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QUENTES E FOFAS

Este ano, as ofertas de Natal, das duas, uma: ou foram mantas "fabricadas" em casa, ou então foram o que eu chamei de "presentes imateriais". Estes, não eram mais do que vales, que eu própria escrevi, que podiam representar sessões de maquilagem, bilhetes para o teatro, ou, no caso do filho mais novo que tem ideias e gostos muito peculiares, literalmente "aquilo que quiseres".
Em relação às mantas, o difícil foi encontrar tecidos que me satisfizessem: ou tinham acrílico a mais e lã a menos, ou eram demasiado rijos e as cores, muito óbvias, ou a textura não se prestava ao que eu pretendia.
Como as presenteadas com as mantas têm idades compreendidas entre os 2 e os 26 anos, tive mesmo que gastar um certo tempo a pensar não só nas combinações dos tecidos como nas palavras inspiradoras que queria aplicar. No final, penso que tudo se coordenou: as mais novas levaram para casa cobertas com dream e smile, as adolescentes ficaram com hope e as adultas, love e joy.
Só não tive resposta para uma pergunta que me fizeram: porquê em inglês? ah, não sei. Calhou!!

E DE REPENTE FEZ-SE NATAL LÁ EM CASA

O Natal lá em casa, sempre tarda. Mas chega. Começa por um período longo de inspiração, em que tudo fica pronto na minha cabeça. E segue-se um adiar constante de concretizar aquilo que imaginei, pelo simples receio de não resultar e o plano B ser inexistente. "Make it work" é o mantra que repito quando finalmente tomo coragem e disponho-me a abrir as caixas da arrecadação.
Quem me acompanha no blog sabe que gosto de cores vivas, mas este ano, fui contra a minha natureza e optei ...pela natureza. Tinha esta árvore guardada há 3 ou 4 anos, comprada nas promoções que acontecem a seguir às festas. Tenho esse costume, de aproveitar o que as lojas oferecem a bom preço quando a quadra acaba. Sobre uma base bege, foi fácil conjugar o que tinha em casa, com pinhas, folhas e troncos que fui buscar ao jardim da Estrela e à serra da Malveira. E finalmente, e depois de tanto prometer a mim própria, fiz a "receita" das frutas desidratadas que a Paula ensinou: cortar as laranjas em rodelas finas, 2 horas no forno a 180 graus, deixar secar ao ar.
As filhas chegam para a semana. Quando abrirem a porta de casa e não virem as cores garridas que tanto agradam à mãe, o mínimo que vão pensar, é que entraram no apartamento errado...

IT´S ALWAYS CHRISTMAS IN THE CITY

Em abril último, quando fui a NYC, encontrei uma loja onde o Natal é quando o Homem quiser. Não é inédito este conceito de negócio, em que o "espírito" natalício está presente todos os dias do ano, vendendo-se única e exclusivamente decoração para a época. Já conhecia em Bruges, na Bélgica, a prestigiada casa Käthe Wohlfahrt, que funciona num imóvel lindo e centenário, que só por si já vale a visita. Por conseguinte, quando entrei na Christmas and City situada em Little Italy, não fiquei propriamente surpreendida. Mas a pouco e pouco, e quanto mais observava, mais me espantava com a diversidade dos temas expostos. Se na Käthe Wohlfahrt, encontramos produtos tradicionais, alguns artesanais e de origem alemã, na Christmas and City, e como não podia deixar de ser, estão presentes muitos dos ícones americanos, iluminados, gliterisados, transformados em chamativas guirlandas ou penduricalhos. Confesso que gosto quando se agarra num tema, num ídolo, numa imagem e se consegue levar a outro patamar. Posso não achar propriamente bonito, mas aprecio a criatividade de quem em algum momento, lembrou-se que este assunto ou aquela pessoa poderiam materializar-se em algo mais. Neste caso, em enfeites de Natal!
Em relação às fotos, um esclarecimento: apenas aparece uma árvore inteira porque não permitiam "vistas gerais", só detalhes.
Portanto se por acaso for a Nova Iorque e pretender um Natal diferente, as ideias estão à sua espera na Christmas and City no bairro de Little Italy. Mesmo que seja verão!
E pode levar para casa um dos maiores símbolos do capitalismo ocidental, e montar a sua árvore Coca Cola:

E AS FELIZARDAS SÃO....

...os números 13 (quem disse que o 13 não traz sorte??) e 23, respetivamente a Isa que escreve o Pairando nas nuvens e a Dulce do blog Koklikô !
Parabéns a ambas e muito obrigada a TODAS pela massiva participação nesta brincadeira, cujo único objetivo é o de prestigiar quem por aqui passa. Fiquei tocada com os vossos comentários. É bom saber que as razões para continuar existem, pois desse lado, há pessoas que lêem, interagem, identificam-se! Para mim, estes dois anos têm sido muito enriquecedores!
Às que chegaram recentemente ao blog, dou as boas vindas e quero dizer que tardo mas não falho, ou seja, entre uma coisa e outra, contem com a minha visita ao vosso espaço!
Beijos a todas, e, meninas ganhadoras, enviem-me a vossa morada para o email que está ali ao lado no "fala comigo".


2 ANOS DE BLOG...


... e  uma mão cheia de amigas. Tem sido  a  recompensa por mostrar aqui as minhas divagações e por vos ter desse lado a participar e a interagir. E não menos importante é continuar a ler-vos e a estimular-vos. Aprendo e inspiro-me abundantemente com aquilo que partilham, provavelmente bem mais do que imaginam.
Enfim, o que eu quero mesmo dizer-vos é que enquanto for um prazer, continuarei por aqui, e que 2 anos e tantas descobertas, conversas e amizades depois, agradeço a todos aqueles que passam pelo L´avion rose, seja de que forma for, mais expansiva ou recatadamente.
É uma alegria quando aparece uma "carinha" nova ali ao lado ou no bloglovin, e tento sempre que possível saber de quem se trata, mas nem todos os perfis são públicos, e alguns, pouco mais nos informam do que o nome. Portanto, a hora é esta de se darem a conhecer, comentando aí em baixo qual a prenda que gostariam de receber. Vou sortear um estojo e um necessairemade by myself e acabadinhos de sair do forno, com as virtudes e os defeitos de tudo o que é feito à mão.

