delas o facto de acabarmos por ir a locais que, de outra forma, ficariam de fora do nosso roteiro. Como a viagem é bastante longa, 3 aviões e quase 24 horas de caminho, opto por desembarcar na 2ª paragem: Chicago. Já que é uma das escalas para chegar ao meu destino final, e não sei se alguma vez passarei por lá novamente, não quero perder a oportunidade de conhecer esta cidade. Vou sozinha, algo inédito, pois quem pertence a uma família de 5, sabe como é difícil estarmos entregues a nós próprios e por mais que todos tenham suas ocupações, há sempre pelo menos um membro disponível para acompanhar. Mas desta vez, não, e até chegar a Columbia, no estado do Missouri, onde mora a filha, eu serei minha própria companheira de viagem.
Como sou uma pessoa prática e que detesta andar carregada, a mala vai quase vazia. Quaaaase, pois levo presentes para Sasha, Mary, Melissa, Cassidy, Turner, Kelly, Clare. Nomes que me habituei a ouvir e que finalmente vou conhecer. São treinadoras, colegas de equipa, e uma mãe de quatro que tantas vezes coloca mais um prato à mesa e convida a minha filha. Foi tudo feito em casa: almofadas, runner de mesa e, a pedidos, os sacos para guardar lingerie que tantas vezes já mostrei no blog. Nunca pensei que esses organizadores fossem fazer tanto sucesso entre as amigas das filhas!
E sendo estas as novidades, é muito provável que nas próximas 2, 3 semanas, os posts sejam publicados diretamente dos Estados Unidos, assim enxerguem os meus olhos, coisas interessantes para vos mostrar!


FELIZ PÁSCOA

Foi com o pensamento nela que preparei tudo. A filha mais velha que esta semana assistiu de perto aos atentados em Bruxelas. Viu e sentiu a barbárie tão ali ao lado. Este ano a mesa é para ela. Felizmente ela vai poder estar aqui com a família, será abraçada, acarinhada, mimada. Reunidos, celebraremos mais do que nunca a alegria, a ressurreição e a vida. Mas quantos não o poderão fazer. Para eles, vão a minha homenagem e a minha tristeza.
Aos que por aqui passam, desejo uma Páscoa com beijos, abraços, muitos risos e fraternidade.

TERRÁRIOS

O mote para concretizar este item da minha interminável to do list, foi o facto de ter "herdado" de um amigo o que penso ser um antigo vidro de farmácia, já sem tampa e com o bocal lascado. Era o que eu precisava para montar um pequeno (pequeníssimo) terrário, baseado no que tenho lido por aí: uma primeira camada de pedras para drenar, outra de terra, plantas resistentes. Para tratar deste oásis miniatura não precisa ter o dedo verde (incluo-me nesta categoria) e uma rega ou borrifadela de água a cada semana ou dez dias, já será o suficiente. Assim espero!
Esta é uma excelente ideia para quem tem pouco espaço em casa, mas gosta de verde. São pequenos, muito decorativos e trazem um ar fresco para o ambiente. E quando montado num simples pote de vidro, daqueles que lotam os armários lá de casa, pode transformar-se numa ótima sugestão de presente para as amigas. Vários, agrupados e de alturas diversas, também formam bonitos e económicos centros de mesa numa festa. Depois de ter feito o primeiro, entusiasmei-me e montei o segundo num bule de chá. A ideia é mesmo essa, sair cultivando canteiros nos recipientes de vidro mais invulgares e extravagantes que encontrar.

