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MESINHA DE CABECEIRA VIRA EXPOSITOR COM LUZ

Ainda na saga da reforma da sede da empresa da família, o downsize obrigou a que passássemos de uma larga receção com sofás para um pequeno recanto de espera na entrada do escritório. Não encarei este aparente downgrade como um desprestígio mas antes como um sinal dos novos tempos em que as visitas já são poucas e grande parte das reuniões são feitas online. Também achei que seria uma oportunidade única de tirar o melhor partido possível da parede curva que já existia no local, e mandei fazer um banco à medida que conseguiu dar mais destaque ainda ao dito tabique. E como as velharias são muitas e os moveis na arrecadação continuam a acumular-se, pensei que dar um novo look a uma mesinha de cabeceira clássica poderia não ser de todo descabido: a dita cuja cumpria as medidas que precisava para compor o espaço exíguo e com alguma imaginação poderia servir de expositor a mais uns quantos elementos que continuam à procura do seu lugar. Afinal, como contei aqui, tive a quem sair, o meu pai é um vintage lover, que além de não jogar nada fora, ainda traz para casa (neste caso para o escritório) mais algumas peças. A reforma da mesinha foi rápida e fiz algo que não aconselho que repitam lá em casa: usei a tinta da parede para garantir que o tom fosse o mesmo e que o móvel ficasse completamente integrado. O resultado aparente foi sensacional, mas ao vivo e a cores deixa a desejar devido à textura um tanto ou quanto áspera que adquiriu. Adiante, cumpriu o propósito que eu imaginava e para que a coisa ficasse mais "com cara" de expositor, adicionei-lhe umas luzes leds. No fim, ainda ornou com o relógio modernista que acompanha este escritório há décadas e que a um certo ponto da reforma ficou meio desasado, sem um local para chamar de seu. Prova que com o tempo, tudo se ajeita e os objetos que realmente nos dizem alguma coisa sempre acabam por encontrar o lugar ideal.