DO QUE AS PESSOAS DEIXAM PARA TRÁS

É uma situação que já presenciei algumas vezes na minha vida profissional, e que sempre me entristece. Na semana passada voltou a acontecer: um apartamento antigo, habitado por mais de 50 anos pela mesma família, é devolvido ao senhorio (a empresa onde trabalho) com todo o recheio. A família, por esta ou aquela razão coloca a senhora idosa num lar e entrega o apartamento sem nem mesmo tirar de lá os objetos pessoais.
Cabe ao senhorio, depois de alguns trâmites legais, esvaziar a casa para colocá-la novamente, se assim o desejar, no mercado de arrendamento ou venda.
Quando abrimos a porta de casa, deparamo-nos com cenas corriqueiras da vida doméstica, e parece que até ontem, esteve lá gente. Ou então, que alguém foi ali e já volta. Os armários e as arcas estão cheias de roupa, as escovas de dentes esperam no copo na casa de banho, a loiça utilizada repousa no escorredor, e as peças lavadas ainda estão no estendal.
E pergunto-me: será que não existe uma jarra, um quadro, uma foto, um móvel por mais banal que seja, que possa ter algum valor sentimental para um filho ou neto? ninguém na família gostaria de ficar com uma recordação da mãe ou da avó? Não há ali uma cadeira que conte uma história? um objeto que provoque um sorriso? a mesa de jantar não trará a evocação de um Natal? Ou será que a vida é tão, mas tão corrida, que não há tempo para nada, nem mesmo para guardar uma lembrança?
Quando tirei as fotos abaixo, 3 homens de uma empresa de mudanças embalavam os móveis para serem armazenados; algumas loiças, roupas pessoais e de cama e mesa estavam a ser encaixotadas para irem para doação; os livros separados para entregar a alfarrabistas.
Uma ou outra peça, vem comigo para casa. Praticamente todas as jarras que tenho vieram parar às minhas mãos nestas circunstâncias, assim como bules, pratos, chávenas, aos quais dou sempre uso. E quando os tiro do armário, recordo-me de onde vieram e a quem pertenciam. 


















INDIVIDUAIS EM MDF COM CAPAS REVERSÍVEIS

Foi neste post da Camila que vi a ideia e não descansei até conseguir concretizá-la: uns sousplats redondos, em MDF, cujas capas vão sendo trocadas ao sabor do gosto e do humor, consoante se esteja voltada para montar uma mesa colorida, de cariz rústico, temática, ou algo  mais sofisticado. As opções são infinitas e o padrão das capas é que vai ditar a tendência.
A Camila, que no It Glamour mostra-nos que as mesas podem ser simples mas sempre com charme, foi uma querida, e por email mandou-me as medidas das placas de MDF para que eu pudesse pedir a um carpinteiro para as cortar.
Com as rodelas em mãos, era a minha vez de entrar em cena, que entusiasmada ante a perspetiva de poder montar mesas diferentes apenas vestindo e despindo as "bolachas", lembrei-me de fazer os invólucros em dupla face e desta forma multiplicar a versatilidade dos mesmos.
E foi assim, que surgiram 4 mesas, que se desdobraram em 8, e que vos mostro em seguida. Notem que  pratos, talheres, guardanapos e demais adereços são rigorosamente os mesmos no lado A e B de cada capa.

Para iniciar, uma proposta Outonal numa 1ª versão:

CHEGOU AO PARÁ, PAROU. TOMOU AÇAÍ, FICOU.*

Não foi por ter provado açaí que parei, e muito menos lá fiquei. Mas a verdade é que esta não foi a primeira vez que fui ao Pará e espero que não seja a última, pois voltar é a oportunidade para redescobrir e fazer várias viagens numa só, não fosse a cultura deste estado riquíssima e a culinária, uma das melhores e mais diversificadas do Brasil. Não pretendo escrever aqui um diário dos dias que passei em Belém e na Ilha do Marajó, mas apenas dar-vos a conhecer aquilo que mais me atrai na capital e nessa enorme ilha (na verdade um arquipélago), aos meus olhos de estrangeira. uma estrangeira que volta sempre.
Uma experiência a não perder é acordar bem cedo, preparado para enfrentar o calor equatorial e ir ao encontro dos sabores e os aromas do Pará no mercado de Ver-o-Peso, na parte velha da cidade.











VOU ALI E JÁ VOLTO

Vou tirar uns dias.
Bem, na verdade comecei a tirar uns dias em Agosto, altura em que se iniciaram os meses sabáticos que me prometi para 2014. Era fundamental este intervalo na minha vida. Claro que não deu para cortar completamente com o escritório: há assuntos pendentes que passam por mim, papéis para assinar, obras que não param. Mas já não estou lá das 10 às 18. Concentro tudo num dia ou numa manhã, ou espero que me liguem se precisarem do meu apoio.
Tirar uns meses não significa não ter nada para fazer. Aliás nem era esse o objetivo. O foco era poder fazer aquilo que sempre quis e nunca consegui por absoluta falta de oportunidade e tempo. Continuo a acordar cedo por gosto e disciplina, só que em vez de seguir para o escritório, assisto às aulas de fotografia, aprendo a reciclar moveis velhos, meto as mãos no barro, ou, pasmem, vou a um workshop de bordado. Também passeio, muito, pelas ruas de Lisboa, e leio. E quando não me apetece mesmo fazer nada, ouço o silêncio. Reconheço que essa liberdade é um luxo a que bem poucos se podem permitir. 
Só que agora, no meio dos sabáticos, vou de férias. A esta hora que me lêem, já estou do lado de lá do Oceano. Mudei de continente e é primavera. Voltarei em breve. Até lá, e sempre que a internet consentir, não deixarei de vos visitar.

Na mala grande de viagem levei um sortido de malinhas. Para tias, primas e priminhas, as mulheres da família. De vários tamanhos e para todos os gostos!