TRAZER A PRIMAVERA PARA DENTRO DE CASA

Noto que a Primavera está a chegar quando entro no ginásio e este rebenta pelas costuras. Quando na aula de localizada, o meu lugar cativo foi descaradamente ocupado e a afluência é tanta que não consigo visualizar a minha pessoa no espelho. São elas e eles, cheios de boas intenções, entusiasmados com o bom tempo, focados na operação praia 2016. Mas voltando ao tema: as temperaturas sobem, o céu está absurdamente azul e reaparece aquela luz linda, típica de Lisboa. Só dá vontade de apressar o calendário e trazer a Primavera para dentro de casa. E isto é possível e até acessível, basta soltarmos a criatividade e usarmos aquilo que já temos em casa. Tirar dos armários aqueles objetos que geralmente estão guardados para ocasiões especiais, fazer um mix de estampas na roupa de cama e na mesa, dar usos diferenciados a peças soltas e, claro, florir, florir muito a casa. E decorar, com pássaros, com frutas, com bom gosto, harmonia e cor. Pequenas alterações fazem milagres e deixam os nossos olhos e a nossa alma mais alegres. Lá em casa, já está tudo preparado para receber a estação mais inspiradora do ano!

No meu quarto, nunca tive colcha definitiva. Sempre usei diferentes capas de edredons no inverno e mantas leves de toda a sorte no verão, e desta forma, quando é feita a cama de lavado, o ambiente renova-se. No momento, ainda não está quente o suficiente para prescindir do edredon, então, para variar, uso-o sem capa e fiz diversas fronhas com mistura de padrões para ir mudando o visual. Não esquecer de um arranjo singelo na mesinha lateral.

O RETRATO DE MINHA MÃE

A blogosfera tem destas surpresas: estamos descontraídos visitando os blogs que gostamos e de repente caímos num post que fala de alguma coisa que ficou esquecida muito lá atrás, na nossa infância. As memórias jorram então em catadupa e descobrimos que alguém que nunca conhecemos pessoalmente, mas com quem nos identificamos, sem querer, dá-nos as peças que faltavam para completar um puzzle inacabado. Diana é oftalmologista, "oftalma" como ela gosta de se apresentar, "porque a palavra tem alma no fim". É extrovertida, excêntrica, sem medo de se expor. Neste texto ela conta os sentimentos que a movem no momento, a mudança de casa e o que verdadeiramente importa para ela nesta fase da vida. E fala de quadros. E de pintores. De Chico da Silva e de Chabloz. E do Ceará, nordeste do Brasil. Acontece que meus pais são do Ceará, temos dois Chico da Silva na parede e Chabloz frequentava a nossa casa em Lisboa. E pintou o retrato de minha mãe, a recordação mais viva que temos dela, hoje. Era o início dos anos 70, eu vinha da escola e via minha mãe imóvel, em pose. A sala de casa imersa na fumaça dos cigarros de Chabloz, o cavalete, o desenho na tela que, dia após dia, ia tomando forma, o cheiro das tintas a óleo que o pintor combinava na paleta. Tudo me encantava. E tudo é autêntico no quadro, o penteado armado, a serenidade, o vestido, a cortina branca atrás. Mas também tem ilusão: o cadeirão verde não é na verdade um cadeirão verde mas uma cadeira de madeira com um pano verde em cima, e a barriga da minha mãe não é uma barriga oca e sim uma barriga com uma criança dentro. Que ela não sabia que estava ali mas que Chabloz assegurava que sim, baseado no que os seus olhos, habituados a observar as formas e as curvas do corpo humano, captavam. A peça que faltava no puzzle, era os dois quadros de Chico da Silva que assombraram a minha infância e de minhas irmãs e que nos perturbam até hoje. São quadros naif que representam bichos fantásticos, figuras ameaçadoras saídas da imaginação do autor, que sempre vimos em casa, e cuja história de como apareceram por lá perdeu-se no tempo. Afinal, soube pela Diana, Chico era protegido de Chabloz e de repente, tudo fez sentido. Foi Chabloz quem deixou as telas com o meu pai, provavelmente para que este encontrasse comprador. As telas foram enroladas, jogadas num armário e ali ficaram preteridas, até acabarem, anos mais tarde, nas paredes da casa de praia, onde permanecem, até hoje. No corredor, sítio de passagem, local secundário, porque são quadros que continuam a nos incomodar. Seria tão mais fácil retirá-los da parede e voltar a esquecê-los no armário. Mas não, eles estão lá, e agora percebo que talvez seja para nos remeter à nossa infância, à sala de casa transformada em atelier de artista, ao olhar sereno de minha mãe, à expetativa da chegada de uma irmã, às saudades. É assim a arte, causadora de tantas emoções que vão muito para além do que a obra representa ou os olhos possam enxergar.



