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A MESA DA JOANA

Apesar do aspeto inocente da mesa (ou deveria dizer mesinha, devido às suas reduzidas dimensões?) eis uma peça que me tirou do sério! Lixá-la, foi muito simples; passar o primário não apresentou dificuldades; pintar, correu até muito bem; conjugar as cores das pétalas, cortá-las e colá-las, é tarefa que não tem mistério. Pior mesmo, foi na hora do acabamento, quando apenas faltava o verniz para proteger o trabalho: no pé da mesa, tudo normal, mas quando passei para o tampo, deu-se o fenómeno e o verniz apresentou bolhas e manchou. Quando eu decidia passar mais uma demão, as nódoas desapareciam de um lado e surgiam do outro. Tentei com o rolo, experimentei vários tipos de trincha, a coisa ia de mal a pior e as minhas soluções e calma escasseavam. Ainda tinha a responsabilidade acrescida, da mesa ser um presente para a 1ª casa da Joana, amiga da filha. Ela vinha seguindo a transformação do móvel pelo whatsapp e estava entusiasmada com o resultado. Enquanto tentava desesperadamente ver-me livre das manchas ao mesmo tempo que mentalmente preparava como iria dar a notícia do fracasso à Joana, e prestes que estava a lixar todo o tampo e recomeçar do zero, lancei mão do último e derradeiro recurso: lixar com uma lixa de água super fininha o verniz defeituoso, muito cuidadosamente para não estragar as flores e usar um novo tipo de verniz, mais gelatinoso. Bingo! nem quis acreditar quando  me apareceu uma superfície suave e impecável! Aí está, querida Joana, não ficou em verde água e estêncil no tampo, como tínhamos combinado, mas é tua, é única e vai alegrar a tua casa cheia de luz.

MONTROS & CIA

Foi esta a minha primeira -e provavelmente última- incursão no mundo dos bonecos, pois concretizou-se aquilo que eu mais temia: não levo jeito para dar-lhes expressividade! Quando vejo por aí bonecas Tilda, acho-as bonitas com os seus detalhes sempre tão caprichados, no entanto sei que esse tipo de costura não é para mim: não me dou muito bem com trabalhos em que o pormenor seja levado ao extremo e julgo não ter paciência para desvirar e encher pernas e braços tão fininhos. Por isso fiquei feliz quando conheci os monstrinhos descomplicados da Dora, que foi uma querida e mandou-me vários moldes para que eu experimentasse fazer. Juro que até tentei que eles ficassem diferenciados e ganhassem feições assustadoras, mas se não fosse a única coisa para a qual tenho alguma habilidade -juntar retalhos- eles teriam se tornado copy paste dos da Dora. Desculpa Dora se a minha criatividade para desenhar caras e bocas é inexistente! No entanto foi uma experiência muito divertida (mesmo) e que aqui deixo à guisa de registo.