DIY COLETIVO: DECOR BRASUCA

DIY Coletivo SOS decor é "uma blogagem coletiva, que reúne blogueiras que adoram um desafio para transformar, elas mesmas, suas casas em verdadeiros sweet homes." Todos os meses é proposto um tema diferente para pôr à prova as participantes. Este mês de Setembro, o DIY coletivo fez aniversário e para celebrar, além de lançar o tema "estampando a Brasilidade na decoração", ainda desafiou as integrantes da equipe a convidarem uma blogueira de fora a participar com a sua inspiração.
Eu fui a convidada da Carla, brasileira que mora na Alemanha e autora de um blog que eu adoro: The Blue Post . Apesar de me sentir lisonjeada por ter sido a sua desafiada, a verdade é que por semanas fiquei a zeros, sem me ocorrer uma única ideia capaz de levar um pouco de Brasil para dentro de casa.
Até lembrar-me da Brasileira mais famosa do século XX, artista que admiro, portuguesa de nascimento, carioca de alma e coração. Conhecida pelo seu visual tropical e extravagante, pelos infinitos balangandãs que carregava, pelos sapatos de plataforma que disfarçavam sua baixa estatura, pelos seus turbantes sui generis, e, sua marca definitiva e intransmissível, os arranjos de frutas tropicais que ornamentavam  a cabeça. Adivinharam! quem pode ser mais a cara do Brasil do que Carmen Miranda!
Daí a colocar a mão na massa foi um pulo! apenas precisei de comprar um cache pot e uma planta de interiores frondosa. Procurei na net uma foto expressiva da Carmen, que ampliei e imprimi numa folha de papel autocolante. O resto tinha em casa: glitter, purpurina, paetês, contas transparentes nas cores azul, verde e amarelo, enfim tudo o que pudesse servir para dar brilho ao cache pot e tornar a foto mais rica e tridimensional.
Associar caras a vasos é ideia antiga, mas aqui a proposta é homenagear Carmen e seus cocares mirabolantes!



MISTURAR SEM PRECONCEITOS

A Lies é Italiana e o Mauro, Brasileiro. Conheceram-se em Portugal, onde moraram muitos anos até se mudarem para os EUA e daí partirem para a Indonésia. Em Lisboa conservaram sempre o apartamento. Já não os via há algum tempo e tinha-me esquecido de como a casa deles é diferente. Única mesmo, eu diria, pois ali não há modelos nem regras, as coisas e as pessoas simplesmente entram e arranjam um lugar. É a casa mais descontraída e aberta aos amigos, e aos amigos dos amigos, que conheço. Espelhando, e de que maneira, a ausência de rotina do casal, e a forma desembaraçada de como encaram a vida.
Na casa, tudo está à vista e ao alcance de todos. Livros, Cds e Dvds, quadros e posters, objetos e moveis trazidos daqui e dali, convivem sem inibições e não há a preocupação de manter tudo asséptico e arrumado. É esse caos (quase) controlado que me atrai e a meu ver, é também aí que reside o encanto da casa. Uma desordem que pode ser perturbadora para alguns, mas que no contexto e para quem conhece o casal, apenas transmite um estilo de vida sem preconceitos.

NOSSA CASA NOS ANOS 70

Hoje o registo é diferente. Algo que tinha em mente há algum tempo: mostrar-vos a memória mais para trás que eu tenho de decoração, de estética, de dedicação ao lar. Pouco mais de um minuto, início dos anos 70. Minha mãe com um certo orgulho, mostra o apartamento alugado onde mora em Lisboa. Meu pai filma, para a posteridade. Nestes tempos as comunicações são difíceis e as tecnologias dão os primeiros passos. Um filme super 8 com a luz potente de um flash, é tudo o que se pode almejar, para um dia mostrar à família, lá longe no Brasil, como se vive na Europa.
Aparece o quarto das filhas, o papel de parede atrás das camas, uma estante repleta de bonecas (não me lembro das minhas amigas terem tantas bonecas quanto nós), uma cortina romântica na janela. O quarto do casal, um tanto ou quanto austero, o terço na cabeceira, e a almofada em ponto de Arraiolos, trabalho da minha mãe, na senhorinha ao canto. Depois vem a cozinha, impecavelmente limpa e arrumada para o outro dia. Mania que herdei: não vou dormir sem a cozinha estar pronta para a manhã seguinte. No parapeito da janela, vasos pintados de encarnado, pois na falta de um jardim (que ficara na sua terra) era aí que minha mãe cultivava sua paixão pelas plantas. O dedo verde, esse, não se me transmitiu.
E pelo meio, a animar o cenário, 3 crianças: duas filhas e um sobrinho. 
É como recordo minha mãe, atenta e cuidadosa com a casa. Se havia pouco, fazia muito. Se nada houvesse, inventava. E foi sempre assim, até partir.



Em tempo: para quem pergunta, sou a miúda com franjinha  no cabelo!

A CASA (NOVA) EM BRUXELAS

E quando ficou tudo arrumado e eu finalmente sentei-me na sala para estrear a poltrona e descontrair, é que me dei conta de que as movimentações tinham começado em abril, e se estendido até aquela noite de agosto.
Tudo começou com um whatsApp da filha, estava eu nos EUA. Ela dizia que tinha encontrado a casa ideal (espaços generosos, luz natural abundante, a 4 estações de metro da faculdade) para dividir com 2 colegas. Ponto negativo: um dos quartos era muito pequeno, e uma das amigas só compartilharia o apartamento com elas se tivesse a certeza de que toda a sua mobília caberia no dito cômodo. Era hora do jantar em San Diego (madrugada em Bruxelas) e os guardanapos da mesa serviram para rabiscar e trocar ideias. Aparentemente boas, porque convenceram a jovem indecisa.
Este foi o Kick-off para uma ideia, a princípio um tanto ou quanto peregrina, que começou a se formar: a arrecadação cheia, móveis a pedirem uma segunda oportunidade, e se eu recuperasse alguns, e se eu arranjasse um transporte, e se eu cuidasse da mudança? Ainda na dúvida, só precisava de mais um empurrãozinho e este surgiu quando vagou um apartamento da empresa onde trabalho, e eu fui visitá-lo para iniciar as obras: na sala, o inquilino tinha deixado um conjunto de sofá e duas poltronas. Era a deixa que me faltava! a sala estava completa! e a partir daqui, quem acompanha o blog, assistiu às peripécias: dei cara nova a um candeeiro, discuti com a filha por causa da mesinha azul, deixei de pedir opinião e fiz por minha conta e risco a dupla de bancos. Mas também contei com a ajuda de profissionais para estofar os sofás e dar laca a um aparador. Com os colegas de escritório que arranjaram uma sala desocupada, e foram recebendo e estocando as peças à medida que iam ficando prontas. Com o sr Serafim dos transportes, que apareceu na página do Facebook "Portugueses na Bélgica" e prontificou-se de imediato a fazer o trabalho. Com o marido que embarcou nos meus delírios e já em Bruxelas e junto com o filho, montaram pacientemente todos os móveis do Ikea (sim, também houve recurso ao milagroso Ikea!!). E com os vossos blogs que leio diariamente e de onde pesquei ideias, sobretudo de arrumação e organização. Um trabalho em equipa, para chegar a bom porto! Ainda não está acabado, suponho eu. Há paredes vazias, faltam cortinas e alguma iluminação. Mas agora a bola está com as três residentes do andar, que com tempo, se encarregarão dos detalhes!


