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BLOGAMIGAS

Uma das coisas boas (ótimas) de ter um blog, é as pessoas queridas que vamos conhecendo ao longo do tempo. Algumas acabam por se desvirtualizar, outras (ainda) não. Há as que moram perto, mas a oportunidade de as encontrar não se proporcionou; há as que moram noutra cidade, país ou continente e contra todas as probabilidades, esse encontro já se deu. E há as prendas, que quando menos esperamos, vêm ter a nossa casa. E que sempre têm tudo a ver connosco, claro, pois quem nos acompanha e nos lê, definitivamente sabe mais sobre nós e os nossos gostos do que muita gente com quem convivemos diariamente. E ultimamente, tenho sido muito mimada, ora confirmem:
A Dora, sabendo que adoro botões, enviou-me umas cartelas de botões antigos que faziam parte da sua vasta coleção, e a minha ideia é transformá-los em quadros lindos e cheios de charme, como os dela.
Do norte de Portugal, chegou uma enorme caixa, com uma verdadeira capoeira lá dentro. Quanto mais desembrulhava, mais galinhas mega coloridas saltavam cá para fora. Remetente?? a Manuela, claro! mostrou-as numa das suas postagens de Páscoa, comentei como eram alegres e fora do comum e fui contemplada com 10 (sim, pasmem, dez!) galináceos.
Neuza decidida que está a ajudar-me a completar a meia dúzia de cadeiras para a minha sala de jantar, um belo dia, ruma a Lisboa, e traz na mala do carro, uma cadeira que encontrou no lixo. Esta, talvez venha a ser amarela, concordam?
Posso com pessoas tão generosas? Para elas, seguiram uns sacos. Para o pão, para a roupa, para o lanche, para as filhas. Para o que quiserem e imaginarem. Todos diferentes e únicos, exatamente como elas são.


ENTRE PARÊNTESES

Considerem este post apenas como um parênteses na programação habitual do blog. Mas como hoje chego aos 50, um número tão redondinho e tão metade de qualquer coisa, muito excecionalmente vou permitir-me uma reflexão. Os anos trouxeram-me algumas rugas, muitos cabelos brancos (love you photoshop!) e umas quantas mazelas, mas também deram-me confiança e serenidade para aceitar e enfrentar as surpresas menos boas da vida. E essas são, sem dúvida, duas grandes vantagens da idade: a maturidade e o equilíbrio. Para mim, e todos os dias agradeço por isso, o resultado da equação entre os acontecimentos bons, os ótimos e os desagradáveis, tem sido positivo. Sou uma pessoa muito afortunada.
E como tiro fotografias a tudo e a todos, e a família queixa-se que nunca apareço, pedi à Vera Eloy que me retratasse. Imagem que aqui fica, em jeito de foto oficial, para mais tarde recordar.

O TERRAÇO BERINGELA

Não preparei o espírito da família, e beringela foi o termo mais suave que eu arranjei para explicar- lhes que lá fora ia passar a ser roxo. Púrpura. Ou qualquer coisa parecida com isso. Que a tinta estava a descascar em certas partes, a desbotar noutras, eu a precisar de estímulo e o terraço, de vivacidade e frescura. Como eles até estão habituados aos meus devaneios, parece que já nem estranham (muito). Torceram um pouco o nariz, ouvi-os a tecerem considerações nas minhas costas, mas acabaram por estrear a nova cor, com pompa e circunstância, no almoço de domingo.
Agora o que preciso urgentemente ainda é que as buganvílias cresçam rápido parede acima, que eu tenha uma grande inspiração para transformar a estante de ferro, e que o bom tempo venha para ficar.

BANDANA BLANKET

Quando eu era adolescente, lá pelos anos 80 do século passado, adorava bandanas. E tinha uma, encarnada, que usava orgulhosamente ao pescoço e que ainda guardo comigo, completamente deformada nas pontas que davam o nó. Naquele tempo, em Portugal, as opções em termos de moda e acessórios eram limitadas, então aquela bandana representava para mim um "quê" de Velho Oeste, misturado com Pin-up girl e ainda uma pitada de rock star e usá-la, dava-me (imaginava eu) um certo toque de rebeldia.
Hoje em dia, continuo a me encantar com as cores e os padrões destes lenços, cujo uso generalizou-se e estendeu-se à decoração. Mas se nos EUA é fácil (e barato) encontrá-los, até em tecido a metro, em Lisboa nunca os vi à venda, e corrijam-me se eu estiver errada, pois vou adorar saber onde se pode comprá-los. Isto tudo para vos dizer que, quando a minha filha, que é babysitter dos filhos das vizinhas, pediu-me que eu costurasse uma manta, para ela poder sentar os bébés quando os leva ao parque, foi de uma coleção desses lenços, guardada há séculos no armário, que eu lembrei-me.
Nesta produção para o blog, a bandana blanket aparece como manta de piquenique no Jardim da Estrela, mas na vida real ela já voou para Bruxelas, e faz as delícias do Brieuc e da Anya (e da bábá dos dois) no Parc Georges Henri.