A PEQUENA ARCA

Desde o primeiro momento em que bati os olhos na pequena arca que não fiquei impressionada. Tanto que quando fiz os planos para o quarto rosa, esta foi a última peça a entrar no rol e com sérias reservas. Quando a coloquei sobre a minha bancada de trabalho, e com a pistola de ar quente comecei a tirar-lhe a tinta branca, deixei-a "falar" mas talvez tivesse feito melhor em impor-lhe a minha vontade, que para ser sincera, até este momento nem sei qual seria. Mas sob a velha tinta começaram a aparecer vestígios de outras tonalidades, formando um dêcapê espontâneo, eu entusiasmei-me, e acabei por deixá-la ficar assim: genuína na sua pouca beleza. Não sei se a arca vai conseguir se acomodar no quarto e estou a 260 km da casa, para ensaiar, mas para "forçar" essa integração, utilizei até à última o pouco tecido que tinha sobrado das antigas colchas do quarto (que entretanto já foram transformadas em almofadonas XXL) e fiz um coxim para o tampo, que claro, mesmo com a minha boa vontade e malabarismo para utilizar todos os centímetros, ficou curto. Bom, mas deixemo-nos de lamurias e sejamos positivos, se na hora da verdade a pequena arca não tiver lugar no quarto, decerto migrará para outro cómodo!

AS DUAS VERSÕES DE UMA BANQUETA

De tempos a tempos chove um banco, banqueta, tamburete, mocho, ou como os queiramos chamar, na minha horta. Confesso que não os enjeito, até acho-lhes piada, por duas razões: além de serem jeitosos para se ter em casa porque ocupam pouco espaço, ainda podem assumir as mais variadas funções, desde assento a mesinha de apoio. Secretamente, existe uma terceira motivação: pelas suas reduzidas dimensões, é o tipo de objeto que nos faz começar uma reciclagem sem medo de errar, ou melhor, com a sensação de que se não resultar como o esperado, não se investiu muito tempo e é fácil retroceder. Ou emendar.
Desta vez, para o tornar ainda mais versátil e permitir que ele passeie sem limitações pela casa, o banquinho ganhou dois visuais: um romântico com capa acolchoada ornada de berloques e uma versão rústica com pintura de stencil no tampo. Agora é vê-lo a saltar daqui para acolá, a acomodar mais uma pessoa à mesa, a levar as plantas para apanhar sol ou tão simplesmente, a enfeitar aquele canto sem graça.

LOVE IS IN THE AIR

Amanhã é dia de São Valentim, o amor está no ar e podemos aproveitar não propriamente para celebrar o dia dos namorados, mas num sentido mais amplo, festejar o afeto, a amizade e o bem-querer em família, com uma mesa bonita e uma refeição caprichada. No meu caso, em que os dotes e o gosto pela culinária são muito limitados, optei pelo bolo surpresa. Aquele simples, caseiro, confecionado numa banal forma inglesa, mas que ao ser aberto, surpreende! Não é difícil de fazer, apenas um pouco trabalhoso pois requer uma receita dupla e exige que o bolo vá duas vezes ao forno. O coração pode ser branco e contrastar com o castanho do chocolate, como eu fiz, mas também pode levar corante vermelho e praticamente pulsar de amor a cada fatia! Se é daquelas que como eu não se agarra a dias marcados mas também não quer deixar passar a ocasião em branco, ainda vai a tempo: o passo a passo está mais abaixo assim como a receita, que tanto pode ser a que eu sugiro como outra qualquer que prefira. Para si e todos os seus, Happy Valentine´s!! Let´s celebrate!!

