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VOLTO JÁ

E agora que o verão acabou e boa parte das pessoas já foram e voltaram de férias, sou eu que faço uma pausa. Um intervalo para colocar as ideias em ordem, organizar a casa, a real e a virtual, e descansar. Vou, mais uma vez, atravessar o Atlântico para estar com a família. Mas pretendo visitar-vos com frequência pois não sou pessoa de detox virtual, antes pelo contrário: preciso de ter sempre uma janela aberta para o mundo.
Dentro de algumas semanas, voltarei, retemperada e cheia de coisas bonitas para vos contar e mostrar. Na bagagem levo algumas lindezas, para as primas de além mar que gostam de viajar com a mala organizada. Fiquem bem e até à volta!

PLANOS PARA O QUARTO ROSA

O quarto rosa da casa de praia, vai ser transformado. Durante quase 30 anos, passou por várias mudanças, mas nunca nenhuma definitiva. É usado pelos netos (do meu pai) porque é o maior da casa e tem camas que se desdobram. Ou seja, cabe sempre mais um e isto é importante para jovens que só andam em bando. Quando informei os miúdos da reforma do quarto e perguntei-lhes se tinham algum pedido ou preferências, as respostas foram sintomáticas: as meninas disseram que confiavam no meu gosto e nas minhas escolhas, já os rapazes, pediram um ar condicionado!
Talvez o quarto deixe de ser rosa  e venha a ser verde água com toques rosas, ainda não sei. Alguns móveis que já lá estavam vão ser reciclados, e outros, peças desacreditadas que encontro por aí, serão transformadas. Até agora só um banco pequeno está pronto a habitar o ambiente renovado. Sim, eu sei, sou a rainha das banquetas! este já andava por lá num meio caminho entre  a pintura original e uma decapagem de tinta que comecei a fazer e nunca acabei. Mas como as reclamações eram mais que muitas ("há bocados de tinta a cair", "quando vais terminá-lo?", "está esquisito") decidi livrá-lo de vez das camadas que tinha e deixá-lo no  tom da madeira, assumindo as suas imperfeições e quantidade surpreendente de pregos à vista. Como por mais que tentasse, não consegui eliminar umas manchas feias no tampo, utilizei os meus dotes de "crocheteira" super básica e fiz-lhe uma capa. Desta forma, fica apto a agradar a todos os gostos.

A CAIXA EXPOSITORA

Há alguns meses, uma cunhada passou-me para as mãos um pequeno ramo de flores secas, e pediu-me que eu magicasse uma forma de expor esse bouquet. Tinha feito parte da decoração de um casamento celebrado há 1 ano, e soubera agora que a noiva ficara bastante triste por não ter guardado nenhumas flores da cerimónia. Como a minha cunhada no fim da festa, tinha trazido o ramalhete como recordação, pensava agora oferecê-lo à amiga, fazendo-lhe uma surpresa. Confesso que quando não me agrada uma ideia, empurro o trabalho com a barriga. E eu antipatizo com flores secas, principalmente quando não foram preservadas e estão com todo o ar de "relíquia" antiga e desbotada. Em vez de uma lembrança viva, dá-me antes a impressão de destroços. Sei que há uma cultura em Portugal de guardar as flores ou congelar uma fatia do bolo de noiva, mas tradições não me dizem muito. Do meu próprio casamento, nem sequer sei onde foi parar o vestido, apenas resgatei os sapatos, que encontrei na arrecadação de casa, e coloquei-os numa caixa acrílica, no meu quarto. Não tanto pelo objeto em si, mas pelas recordações que estão por trás dele: a minha tia, que não se conformava que o calçado não fosse exatamente da cor do vestido, e como é pessoa de meter a mão na massa, na véspera do enlace, decide tingir a seda dos sapatos com chá. Além de tê-los achado pouco condizentes com o fausto da festa, e ter aplicado, nem sei como, uma renda na biqueira que inclusive bordou com pequenas pérolas. Bom, mas voltando ao bouquet, deixei passar os meses sem que me ocorresse uma inspiração capaz. Até que, envergonhada com a demora e pressionada pela cunhada, despachei o assunto: comprei uma caixa com tampa de vidro no chinês e forrei-a. Parece que agradou. Pessoalmente achei a ideia bastante corriqueira, mas foi o possível dentro do meu embirranço. Serviu-me para passar umas boas horas entretida a desafiar as minhas habilidades no mede, corta e cola cantos, cantinhos e arestas. E essa parte para mim, é sempre divertida. Nas fotos que fiz, não vão ver o famoso bouquet, porque de tão frágil que estava, tive medo de um fim iminente da relíquia em minha casa, e mandei-o rapidamente de volta para a cunhada. Mas usei umas bijutarias para humanizar as imagens e animar o todo.

BURGER LUNCH

No fim de semana passado, houve almoço com os sobrinhos lá em casa. Uma espécie de adeus às férias e despedida entre os primos, que estudam ou trabalham quase todos fora. Agora, para se encontrarem novamente, na melhor das hipóteses, só pelo Natal. Como são todos jovens adultos, resolvi fazer alguma coisa descontraída. E como sou uma pessoa altamente influenciável pelos blogs que leio, quase nada saiu da minha cabeça. O prato principal foi "hamburgers com cebola caramelizada, servidos em pão brioche sobre pequenas tábuas de madeira". Ou seja, hamburger no pão. E ponto. Aqui esgotou-se a minha imaginação. Pois todo o resto foi plagiado no maior descaramento. Do blog da Camila, copiei a ideia das batatas servidas dentro das "cocottes", que mais não são do que pequenas caçarolas que dão um charme todo especial à mesa. Entretanto, já tinha ficado de olho nesta receita de chips da Regina. À falta de inhame, que não consegui mesmo encontrar, usei batata doce. E a sobremesa "de última hora" fui buscar ao Studio da Lu: um doce delicioso, super fácil e rápido de preparar. Aqui, um pequeno parêntese para salientar que quando chegou a este quesito, tive mais um rasgo de criatividade, e para personalizar o doce e divertir os sobrinhos, coloquei na mesa um expositor de "toppings". 
A internet no geral e os blogs muito em particular, têm sido para mim uma fonte inesgotável de inspiração e um mundo de partilha sensacional!