A DANÇA DAS CADEIRAS

O périplo das cadeiras coloridas continua. Chegou uma Queen Anne azul para fazer companhia às restantes. Há uns tempos atrás a Dulce do Koklikô perguntou-me como era o meu processo criativo. Fez-me sorrir a pergunta, porque quem me conhece sabe que não penso demasiado sobre as coisas e nunca planeio. Portanto as cores foram escolhidas no ímpeto do momento, e os tecidos são os que havia em casa. Parece que se coordenaram bem, apesar de não haver um tema comum. Mas até isso deixou-me satisfeita, pois quer dizer que terei total liberdade de inventar, quando tropeçar nas três cadeiras que ainda faltam para completar a mesa de jantar.

DUPOND ET DUPONT

Encontrei-os juntos, companheiros de uma vida e achei que assim poderiam continuar.
Quase, quase, falhavam o embarque com destino a Bruxelas, na carrinha do Sr. Serafim. Não fosse estar 30 graus em Lisboa, e eu ter saltado todas as etapas de secagem e mais algumas que são da praxe neste tipo de trabalho, jamais teria acabado a tempo de seguirem viagem.
Mas lá se fizeram os dois à estrada, de roupa nova (ou melhor dizendo, de capas novas) para continuarem as suas aventuras e convivência mútua, no país do Tintin.

TUDO AZUL

Não era assim que eu a idealizava, mas a "cliente" foi difícil e irredutível. Por mais que eu argumentasse que tecido nas laterais e no tampo faria toda a diferença num móvel completamente azul, e até fiz uma simulação e mandei-lhe por whatsapp, ela não se deixou convencer. E para não passar de uma mesinha de cabeceira preta e enfadonha para uma mesinha azul e só um pouco menos enfadonha, ela (filha) acedeu (relutante) a que a marca registada da artista (ou seja, eu), ficasse escondida. Desta vez de colorido, só o interior da gaveta. Será assim como que um efeito surpresa, afinal não dizem que a beleza vem de dentro para fora...???

A NOVA CADEIRA VELHA

Desta vez não meti as mãos na massa. Apenas fui a mentora do projeto: tive olho para pescar a cadeira no meio de um monte de móveis desinteressantes do sogro; pedi que o pintor lhe desse uma cor cereja e entreguei ao estofador uma sobra de tecido.
Ela não é confortável e nem sequer linda, mas vai fazer parte das seis cadeiras que eu me propus encontrar para a minha mesa de jantar. Já tinha uma salmão, agora veio a cereja e está a chegar uma azul. Faltam três. Com a sorte que tenho de me cruzar com móveis velhos por aí (e não, não estou a ser irónica) em breve completo o conjunto.

SCRAPPY LAMPSHADE

Ou, traduzindo para a língua de Camões, um abajur feito com retalhos.
Já tinha o candeeiro de pé há uns três anos. Veio de um recheio de uma casa, e estava bastante maltratado, mas o pormenor da mesinha incorporada, chamou a minha atenção. Guardei-o, e a certa altura mandei lacar de uma cor neutra, pois a minha intenção era colocá-lo no quarto do filho, ideia que acabei por abandonar.
Até que agora surgiu a oportunidade de lhe dar um destino.
A filha mais velha mora na Bélgica e mudou-se de um pequeno estúdio que dividia com uma colega, para um apartamento de dimensões generosas que passará a ser partilhado por três. Perguntou-me se eu não teria "móveis a mais" que lhe pudesse dispensar. Ter, até tenho. Mas todos velhos, achados nos andares que entro para fazer obras, guardados num depósito à espera de melhores dias.
Pensei muito entre recuperar algumas dessas peças e pagar um frete para Bruxelas, ou simplesmente mandá-la abastecer-se no Ikea local. Ganhou a primeira opção. Nem quis fazer muitas contas para não me arrepender.
Assim sendo, seguirá a meio de agosto, diretamente de Lisboa para o bairro de Gribeaumont em Bruxelas, o transporte do Sr. Serafim, com uma mesa de jantar e seis cadeiras que eram minhas e não precisam de reforma; uma mesa de cabeceira que estou neste momento a dar um up; um louceiro velho que foi ali levar uma tinta branca; um sofá e duas poltronas que estão no estofador; e este candeeiro. Dois bancos para a cozinha, encontram-se em fase de estudo de ideias e ainda em dúvida quanto ao embarque.

Dar ao sisudo candeeiro um ar menos sério, não foi difícil: bastou-me arranjar uma estrutura de abajur graciosa, uma mão cheia de retalhos e alguma paciência.


PRESENTES PARA A FAMÍLIA

Foi uma semana a costurar a todo o vapor.
Queria mandar uns presentes feitos por mim para duas tias e a irmã que moram longe. Como tenho poucas vítimas, preciso aproveitar estas ocasiões em que alguém daqui vai visitar a família, para praticar. E uma vez que as três gostam de coisas de casa, decidi-me por uns individuais. Na verdade, optei por individuais porque não tive imaginação para muito mais. A alternativa seriam almofadas, mas estas ocupam demasiado espaço numa mala. Poderia mandar só a capa para a almofada, mas sei por experiência própria que correria o risco do recheio nunca ser comprado e as ditas irem parar numa gaveta. Em tempos recebi uma capa, e fiquei sempre com a sensação de que a oferta vinha pela metade.
Enfim, o parto não foi fácil, porque o tempo escasseou, e eu tenho alma de artista e não sei fazer nada sob pressão. Tinha planeado costurar algo mais elaborado, mas rapidamente dei-me conta que não haveria tempo hábil para tal, e o máximo que consegui almejar foi uns conjuntos, cada um no seu estilo, com um bolsinho lateral, que na hora de arrumar a mesa, desse para brincar com os adereços e quebrar a monotonia.
O que foi muito positivo nesta semana intensiva de individuais, é que finalmente deu-se o clic e aprendi a fazer o viés sem medos nem hesitações e já não há segredos para mim de como cosê-lo à peça e dobrar os cantos. Aleluia!!

