CRIATIVIDADE SEM FIM

Quando as pessoas olham para coisas que já existem e conseguem a partir dessa observação tecer infinitas possibilidades de transformação, isso é criatividade. Ter a capacidade de dar uma nova roupagem ou função a objetos do quotidiano, é uma qualidade que não me passa despercebida. E quando essas reutilizações e transformações se dão na rua ou em ambientes públicos, isso é sem dúvida fonte de inspiração e referências para qualquer mente fértil, tornando as cidades mais bonitas e os passeios mais prazerosos. Em Julho último estive na Noruega e não pude deixar de observar aqui e ali, utilizações originais que tiram qualquer item comum da "mesmice", não fossem os países Nórdicos ícones inspiradores do design e da arquitetura no mundo inteiro!

Em Oslo, galões de leite transformados em vasos, delimitavam a entrada de uma rua de pubs. Latas de tomate em conserva serviam de cachepots a plantas num café da estação da capital do país e mais abaixo, na estação da cidade de Dombas, um alguidar de madeira ostenta flores e vira canteiro:

Mesas feitas a partir de carretéis de fios elétricos são soluções bastante populares mas no caso que mostro a seguir, uma estrutura foi adicionada de forma a dotar a mesa de bancos:

A Noruega é um país de inverno rigoroso e por essa razão a utilização de peles é bastante comum. Na cidade de Loen, um teleférico leva-nos ao topo da montanha para observar os Fiordes do alto. Achei interessante as peles estarem sobre os bancos do restaurante, conferindo um ar mais cozy ao ambiente:

Despretensiosidade e muita originalidade foram as impressões que tive quando vi, no café da manhã do hotel em Angvik, a manteiga servida sobre uma pedra:

No Hotel em Alesund, uma situação foi sempre recorrente: os quadros encostados às paredes. Não sei se será muito prático, mas deu-me o que pensar:

Outra solução fora da caixa, nesse mesmo hotel, foi a utilização de plafonniers na parede. Ou seja, aproveitar uma iluminação à priori pensada para os tetos como aplique de parede. E neste caso, três globos, coerentes no formato, mas com tamanhos e acabamentos diferentes:

Voltando a Oslo, um restaurante utilizou prateleiras para dividir os ambientes e tornar as mesas mais reservadas. Até aí, nada de novo. O que chama mesmo a atenção é, não só a mistura aparentemente sem nexo dos itens como principalmente a forma totalmente inovadora como os objetos estão dispostos nas prateleiras: na vertical e até de cabeça para baixo, criando novos pontos de vista e uma dinâmica ímpar.