UMA CASA QUE TRANSBORDA

Conheço a Danielle desde sempre. As nossas mães eram BFF*, embora não o soubessem, porque a expressão não existia na época. Mas sentiam-no.

E as nossas avós, vizinhas: o portão do jardim da casa de uma, ficava em frente ao portão do jardim da casa da outra.

Uma amizade de três gerações, portanto.

A casa da Danielle é grande em tudo. Abundante em espaço, generosidade e em amor. Em filhos também. Sete ao todo, alguns do coração.

Quem conhece bem a Danielle, identifica a sua personalidade enérgica em cada canto da casa: um quê de exuberância e inconformismo, mesclado a grandes doses de se dar aos outros. 

É uma casa muito habitada e de portas abertas, em todos os sentidos. Sem fronteiras entre os espaços, nem conceitos pré definidos. 
O verbo que me ocorre é transbordar.

Aqui tudo se confunde: a arte entra na cozinha, as frutas e legumes estendem-se para a sala, a sala espalha-se lá para fora em bonitas e coloridas redes.



Pinturas de Ari Oliveira, feitas de propósito para o ambiente

O fascínio dos moveis de família que têm memórias afetivas. 

As frutas e legumes chegam da "fazenda" em grandes quantidades e acabam por fazer parte da decoração, mas na verdade estão expostos para que quem passar, lance mão.

Lá fora, as típicas redes convidam ao descanso...

...e fazem lembrar o convés dos barcos que percorrem a região Norte do Brasil:

imagem tirada daqui

A devoção está presente em muitos cantos da casa mas este desenho do Cristo é especial: prenda de casamento de um amigo artista, é uma obra pessoal. Se chegar mais perto, o que verá, são carimbos com os nomes do casal dono da casa.



Desenho de Mano Alencar, artista Cearense

* Best Friends Forever