E assim surgiu um conjunto em candy colors, romântico, para uma das tias. Atenção: acessórios não incluídos.

ILHAS GREGAS PELA LENTE DA FILHA

Há quem diga que as ilhas Gregas, repletas de casinhas brancas com telhados azuis, de cúpulas, de pequenas igrejas, de ruelas estreitas e labirínticas, e rodeadas por um azul infinito, são a definição de paraíso. 
Eu não estive lá, mas a minha filha sim. E através do seu iphone, registou para a mãe, aquilo que não passou despercebido aos seus olhos.
Foi um deleite para mim, receber diariamente por whatsapp, imagens de ambientes que tinham tudo a ver comigo. Mas confesso que fiquei ainda mais feliz, por constatar que esta minha filha, habitualmente uma jovem tão prática e pouco dada à estética, parece agora sofrer de uma clara influência da mãe, e com o seu olhar (também de um azul infinito), consegue captar elementos interessantes, que há uns tempos atrás jamais lhe chamariam a atenção.
E o que a fez ficar para trás a tirar fotografias, perdendo-se várias vezes das amigas?

Encantou-se com a decoração rústica dos cafés e tavernas ao ar livre, que recorre aos elementos naturais e simples, às cores, à descontração, à diversidade de itens e facínio da mistura, num aparente desalinho, remetendo-nos a um clima de férias:

(BOAS) IDEIAS NO MERCADO DA RIBEIRA

O Mercado da Ribeira, em Lisboa, foi revitalizado e é novamente um local cheio de vida. Continua com a atividade tradicional de mercado (fruta, peixe, carne, flores, hortaliça, etc..) mas estão lá agora 30 espaços gourmet, onde se pode comer de tudo um pouco, dispostos à volta de uma praça de restauração, com cerca de 500 lugares sentados no interior e mais 250 na esplanada.
Ou seja, o Mercado da Ribeira está em grande, bonito, na moda e merece ser visitado. A decoração, em que predomina o preto e branco e largas bancadas em pedra de lioz, uniformiza as diversas "tasquinhas", ficando a individualidade de cada espaço de alimentação por conta dos pormenores sui generis, dos quais aqui vos deixo alguns:

Numa clara homenagem ao mercado, saladeiras em forma de couve, provavelmente da fábrica Bordallo Pinheiro, reinventam-se em originais candeeiros.

#toalhademesa #colchadecama

Na minha cabeça a toalha para a mesa grande do terraço já estava mais que pronta. Mas na vida real, só ontem consegui acabá-la. A receita não tem segredo e é até enfadonha: cortar exaustivamente quadrados de 21x21cm, unir os quadrados em tiras, juntar essas tiras até obter o tamanho desejado. Forrar. Nada de enchimento.
Usei fat quarters e uma boa parte dos tecidos, vieram da City Quilter, em Nova Iorque. Gostaria de vos ter falado sobre essa quilt shop em NYC e não o fiz porque foi mesmo impossível fotografá-la, e um post sem fotos, não vale. Mas se visitar a cidade e gostar de patchwork, não deixe de lá ir. Além da oferta infindável de toda a sorte de apetrechos, aviamentos e livros da especialidade, eles têm alguns tecidos exclusivos e desenvolvidos por eles, notadamente as reproduções do metro de NY, o mapa da cidade ou os ícones da Big Apple.
Mas voltando ao meu assunto, ao todo foram 143 quadrados e 38 padrões diferentes. Resultou numa toalha de mesa feliz, exatamente como eu queria. E quando não estiver a ser utilizada como tal, afinal temos um verão curto, talvez possa dar o ar da sua graça alindando a cama.   
Eu diria que a peça é tão versátil, que pode fazer dela #whateveryoulike.

ENCONTRO DE BLOGGERS

E sábado passado todos os caminhos foram dar a Leiria.
A escolha da cidade deu-se por ser a meio caminho entre quem vinha do norte do país ou rumava do centro (não havia candidatas ao evento, oriundas do sul). Ninguém se conhecia, a não ser virtualmente. E foi uma surpresa agradável descobrir as caras de quem está por trás dos blogs  Cem ManiasEvelyne Home InteriorsHome Change HomeQuinta da SamarraEncroixyableDesabafos em Rodapé e Gira aos Quarenta.
O ponto de encontro foi a praça do centro histórico de Leiria, com vista para o castelo. Mais exatamente, na esplanada do restaurante Mata Bicho.
Num dia em que os termómetros passaram dos 30 graus, o tempo fluiu e foi pouco para tanta conversa descontraída, (mais) partilha de ideias , de gostos, de vivências.
Sem nenhuma combinação prévia, todas tínhamos trazido lembranças para oferecer, fossem feitas por si, colhidas no quintal ou especialidades das nossas regiões.
Para acabar a tarde em beleza, e como por encomenda, havia uma feira de velharias mesmo ao lado de onde nos encontrávamos, que fez as nossas delícias.
Um dia muito bem passado, entre novas velhas amigas, e sem dúvida, a repetir.




BOLO DE MORANGOS COM FLORES COMESTÍVEIS

Esta semana houve dois aniversários em casa. Um festejado através de uma conferência via skype em 3 países e 2 continentes diferentes (a única forma de juntar por estes dias, a família), e o outro in loco, ao vivo e a cores.
O bolo que atualmente está no meu top, é este que a Rita postou no seu adorável e apetitoso blog I want to bake free .
Para alguém que nada cozinha, um bolo fácil e sem segredos na confeção, é tudo o que posso almejar. E no quesito simplicidade, a Rita é mestra.
Apenas para impressionar os convidados ( e porque sei que eles sabem da minha inaptidão para a culinária) usei flores comestíveis para enfeitar. Uma pequena artimanha para desviar o foco do que verdadeiramente interessa, caso o bolo não saia como suposto.
As flores dão um ar fresco e remete ao calor e ao verão. Não são propriamente baratas (uma caixinha de 30g pode custar entre 7 e 9 €), mas todos ficam com aquela curiosidade de provar para descobrir o gosto que tem. Ou seja, sucesso garantido.
Já agora, comer flores é mais ou menos como trincar uma alface: não sabe a (quase) nada!