MEIO GYPSY, TALVEZ FOLK OU QUEM SABE, BOHO

Para ler os detalhes da aventura de fazer voltar à vida uma peça moribunda, é preciso aceder à 3ª edição da revista OcaPop, "o ponto de encontro mais pop da internet". Pois foi assim, com um estilo indefinido mas alegre e cheio de vitalidade que ficou o velho móvel de casa de banho, agora transformado em oratório. Aproveite os feriados de Carnaval, instale-se e desfrute da edição que acaba de sair. Ela está super colorida, cheia de personalidade e a inspiração é tanta que cada página é um suspiro!

PS: Nesta intervenção a porta do armário foi descartada, no entanto escapou de ir para o lixo e acabou por ganhar outra função: relembre aqui.

POR AÍ

Há já algum tempo que não trazia imagens de coisas interessantes que outros ou eu, com o olhar afiado, captamos por aí. Ideias simples, irreverentes ou divertidas, passiveis de serem levadas para casa. Ou aquela criatividade e certa ousadia que geram espaços visualmente apelativos. A qualidade das fotos, já sabem, é o costume, tiradas com o telemóvel, com pouco cuidado no foco ou ângulo. Relevem!

Parece que tornou-se tendência em refeições descontraídas, dar uma finalidade fora do comum aos potes de vidro que sempre teimam em pairar lá por casa. Neste almoço eles foram utilizados como recipientes para a sobremesa, mas nas imagens a seguir, simples potes transformam-se em verdadeiros mason jars. Umas folhas de hortelã ou umas palhinhas listradas ajudam a incrementar ainda mais o visual do sumo, já de si, bastante atraente.

CAIXA PARA TALHERES

Durante algumas semanas frequentei um curso de marcenaria. Não que pense dedicar-me ao ofício, mas mais naquela de ganhar alguma intimidade com o serrote e o martelo e não me sobrar peças depois de desmantelar as velharias que me passam pelas mãos. Na primeira aula, foram distribuídas entre os alunos, duas pequenas tábuas de mogno e uma ripa em pinho que no final da formação, segundo o monitor, deveriam estar transformadas numa bonita caixa com tampa. Foi nesse momento que achei tudo muito insólito, devo mesmo ter-me rido para dentro e não confiei minimamente nas minhas skills. Prova disso é que não fotografei nada dessa etapa, aliás nem dessa, nem de fase nenhuma. Mas a verdade é que ao fim de 18 horas, e depois de muito ter cortado, martelado, lixado e agravado a tendinite que tenho no ombro, surpreendentemente aparece à minha frente uma caixa feita inteiramente por mim. Estávamos na altura do Natal, e os meus colegas acharam que aquela seria a prenda ideal para ofertarem ao pai, à mãe, ao marido. Que estes iriam ficar muito orgulhosos e emocionados, tal qual nos sentimos quando o filho pequeno traz da escola algo realizado por ele. Observei a caixa que, okay, era feita por mim, mas não era linda e de imediato me veio à cabeça o sorriso amarelo de uma filha quando, expetante, abrisse o seu presente de Natal, e lhe saísse aquilo. Se eu própria, a progenitora da caixa, olhava para ela e não lhe via qualquer beleza ou utilidade, que dirá a filha? Relutante trouxe-a para casa e coloquei-a temporariamente na prateleira da cozinha, virada de topo para ocupar menos espaço, em espera enquanto eu não me desse ao trabalho de transferi-la definitivamente para a arrecadação. E como ela ficou ali uns dias, de topo, com os encaixes bem à vista, de repente até comecei a enxergar alguma possibilidade. Lembrei-me que sou compradora compulsiva de talheres, que as gavetas estão abarrotadas deles, que um puxador faz milagres e um tecido, aconchega. Tudo isto somado, a caixa continua na prateleira, só que para todo o sempre, cumprindo uma função definida e com um ar bem mais atraente.