DE PATINHO FEIO A CISNE

Chegou cá a casa pela mão da minha cunhada.
Imaginem um banco igual a tantos outros, baixinho, meio coxo e com pelo menos 3 camadas de tinta de esmalte, uma delas dada sobre papel autocolante.
Lixar à mão revelou-se missão impossível. Valeu-me a lixadora elétrica, mas que não chegava aos cantos. Quando a madeira apareceu, nova decepção: um pinho sem graça. Foram uns meses a olhar para ele e a pensar seriamente em desistir e devolvê-lo no estado. Até que me bateu uma ideia brilhante: se o banco é tão comum e há uma série de técnicas que quero experimentar, é claro que ele vai me servir de cobaia. Se o desfecho for desastroso, pelo menos não se perde grande coisa.
E foi acontecendo: uma espécie de pintura dip-dye (imergir e tingir) nas pernas,  tecido colado nas travas (há que tempos que eu sonhava colar tecido em algum lugar e não tinha aonde!!), e um assento de patch aplicado no tampo.
O resultado foi uma coisa a puxar para o over, um tanto ou quanto folk e a lembrar o hippie. Mas será que posso dizer que o banquinho ficou com um estilo boho-chic? É que integrado nessa categoria, ele até ganha outra dimensão, percebem? Parece que cresce!

ERVAS AROMÁTICAS EM LATAS

Sempre que vejo uma decoração feita com latas, dá-me uma vontade enorme de fazer igual. Até já tinha trocado ideias com colegas de blogs, pois andava numa procura desenfreada por latas que tivessem o rótulo impresso diretamente no recipiente, e não em papel, como é o mais comum. E não encontrava no mercado nacional latas interessantes que pudessem servir para o efeito.
Na minha recente viagem aos EUA, estive junto à fronteira com o México e bateu-me aquela associação de ideias: México-comida picante-latas coloridas. E não é que eu tinha razão?
Sob o olhar incrédulo do marido, lá embarquei eu de volta a casa com conservas de molho para enchilada e japaleno (já devidamente esvaziadas) e mais algumas de produtos americanos.
E como quem já não procura mais, acaba por, sem querer, encontrar, eis que começo a ver em Lisboa reposição das latas dos chocolates em pó Milo e Coqui, que sinceramente, pensei que já não se fabricavam mais. E dei-me conta que várias marcas de leite para bebé e azeites, não usam o  rótulo em papel, assim como as salsichas Nobre e o famoso Nesquick. Ou seja, tinha andado bastante distraída...
A ideia com as latas, era montar a minha mini-micro-nano-horta. Dá-me gozo ir lá fora colher os meus próprios temperos e fingir que sou o Cristiano Ronaldo da cozinha.
Um velho escadote de madeira, serviu-me de escaparate.
E agora vamos combinar o seguinte: se a coisa der certo, as ervas desenvolverem-se e eu até arranjar outras espécies (e mais latas) para encher os degraus, eu dou notícias. Se pelo contrário, isto revelar-se um rotundo fracasso, esquecemos este post e encerro definitivamente a minha carreira de latafundiária!

A MANTA DO ARTHUR

Há pouco mais de um mês chegou um bebé na família. Um primo sobrinho ( existe esse  grau de parentesco? ).
A minha prenda de boas-vindas para ele, é uma manta em patchwork. Não para lhe servir de agasalho, pois isso ele não vai precisar, mas para que ele apanhe os seus "banhos de sol" às 6h30 da manhã, no jardim de casa. Como é costume para os bebés que nascem onde o clima é quente ( e neste caso, húmido também ) durante todo o ano.
Escolhi tecidos com padrões cujos desenhos "coubessem" dentro dos triângulos, optando por vários tipos de xadrez, e também umas riscas. Tudo com cara de "homenzinho".
Como o Arthur nasceu a um oceano de distância, ainda não tive o prazer de o apertar no meu colo, mas o meu desejo é que ele se sinta mimado e acarinhado na manta, tanto quanto eu senti-me feliz ao costurá-la!

FROM U.S.A. WITH LOVE #2

Como prometido, mais ideias que trouxe na bagagem e que adaptadas à nossa realidade, podem fazer grandes diferenças. Inspire-se!

Encanta-me a ação do tempo sobre os elementos pois a peça fica mais interessante e conta uma história. Esta é a porta de uma loja em Broome Street, em pleno Soho de Nova Iorque. Imperfeições e camadas de tinta assumidas, tornam-na única.

FROM U.S.A. WITH LOVE #1

Quem me acompanha por aqui, sabe que passei mais de duas semanas nos Estados Unidos. Visitei Nova Iorque, voei até à Califórnia e voltei para o Texas. Não é um roteiro turístico nem a descrição dos meus dias por lá que vos vou fazer, pois além de não vos querer maçar, o que não falta por aí são bons sites ou blogs de viagem que falem sobre Nova Iorque, San Diego ou Dallas, dando-nos dicas imperdíveis para cada cidade. E bem melhor do que eu o poderia fazer, uma vez que não planeio viagens. O meu conceito de turismo passa mais por andar e descobrir, e bem menos por enfrentar filas em locais da praxe.
O que gosto mesmo é de registar, durante os meus giros e voltas, aquilo que me faz arregalar os olhos. Algumas curiosidades, deixei-as ficar no Instagram, mas outras partilho-as aqui convosco em duas partes. Hoje ficamos por NYC e na semana que vem, mais NY, mas também Cáli e Texas. Ok? então vamos lá...

Na famosa loja de departamento Macy´s, encontrei esta mesa montada a preceito. Achei interessante o fato da toalha ter o mesmo desenho da loiça, e pensei, porque não? Uma boa ideia para as que são hábeis com o pincel, pensarem com carinho. O que atrai também a nossa vista é o contraste dos vários tons de azul com o amarelo vivo das cadeiras Thonet.

SEXTA DE BICICLETA

A iniciativa é da MUBI- Associação para a Mobilidade Urbana em BIcicleta, e convida a todos, para a cada sexta feira, levar a bicicleta para a rua. Não importa o objetivo, o importante é pedalar para uma rotina saudável e um futuro com mais bicicletas na rua.
Não sou de dar a cara nem de me engajar em força numa causa, mas se conseguir servir de inspiração para alguém, ficarei feliz e terei, talvez, feito "a minha parte". Se é motivação que lhe falta, ela pode estar aqui .
 
Parqueamento para bicicletas na cidade de Fort Worth, Texas, EUA. A forma segue a função. Ou vice versa.

BANQUINHO RENOVADO

Não sei explicar o fenómeno, mas cada vez que entro numa casa devoluta, há um banco (ou mais) abandonado na cozinha. Vou levando-os para casa. São relativamente pequenos, jeitosos, cabem em qualquer sítio,  e sempre é uma maneira de treinar as minhas habilidades no quesito recuperação.

A TODOS, UMA BOA PÁSCOA

Este ano, ao contrário do que tem sido hábito, não estaremos em casa pela Páscoa. Aproveitamos os feriados e as oportunas férias tardias na escola do mais novo, para visitar a filha que está nos Estados Unidos.
Também não estaremos completamente em família: quando os filhos crescem e assumem seus compromissos, há quase sempre um que acaba por não poder ir junto. Que saudades do tempo em que colocava todos em baixo das minhas asas e levava-os.
Para a que fica, e para os que por aqui passam, deixo-lhes por companhia os coelhos que costumavam enfeitar a casa quando eles eram miúdos. Algumas amêndoas, ovos de madeira, daqueles que servem para coser meias, e um cheirinho a alecrim.
Que esta Páscoa não seja apenas mais um almoço em família. Que nesse dia, todos tenham a capacidade de entender o verdadeiro sentido da quadra, que é a celebração da alegria.
Desejo-vos uma feliz Páscoa!


NADA SE PERDE E TUDO SE TRANSFORMA

Vamos passear por Lisboa, e ver o que há por aí de interessante e inusitado em espaços públicos, que prenda o nosso olhar e possa ser levado lá para casa?

A ideia não é nova, mas sempre agrada: no café do Teatro Rápido, ao Chiado, vive-se um ambiente retrô, e a mesa de centro são duas malas antigas sobrepostas. Atribui-se assim uma nova função a objetos que provavelmente estariam esquecidos num sótão qualquer.

UMA CASA INSPIRADORA

Gosto de entrar na casa dos outros e perceber que ela traduz a individualidade dos seus moradores. Que tudo é simples, mas é inspirador. Que ao longo do tempo se foram montando espaços com personalidade e memórias. Que nunca nada está terminado. Pelo contrário, há evolução à medida que a família cresce, as situações se alteram ou os gostos mudam. Que afinal não é uma casa, mas um lar. Porque tem vida interior, cheira a flores frescas, tem o novo e o antigo, herda e aproveita, junta afetos e arte, e tudo sempre com alguma dose de improvisação.

Nesta casa, a colcha transforma-se em toalha de mesa para receber os amigos,

PATCHWORK MANIA

Tudo começou com a vontade repentina que me deu de me ver livre das sobras de tecidos. Achei que começar a olhar para o pachwork mais seriamente, seria uma boa forma de atingir os meus fins.
Estava inscrita num curso apenas para Maio, mas imediatista como sou, precisava começar a cortar o que tinha em casa. O objetivo era praticar para uma manta pequena, que quero fazer para presentear um bébé que vai nascer na família. Essa manta "rascunho" fiz completamente da minha cabeça. Sem saber qual o material adequado para o recheio, sem ter o acessório para a máquina que permite coser em condições as várias camadas de tecido, sem fazer ideia de como arrematar o todo.
Ao mesmo tempo que me debatia com a manta protótipo, cortava quadrados para um caminho de mesa.
Mas como sou uma pessoa de sorte, ligam-me do curso a perguntar se eu quero ir ao workshop que começa no dia seguinte já que tinha havido uma desistência. Aceito na hora, e chego lá com a manta modelo acabada, mas vergonhosamente arrematada, e com um monte de quadrados prontos e um outro tanto por talhar.
Em relação à manta tipo, não me restou alternativa que não fosse desmanchar o arremate, aprender a cortar tiras em viés e cosê-las de um lado à máquina, e do outro com pontos invisíveis. Enfim, no meu caso não tão invisíveis assim.
Quanto aos quadrados, fui unindo e agregando e aumentando e inventando, até se formar um caminho de mesa suficientemente grande e descombinado como eu queria. Sempre sob os ensinamentos e conselhos da meticulosa Helen, a prof.
Claro que os pespontos ainda não saem como suposto, e certas rugas e vincos não deveriam existir, portanto só me resta keep practicing...



ANTHROPOLOGIE

Anthropologie é daquelas lojas que se a pessoa for viajar vale a pena saber se há uma por perto. E uma vez que se conhece, o mais certo é ficar viciado. Não só pelas coleções e artigos de bom gosto (e de preços salgados) que vende, mas também (e essencialmente) pela decoração das montras e dos interiores que é um verdadeiro deslumbre de criatividade.
Em cada canto, há um móvel antigo remodelado, uma peça transformada ou um objeto inusitado a servir de display. É um conceito de mistura e de tendências incomuns,inserido num estilo boho-chic com uma certa inspiração vintage. Enfim, tudo o que gosto, e sinceramente, seria capaz de morar numa dessas lojas!

Abaixo alguns exemplos de como peças do dia a dia são recuperadas e dispostas em arranjos criativos, numa diversidade de sugestões: paletes são estantes, caixotes de feira transformam-se em prateleiras, portas usadas (note que ainda lá estão as ferragens) tornam-se biombos, gavetas ganham pés altos, e finalmente, uma composição de baú + moldura de quadro + cantoneiras + espelhos + pratos + o que a imaginação lhe ditar, enchem de vida uma parede. Estava na loja de Regent Street, Londres, mas bem que podia ir lá para casa.






















7 COISAS QUE EU GOSTO

Gentilmente, a Cris do blog Cris Mandarini e a Mirian do M Flor de Pano, chamaram-me para eu participar da tag "7 coisas que eu gosto". Num primeiro momento, pensei em declinar o convite, pois já escrevi aqui a propósito de "11 coisas aleatórias sobre mim" e poderia ficar redundante. Mas não quis dececionar as duas, então optei por abordar o tema de forma diferente: há uma série de regras que eu deveria seguir, mas vou saltar essa parte; e também era suposto indicar 7 blogueiras para dar continuidade ao desafio, mas não o vou fazer: Quem achar engraçado ou quiser se dar a conhecer um pouco mais, sinta-se à vontade para entrar na brincadeira!
Posto isto, e correndo o risco de me repetir, aqui ficam 7 gostos pessoais desta que vos escreve. Mas poderiam ser 14, ou 21, ou...