A COZINHA DOS VERHOVEN

Em meados de Novembro último, todos nós assistimos, atónitos, aos atentados de Paris e às consequentes medidas rigorosas de segurança tomadas por alguns países vizinhos. Nomeadamente a Bélgica, e mais especialmente sua capital, que durante quase uma semana, literalmente parou: o metro foi fechado, as aulas do infantil às faculdades, suspensas, o comércio encerrado, aglomerações proibidas. À população foi pedido que se mantivesse o mais possível em casa. Eu tenho uma filha em Bruxelas, estudante de medicina e que nesse mês de Novembro estava em estágio com um médico. Na Bélgica, é comum os médicos terem os consultórios instalados nas suas próprias casas e saírem para fazer visitas domiciliárias. Foi com um clínico com esta rotina, um senhor em final de carreira, que Laura fez o estágio. Todos os dias, ela dirigia-se a pé para a casa dos Verhoven, participava das consultas e saía de carro com o doutor para as visitas em casa dos pacientes. Isto aliviou as minhas preocupações de mãe, pois pelo menos sabia-a longe do metro, do Campus Universitário onde diariamente circulam milhares de estudantes e fora das aulas ministradas em anfiteatros com mais de cem alunos. Mas o que me acalmou mesmo, foi quando dei-me conta que as pausas da Laura eram feitas numa cozinha linda, desarrumada, vivida, com móveis que pareciam não combinar, flores frescas colocadas sobre a bancada, restos de comida na mesa, desenhos dos netos espalhados pelas paredes coloridas. Como se ali, ela pudesse estar protegida de tudo, abraçada pela cor e pelo aconchego da família. As pausas e refeições eram feitas neste ambiente, na companhia do casal, de 5 crianças impedidas de ir à escola e do cão. Os Verhoven, acolheram a minha filha num período que acabou por ser difícil para todos, e podem até imaginar que eu lhes esteja grata por isso, mas nunca saberão a real dimensão desse reconhecimento nem desconfiarão o quanto a barafunda da cozinha deles apaziguou-me o coração e me fez acreditar que a vida por lá corria serena.
De Lisboa, entre os mil afazeres das festas de Dezembro enviei-lhes uma almofada feita sem estudo prévio, apenas com o que tinha em casa e em que nem a camisa do marido escapou. Uma prenda modesta face ao que recebi.

ANO NOVO, MESA (QUASE) NOVA

Se eu tivesse que descrever numa palavra esta transformação que fiz, provavelmente colocaria uma enorme #umtantoouquantofailed agarrada à peça. Eu explico: queria muito aprender a técnica de transferência de imagem, e apesar de ter lido sobre o procedimento em bastantes blogs, assistido alguns vídeos e inclusive ter tido a ajuda preciosa da Patrícia do Fuxicando Ideias, que por email deu-me imensas dicas e conselhos, a verdade é que a experiência não saiu exatamente como eu queria. A pequena mesa em pinho que pertence ao quarto dos netos (do meu pai) na casa de praia, estava muito sem graça e a ideia foi dar-lhe um up, tornando-a mais divertida e a cara dos jovens que no verão, saturados de meses de frio e enfim livres dos estudos, invadem a casa do avô, na mais pura descontração, com pouca roupa e...chinelos de dedo nos pés. O que correu mal então? bom, talvez olhando de longe ou pelas fotos, não se note, mas o papel branco que deveria ter desaparecido praticamente todo, saiu em certos locais, mas noutros, não, e 3 ou 4 unhadas minhas, fizeram com que algumas letras ficassem com falhas. Quem viu o trabalho ao vivo, gostou, e até achou que as imperfeições dariam um ar rústico, mas não era essa a minha intenção. No entanto, valeu o esforço, vou encarar este quase falhanço como uma 1ª experiência e praticar mais, para melhorar a performance. As fotos da "nova" mesa foram tiradas lá em casa e em jeito de pano de fundo, aparece uma das mantas que fiz para as camas do quarto. São blocos grandes em patchwork, num trabalho pouco exigente, sempre com foco na simplicidade e informalidade que pede uma casa de praia. Agora, pelas minhas contas, para terminar o dito quarto, falta recuperar um pequeno baú e "dar a volta" às gavetas da cómoda. Imaginação, precisa-se!