SAÍDA DOS ANOS 50

Na minha profissão de arquiteta, as remodelações são o que mais gosto de fazer.
É a oportunidade de devolver à casa, a atmosfera e o ambiente da época da sua construção.
E quem me acompanha nestas andanças, sabe que o original é sempre para manter, mesmo que isso acarrete mais trabalho, mais gastos, menos algum conforto futuro. No final, compensa.
São casas que depois de remodeladas, não servem para qualquer pessoa, e sim para quem sabe aceitar e até admirar, as imperfeições e as marcas do tempo.
Vou vos deixar com a cozinha desta casa dos anos 50, que é quase sempre a parte mais interessante de um antes e depois, e lá mais para baixo, verão outros ambientes do apartamento. Como já disse aqui, infelizmente, é raro eu ter acesso às casas depois de ocupadas, o que me impede de mostrá-las como eu gosto, já com cara de lar. Para fotografar a cozinha, ainda levei uma grande tigela de limões, tinham mos dado nesse dia, e eu achei que poderia trazer alguma cor e humanizar as imagens. Mas em termos de produção, foi o máximo que consegui fazer!




QUANDO O 29 NÃO EXISTE

29 de fevereiro é uma data peculiar. É como os Olímpicos ou o Mundial de Futebol, só acontece de quatro em quatro anos.
E como uma pessoa que veio ao mundo de livre e espontânea vontade nessa data incomum, faz, para comemorar o seu aniversário num ano que não é bissexto? Improvisa, é claro!
E tem as suas vantagens. Contar apenas com 1/4 da idade é uma delas. Passar dois dias a receber telefonemas e congratulações da família e dos amigos é outra. É fazer duas festas, dois bolos, cantar dois parabéns e receber um presente que vale por dois.
É identificar-se com o dia 28, por ser o "seu" mês, mas saber que tecnicamente teria nascido a 1 de março se não tivesse sido ano bissexto. É o amanhã que não chega. Porque hoje, ainda iria nascer amanhã, e amanhã, tinha nascido ontem.
É confuso? É. Para o facebook, que não reconhece a data, e coloca-a como tendo nascido um dia antes ou um dia depois.
E até para a mãe, que este ano optou por 28, mas no ano passado, escolheu o dia 1.
Mas quando é possível comemorar no dia certo, garanto-vos que a festa é de arromba! Privilégio de quem nasceu numa data banida do calendário.

Linha do tempo de uma filha alternativa:





UMA CASA EM LONDRES

Vamos até terras de Sua Majestade, conhecer mais uma casa da vida real?
Da velha construção, dessas típicas dos bairros de Londres, com longos quarteirões de casas num mesmo estilo, apenas resta a fachada. Lá dentro, foi tudo renovado, transformado em espaços abertos e integrados, com recurso a ideias e truques bem interessantes.


































O POST QUE NÃO ERA PARA SER

Existem coincidências engraçadas na blogosfera.
Não sou das pessoas mais organizadas nem arrumadas do planeta, mas no último fim de semana, lembrei-me de fazer um estojo para guardar as minhas agulhas de crochet, que andavam irritantemente a perambular pela casa.
Em poucos minutos, fiz uma coisa meia tosca e dei-me por contente.
Domingo à tarde, visito o blog da Cris Mandarini, e deparo-me com este PAP . De forma simples, ela ensina-nos a fazer um organizador de pincéis de maquilhagem. Mas que também pode muito bem ser um organizador de agulhas de crochet.
Fecho o blog, tento esquecer, mas o pap não me sai da cabeça. Agarro em dois tecidos quase que aleatoriamente e corro para a máquina. Praticamente não uso a fita métrica, não faço marcações e a própria agulha de crochet serve-me de bitola para costurar as divisões.

A perfeição passa longe e eu não tenho a mínima intenção de o colocar no blog. Mas a Cris desafia-me a mostra-lo. Portanto ele aqui fica, envergonhado,  num post que não era para ser.

A FEBRE DOS GRANNYS

Talvez por eu ser uma pessoa sensível ao calor, o inverno é para mim um tempo de tréguas. Gosto particularmente do inverno de Lisboa, dos dias secos e frios, do ar fresco que me bate na cara e até da luz da cidade sob o céu nublado. Sei que é um sentimento contrário ao da maioria, mas a verdade é que me sinto realmente bem com temperaturas mais baixas.
Como é difícil eu ter frio, não existe no meu roupeiro muitos dos acessórios tradicionais do inverno, tal como cachecóis, botas altas, casacos compridos, gorros. Mas de há uns tempos para cá, bateu-me uma vontade imensa de usar uma gola. Há centenas à venda, eu sei, mas eu não consigo ter nada que dê muitas voltas, nem demasiado quente ou com pelos à volta do meu pescoço.
Como não sei tricotar, o jeito foi ser novamente acometida pela febre dos Grannys ! E aproveitando que era aniversário de uma sobrinha, fiz, não uma, mas duas golas !

BOAS IDEIAS

Uma das coisas que mais gosto de fazer, é  registar ideias curiosas e diferentes que vejo por aí. Quem sabe não sirvam de inspiração para darmos finalmente destino àquela peça que guardamos há tanto tempo, ou não surja na nossa cabeça uma luz repentina para um canto triste e desenxabido lá de casa.
Estarmos atentos às boas ideias dos outros, é uma forma de estimularmos a nossa própria criatividade.


No Pizza Del Teatro, em Roma, os bancos foram trazidos da quinta para reforçar ainda mais o ambiente rústico da pizzaria. Neste caso, coxins foram adaptados aos galões de leite. Mas se em vez de um assento, acrecentarmos uma madeira redonda, ficaremos com uma mesinha de apoio.
Na loja de roupa interior Oysho, em Lisboa, o balcão de atendimento contempla vários tipos de gavetas, em madeiras diversas, com porta etiquetas e puxadores em concha, remetendo a arquivadores. Certo? Não, errado. As gavetas apenas criam a ilusão de  arquivadores juntos, mas na realidade, são portas comuns que escondem o equipamento informático da loja.